Adam Gemili critica Olimpíadas por proibir protestos

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Em entrevista para o The Guardian, o velocista Adam Gemili diz que a vida do Comitê Olímpico Internacional virará “um inferno”, caso continuem insistindo em proibir protestos políticos durante os Jogos Olímpicos em Tóquio.

O britânico declarou seu apoio ao movimento “Black Lives Matter (Vidas Negras Importam)”, e prometeu se ajoelhar caso vá ao pódio em Tóquio.

“Com certeza, ficaria feliz em me ajoelhar se tivesse sucesso nas Olimpíadas e tivesse essa oportunidade do pódio. Eu definitivamente protestaria. O fato de o COI estar dizendo aos atletas ‘não, você não pode fazer isso’, só vai deixar as pessoas mais irritadas. Se a oportunidade surgisse, eu não fugiria dela”, comentou o atleta que também compete nos 200 metros.

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olimpíadas proíbem protestos durante o evento
Foto: Christian Petersen/Getty Images

Segundo a regra número 50 do Comitê, os atletas não podem protestar no pódio, campo de jogo ou até mesmo durante as cerimônias dos jogos. Mesmo com a proibição, o COI ainda não declarou quais serão as punições caso algum atleta resolva realizar qualquer tipo de protesto durante o evento esportivo.

Para o velocista Gemili, esta proibição é completamente incoerente, já que o Comitê Olímpico Internacional costuma utilizar a imagem do atleta Tommie Smith com o punho cerrado no pódio dos Jogos Olímpicos na Cidade do México, em 1968.

“Isso é o que eu não entendo: o COI é tão rápido em usar Tommie Smith, a foto de seu punho levantado, mas eles estão dizendo “na verdade, ninguém tem permissão para fazer isso”, não faz sentido”, opinou Gemili.

Além disso, Adam também levantou o questionamento da metodologia da pesquisa do Comitê, que indicou que 67% dos atletas olímpicos são a favor da “Regra 50”.

“As Olimpíadas não são um lugar para ser político, é um lugar para o esporte e para reunir o mundo inteiro, mas todo o movimento Black Lives Matter é mais do que político. Por pior que pareça, os atletas sempre estiveram na parte inferior da hierarquia. Não temos nenhum poder. Mas, na verdade, somo nós que divertimos o mundo”, concluio.







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