O montanhista Carlos Santalena já chegou ao topo do Everest três vezes, em 2011, 2016 e 2018. Agora, em 2023, ele se prepara para encarar o desafio de atingir o cume da montanha mais alta do mundo (8.849m) pela quarta vez. Se conseguir, o alpinista de 36 anos será o único brasileiro a conquistar tal façanha. “Me considero privilegiado de realizar o sonho de viver na montanha e ter uma vida voltada para a montanha”, afirma.
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Santalena já está no campo base, em fase de aclimatação para a escalada que o levará ao “teto do mundo” uma vez mais. “Caminhando pela moraina que liga gorak-shep (5.100m) ao campo base (5.350m), é possível avistar o cume principal e o cume sul do Everest. É sempre emocionante ver este colosso rasgando o céu com intensidade. E como já dizia o amigo Miguel Doura do Aconcágua, de nada vale uma escalada se não se emocionar”, comenta o alpinista, que tem o apoio de Spot e The North Face.
Experiente guia de montanha e sócio da Grade6 – Expedições em Alta Montanha, única empresa brasileira a organizar expedições ao Everest, Santalena já detém a marca de ser o brasileiro mais jovem a chegar ao topo do Everest. Foi em 2011, quando ele tinha 24 anos. Segundo Santalena, muita coisa mudou nos 12 anos que separam os dois desafios.
“A maior diferença é a maturidade. Aos 24 anos, eu não tinha consciência total e plena da atividade que iria realizar. Hoje, com experiência de muitas escaladas e até tragédias, como a avalanche de 2014 e o terremoto de 2015, que, inclusive desencadearam projetos sociais, tenho uma visão ampla sobre o lugar, as pessoas, as dificuldades técnicas, físicas e emocionais. Além do contato espiritual que a montanha proporciona”, explica.
Vários recordes – Além dos feitos no Everest, Calos Santalena detém outros recordes. É o primeiro alpinista brasileiro a completar os 7 Cumes, as sete maiores montanhas do mundo, por duas vezes.
Quando finalizou os 7 Cumes pela primeira vez, aos 27 anos, Santalena se tornou o alpinista sul-americano mais jovem a completar o desafio, composto por Monte Everest (8.844 metros – Ásia), Aconcágua (6.962m – América do Sul), Denali (6.194m – América do Norte), Kilimanjaro (5.895m – África), Elbrus (5.642m – Europa), Vinson (4.892m – Antártida) e Kosciuszko (2.228m – Austrália).
Desafio dos 14 cumes – Santalena quer mais. Quer chegar ao topo das 14 montanhas com mais de oito mil metros. “Como alpinista, o céu é o limite. Gostaria de frequentar mais as montanhas do Himalaia, e viabilizar do projeto de 14 montanhas de 8 mil metros. Sigo em busca de patrocínio”, conta ele, referindo-se ao Monte Everest (8.848m), K2 (8.611m), Kangchenjunga (8.586m), Lhotse (8.516m), Makalu (8.485m), Cho Oyu (8.188m), Monte Dhaulagiri (8.167m), Monte Manaslu (8.163m), Nanga Parbat (8.126m), Annapurna I (8.091m), Gasherbrum I / K5 (8.080m), Broad Peak / K3 (8.051m), Gasherbrum II / K4 (8.034m), Shishapangma (8.027m).
Carlos Santalena é alpinista e também atua como guia de montanha, profissão a qual encara como uma missão de vida. “Como profissional, quero continuar sendo uma ponte para a transformação pessoal que a montanha traz para as pessoas. Todos que viagem com a Grade6 voltam diferentes, pensando a vida de uma forma diferente, valorizando os pequenos aspectos, a família, enfim, a vida. Ser o guia faz com que eu seja o canal para essa experiência transformadora e cumprir esse papel cada vez melhor”, completa.