A atleta japonesa paraolímpica de 73 anos Kimie Bessho disse que está arriscando sua vida ao participar dos Jogos Paraolímpicos de Verão, que devem acontecer esse ano em Tóquio após as Olimpíadas, devido à Covid-19.
Como outros atletas do mundo todo, Kimie está treinando para as eliminatórias dos jogos, apesar da ansiedade. O nervosismo é alto porque o campeonato deve acontecer no meio de uma crescente de casos do novo coronavírus no Japão, e a atleta ainda não foi vacinada.
As eliminatórias acontecem na Eslovênia este mês e atleta teme fazer uma viagem internacional sem estar imunizada. “Não quero morrer de Covid”, disse Kimie à CNN. “Se eu morrer, quero morrer em uma competição depois de uma vitória esmagadora.”
“Não vou ter uma morte chata, mas vou fazer um grande estrondo”, acrescentou ela rindo. “Meus amigos dizem que vão decorar meu caixão com muitas bolas de pingue-pongue.”
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Nascida em Hiroshima dois anos após o desastre da bomba atômica, a atleta ganhou medalha de bronze do tênis de mesa nos Jogos Paraolímpicos Asiáticos de 2014 e já participou das Paraolimpíadas de Verão quatro vezes.
Familiarizada com os esportes desde muito nova, Kimie perdeu os movimentos das suas pernas aos 38 anos, depois de uma forte depressão após a morte do marido. Dois anos depois, ela foi diagnosticada com um câncer e a operação para retirar o seu tumor a deixou com uma paralisia. Os médicos disseram que ela só tinha três anos de vida.
Mas cinco anos depois, aos 45 anos, Kimie superou as adversidades passou a praticar tênis de mesa. Com 56, ela já participava de seus primeiros Jogos Paraolímpicos.
Em 2018, ela sofreu um acidente de carro e teve diversos ferimentos, mas novamente se recuperou e voltou aos treinos.
Preparação para os Jogos de Tóquio
O governo japonês está planejando vacinar os atletas de ambas as olimpíadas desse ano. O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que a Pfizer e a BioNTech doarão doses da vacina Covid-19 aos atletas participantes.
Como ainda não foi imunizada, a atleta paraolímpica Kimie disse à CNN que toma todas as precauções contra a Covid. Ela conta que, desde o início da pandemia, ela mantém um registro diário de cada saída que faz ao ar livre, com quem entrou em contato e por quanto tempo, e sua temperatura de manhã e à noite.
A atleta também tem uma bolsa preparada na entrada de sua casa com roupas para três dias, para o caso de ela ter que ser levada ao hospital repentinamente por uma ambulância.