Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), se referiu ao povo do Japão como “chineses” em uma coletiva de imprensa das Olimpíadas de Tóquio nesta terça-feira (13). O termo foi corrigido logo em seguida, mas causou grande reação dos japoneses nas redes sociais.
A troca de nomes foi feita na primeira fala pública de Bach desde a sua chegada em Tóquio na semana passada. O líder do COI falava em uma reunião — com o chefe do comitê organizador Tóquio 2020, Seiko Hashimoto, e seu executivo-chefe, Toshiro Muto — que os Jogos não seriam um evento de grande disseminação da Covid-19.
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“Nosso objetivo comum são jogos seguros e protegidos para todos – para os atletas, para todas as delegações e, o mais importante, também para o povo chinês … povo japonês”, disse Bach.
A gafe não foi repetida pelos intérpretes de inglês para japonês na reunião, segundo informações do Guardian, mas relatos da mídia japonesa provocaram reação nas redes sociais.
Now we know about Thomas Bach has Intrest only for money. Also very rude. No offense to Chinese people but this Olympic’s host are us. I think we need him to go home.
— UWANO/うわの (@UWANOPLAY) July 13, 2021
“Agora sabemos que Thomas Bach se interessa apenas por dinheiro. Também é muito rude. Sem querer ofender os chineses, mas os anfitriões das Olimpíadas somos nós. Acho que precisamos que ele volte para casa.”
A fatal mistake. IOC’s Thomas Bach addressed to “Chinese people” in Tokyo today.
“Our common target is safe and secure games for everybody, for the athletes, for all the delegations, and most importantly, also for the CHINESE PEOPLE… JAPANESE PEOPLE.”https://t.co/4CsbnjU4Hr
— Kantaro Komiya (@KantaroKomiya) July 13, 2021
“Um erro fatal.”
Veja o vídeo do momento em que o presidente do COI se refere ao povo do Japão como “chineses”:
Bach deve se reunir com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, na quarta-feira (14), e visitar Hiroshima no final da semana. O veículo local Kyodo informou que um grupo da cidade se opõe à visita do presidente do COI.
Um pequeno grupo de manifestantes se reuniu no sábado em frente ao hotel onde Bach fazia quarentena carregando cartazes que diziam que ele não era bem-vindo em Tóquio.
Bach e todo o COI receberam críticas por insistirem que as Olimpíadas comecem em 23 de julho, apesar do aumento de infecções do novo coronavírus no Japão e avisos de especialistas e médicos de que a chegada de milhares de atletas, patrocinadores, repórteres e autoridades poderia desencadear uma nova onda de infecções da Covid-19.
Tóquio entrou em seu quarto estado de emergência na segunda-feira (12) e está sujeita a medidas que incluem a proibição impopular de servir bebidas alcoólicas em bares e restaurantes, que também devem fechar mais cedo.
As restrições permanecerão em vigor até 22 de agosto, duas semanas após o fim das Olimpíadas. As autoridades estão pedindo ao público que assista aos Jogos na TV para limitar a propagação do vírus.