Em apenas 9 dias, uma petição para cancelar a Olimpíada de Tóquio atingiu mais de 351 mil assinaturas e foi enviada à governadora da cidade nesta sexta-feira (14) com um apelo às autoridades para que “priorizem a vida”.
Leia também
+ Olimpíadas: pelo menos 40 cidades japonesas desistem de receber delegações
+ Olimpíadas: vacinação da delegação brasileira começa quarta-feira
A petição virtual “Cancelem os Jogos Olímpicos para proteger nossas vidas” foi criada no início do mês por Kenji Utsunomiya, advogado que já foi candidato a governador de Tóquio. Para o advogado, a velocidade em que se atingiu esse número de assinaturas é um indicativo da opinião pública. Pesquisas de opinião com a população tem anotado índices de rejeição às Olimpíadas entre 60% e 70%.
Ano passado, os Jogos Olímpicos fora adiados por causa da pandemia. A previsão é de ocorrer entre 23 de julho e 8 de agosto deste ano, e os Jogos Paralímpicos, entre 24 de agosto e 5 de setembro. Na época, não se falava em cancelar a Olimpíada, mas em adiamento.
A petição foi divulgada no dia em que o governo japonês ampliou o estado de emergência devido à pandemia em seis departamentos e ampliou a medida para mais três regiões. Enfrentando uma quarta onda, o país tem altos patamares de casos e mortes e vacinação lenta, com três departamentos se somando aos que já estavam em estado de emergência até o fim do mês.
Apesar de tudo, o governo japonês e a organização dos Jogos têm sustentado que não vão cancelar a Olimpíada, “independentemente da pandemia”, de acordo com o Comitê Organizador Local.
Utsunomiya disse também que vai continuar a reunir assinaturas e refutou as preocupações sobre o custo de cancelar um grande evento. “A vida das pessoas é mais importante do que dinheiro”.
Outra voz de peso a favor do cancelamento são as entidades médicas no Japão. Na terça-feira (13), o sindicato de médicos do Japão disse ser “impossível organizar Jogos Olímpicos seguros durante a pandemia. Nós nos opomos com força à disputa dos Jogos de Tóquio em um momento em que as pessoas em todo o mundo lutam contra o novo coronavírus”, afirmam os médicos, que consideram “impossível disputar Jogos seguros durante a pandemia”.
“Não podemos negar o perigo que representam as numerosas novas variantes do vírus que vão chegar a Tóquio a partir de todo o mundo”, completa o comunicado dos médicos.