A maratona aquática é uma das modalidades que mais exigem preparo mental nas Olimpíadas, além do esforço físico incomum. São 10 km de nado livre em mar aberto, em uma corrida extremamente tática a estratégica, que coloca os atletas à prova durante todo o percurso. Quem conseguir manter ritmo, respiração e calma, guarda energias suficientes para um sempre emocionante sprint final.
Este ano, a prova será realizada no Parque Marinho de Odaiba, que também sediará o triatlo. O local é bem diferente da maioria das outras instalações Olímpicas: ali, as estruturas futuristas dão lugar a uma extensa área de vegetação natural, vistas deslumbrantes do oceano e, como pano fundo, a paisagem urbana da moderna Tóquio.
Mata-mata no oceano
Não há pré-baterias ou eliminatórias na maratona aquática: os atletas têm apenas uma chance de brilhar na modalidade em uma prova de largada única, com 25 atletas em cada categoria, feminino e masculino.
Brasileiros
Ana Marcela Cunha será a representante brasileira na modalidade em 2021. A baiana é seis vezes campeã mundial de maratona aquática (2010, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019) e uma das maiores nadadoras da história na modalidade, com chances reais de medalha.
Desta vez, o Brasil não terá representante no masculino, já que Allan do Carmo e Diogo Villarinho, que competiram no Pré-Olímpico de Setúbal (Portugal), ficaram longe das 15 vagas em disputa para os Jogos de Tóquio.
Favoritos
O alemão Florian Wellbrock parte como favorito para vencer a disputa masculina, após um excelente 2019 que o consagrou como campeão mundial nas provas de 10km e 1500m. O francês Marc-Antoine Olivier, atual medalhista de bronze, terminou somente 0,2 segundos atrás de Wellbrock no campeonato mundial e deverá ser seu maior rival.
O atual campeão olímpico holandês Ferry Weertman não abrirá mão do título sem lutar, enquanto o ex-campeão mundial americano Jordan Wilimovsky e o campeão olímpico italiano de 1500 m no estilo livre Gregorio Paltrinieri deve garantir uma competição acirrada.
Na corrida feminina, Ana Marcela terá pela frente a chinesa Xin Xin, que espera aproveitar o impulso obtido nos campeonatos mundiais de 2019, onde conquistou a medalha de ouro. Suas principais rivais serão duas medalhistas de prata olímpicas, a veterana nadadora americana Haley Anderson, e a italiana Rachele Bruni. A holandesa Sharon van Rouwendaal, também é um das apostas para o pódio.
Confira a programação da maratona aquática olímpica em Tóquio 2020
(Todos os horários correspondem ao horário padrão do Japão (GMT/UTC+9))
4 de Agosto de 2021
06:30 – 09:10
- Final feminina de 10km em águas abertas
5 de Agosto de 2021
06:30 – 09:10
- Final masculina de 10km em águas abertas
História da maratona aquática Olímpica
A maratona aquática é um evento relativamente novo, que estreou nas Olimpíadas em Pequim, em 2008. No entanto, a modalidade remete aos primeiros eventos de natação da história olímpica, que eram realizados em rios, mares e lagos. Isso levou a alguns dos locais mais icônicos do mundo a serem usados como instalações esportivas, como no Lago Serpentine, em Londres, no Hyde Park, e até a costa da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
A Holanda foi a nação mais bem-sucedida na maratona de natação de 10 km, com três medalhas de ouro. O primeiro foi para Maarten van der Weijden em Pequim 2008, que superou a leucemia para se tornar o campeão Olímpico. Sharon van Rouwendaal e Ferry Weertman conquistaram a medalha de ouro holandesa nos Jogos da Rio 2016.