Todos os anos, o seleto The Explorers Club elege os 50 exploradores que estão mudando o mundo com seus trabalhos. As áreas de especialidade dos aventureiros selecionados são as mais diversas possíveis, desde antropologia biológica, arqueologia marinha e até pesca indígena.
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Conhecido como EC50, o título reconheceu este ano especialistas de 23 países, incluindo dois brasileiros. São eles, a montanhista e médica, Karina Oliani e fotógrafo e biólogo, Leo Lenna. Segundo os organizadores da iniciativa, os novos membros são indivíduos extraordinários que formam um “grupo de cientistas, educadores e conservacionistas cujo trabalho irá desvendar os segredos dos oceanos, promover a conservação, proteger espécies raras e ameaçadas de extinção e nos levar mais longe no espaço”.
A paulistana Karina Oliani foi a primeira brasileira a subir a segunda montanha mais alta do mundo, o K2, no Paquistão, e a primeira sul-americana a escalar as duas faces do Everest. Mas para levar o título não basta ser aventureira e alcançar lugares remotos. É preciso deixar sua pegada socioambiental para um mundo melhor.
Cofundadora do Instituto Dharma, ela cumpriu o papel levando medicina especializada para áreas remotas do Brasil, como Piauí e Amazônia, e em países como Angola, Uganda e Índia, e da Associação Brasileira de Medicina de Áreas Remotas e Esportes de Aventura (Abmar).
“Esse título amarra tudo o que eu já fiz em toda a minha vida. [O EC50] é um dos maiores reconhecimentos que alguém da aventura e da medicina em áreas remotas pode receber”, afirmou ela em entrevista ao UOL.
Já Leo Lenna é o fundador do projeto de pesquisa Mantins, que tem como foco a conservação e a documentação de vida selvagem em florestas tropicais, tendo o louva-a-deus como centro das pesquisas. Leo também é um “National Geographic Explorer”, título dado pela publicação americana a jovens líderes que estão inspirando mudanças globais, e no ano passado foi um dos palestrantes do evento global TED, ao lado de Bill Gates e Al Gore, dentre outros.
“Estou super orgulhoso e feliz com a nomeação. Um reconhecimento importante ao trabalho que desenvolvemos no Projeto Mantins há oito anos, de uma ciência contemporânea, que une pesquisa, arte, divulgação e muita paixão pelas florestas tropicais. É um tipo de reconhecimento pelo “conjunto da obra” do nosso trabalho, que resistiu junto a tantos parceiros nos últimos anos e agora encontra novos ares para se trabalhar a ciência e a conservação no Brasil”, disse Leo Lenna ao Conexão Planeta.
Criado em 1904, o grupo agrega pesquisadores e exploradores que já desbravaram os mais inóspitos cantos do mundo. A indicação anual de 50 novos membros começou a ser feita em 2020 com o objetivo de ampliar a comunicação da ciência e para que ela seja mais inclusiva e represente as mais diversas vozes no mundo da comunidade científica.
Neste ano, das 50 indicações, 27 são mulheres que atuam em áreas como exploração subaquática, ecofeminismo e paleoclimatologia. Os membros do “The Explorers Club 50” participam de eventos em outros países, ganham acesso a uma rede de colegas internacionais e, com isso, surgem oportunidades de financiamento para novas pesquisas e projetos.
Também fazem parte do grupo seleto nomes mundialmente conhecidos como Neil Armstrong, Jane Goodall e Edmund Hillary.