Pepê reclama falta de apoio e diz que investiu R$ 100 mil do bolso

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Eliminado na semifinal do K1 como penúltimo colocado da bateria de canoagem slalom das Olimpíadas, nesta sexta (30), Pepê disse em entrevista que estava saindo de Tóquio muito orgulhoso por “colocar a canoagem em um lugar onde ninguém nunca imaginou”.

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Em entrevista ao Uol, o atleta disse que não estava chateado, mas que estava desapontado.

“O choro foi de saber que eu poderia estar com essa medalha no peito hoje, saber que eu estou pronto, saber que um detalhe me tirou da final. E o choro talvez seja mesmo por estar desapontado, por não ter entrado na final. Mas por outro lado estou orgulhoso, porque briguei de igual para igual num esporte que é feito por europeus, para europeus”.

Muito emocionado, ele acabou desabafando, contando que os atletas não-europeus precisam fazer um grande esforço para participar desse esporte nos campeonatos. “Eles toda vez tiram a gente da jogada, com campeonatos só na Europa, equipamentos só na Europa. A gente tem de fazer um esforço que eles não têm de fazer para participar deste esporte, destes campeonatos. A cada prova na Europa, os caras acabam e vão jantar com a mãe, com a esposa e com as filhas. A gente está no esporte de gaiato e fazendo história em um esporte que é feito por europeus e para europeus”, comentou incomodado.

Mas sua denúncia não foi apenas para a estrutura internacional da modalidade, assim como Ana Sátila, ele reclamou que ficou quase todo o ciclo olímpico sem treinador, fazendo duras críticas à CBCa, relembrando que apenas no último ano as coisas melhoraram.

“Fizeram escolhas depois da Rio-2016 que impactaram aqui. A gente ficou quatro anos sem treinador, a gente ficou quatro anos tendo que planejar da nossa cabeça algumas coisas, coisa que a gente não tem que fazer. Então o tempo que a gente tinha de gastar energia só para entrar na água e treinar, a gente teve que ser o nosso treinador, o nosso preparador físico, a nossa logística”.

De acordo com Pepê, ele precisou investir mais de R$ 100 mil do próprio bolso para comprar equipamentos, isso sem mencionar os gastos com viagens, competições, treinamentos.

Ainda assim, ele fez questão de mencionar que no último ano as coisas melhoraram. Em janeiro morreu João Tomasini, que até o momento era o único presidente que a CBCa tivera. Em março, a confederação elegeu como mandatário o gaúcho Jonathan Maia, que era o vice-presidente de Tomasini.

“O Jonathan é muito aberto, a gente já expôs isso a ele, o COB também já está sabendo, e acredito que acabando aqui os Jogos de Tóquio, a gente já estará com a cabeça em Paris, e eles vão aprender com esses erros cometidos lá atrás”.







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