Por Evelyn Rachid
Ás vezes tudo que a gente precisa é relaxar e curtir o tempo ao ar livre, longe da correria do dia a dia. Mas se viajar para outro estado ou até outro país não está dentro dos seus planos – principalmente financeiros -, que tal dar um pulo no extremo sul do Litoral Paulistano para fazer trilhas, ver golfinhos, se refrescar em praias bonitas e imergir em muita cultura? Se é exatamente isso que você está procurando, já separa um tempinho para conhecer Cananéia, Iguape e Ilha Comprida. E para uma imersão proveitosa, iremos te indicar um roteiro completo, recheado de passeios acessíveis, que vão te fazer esquecer que ainda está em um dos estados mais caóticos do Brasil.
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Localizado no Vale do Ribeira, Iguape é o município com maior área do estado de São Paulo, possuindo um Centro Histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como patrimônio nacional desde 2009. Seu nome tem origem da língua tupi antiga, que significa “na enseada do rio”.
A arquitetura das casas e das igrejas locais não escondem os 480 anos de idade, que fizeram parte do descobrimento do Brasil, sendo cenário da primeira guerra no país entre os anos de 1534 e 1536, se mantendo intacta até os dias atuais. Além disso, Iguape também abrigava Ilha Comprida, que foi emancipada há 27 anos.
A cidade tem um ar bem interiorano, por conta da sua estrutura de nascença, mas isso acaba deixando a cidade ainda mais charmosa e acolhedora. Se você adora fotografar e fazer passeios culturais, Iguape vai te fornecer uma ótima experiência.
O que fazer em Iguape?
Fonte do Senhor Bom Jesus de Iguape
A grande vantagem deste roteiro é que ele pode ser feito de carro ou à pé, vai depender muito da sua disposição. Mas acredito que a maneira ideal para aproveitar bem os passeios é mesclar entre os dois.
A primeira parada em Iguape pode ser feita na Fonte do Senhor Bom Jesus de Iguape, um ponto turístico que pertence ao Parque Florestal Municipal do Morro do Espia. O local é bem tranquilo para dar um passeio durante à tarde; conta um chafariz, uma pequeno lago, uma fonte de água pura para quem precisar se hidratar, além da gruta que, de acordo com a história, foi onde lavaram a imagem do Senhor Bom Jesus de Iguape.
Centro Histórico e Igreja da Basílica
Saindo da Fonte do Bom Senhor, a segunda parada é no Centro Histórico, que pode ser percorrido facilmente à pé. A dica é fazer a visita durante o dia, para aproveitar a luz natural para fotografar pelo centro e apreciar cada detalhe da região.
Além de apreciar a arquitetura das casas locais, você também poderá visitar a Igreja da Basílica – que é linda por dentro -, onde a imagem do Bom Jesus de Iguape está exposta. O santo tem milhões de fiéis em todo o Brasil, que visitam Iguape entre os dias 28 e 06 de agosto para pagar e fazer promessas. Essa é a segunda maior festa religiosa do Estado, atrás apenas da Nossa Senhora de Aparecida.
Próximo à igreja, você encontrará o Museu Municipal, que foi instalado onde foi a 1° Casa de Fundição de Ouro do Brasil. Seu acervo é repleto de arquivos fotográficos, painéis gráficos e objetos e documentos sobre a escravatura e os Ciclos do Ouro e Arroz.
Pelo centro ainda é possível encontrar estabelecimentos bem legais para realizar todas as refeições essenciais do dia. E se você preferir, rola ficar pela praça petiscando e tomando uma bebida gelada, curtindo uma boa conversa entre amigos.
Cristo Redentor
Depois de percorrer todo o centro, a última parada é subir até o Cristo Redentor para admirar a silhueta de Iguape de cima.
Você conseguirá ver quase todos os pontos que visitou andando e ainda terá uma vista linda do Rio Pequeno e da Ilha Comprida. A dica é subir no Cristo ante do pôr-do-sol, para aproveitar bem a vista.
Onde se hospedar?
Por ser um local bem turístico, não é difícil encontrar hospedagem por lá, e elas podem variar entre casas para aluguel de temporada, pousadas e hostels. A dica dos nativos é se hospedar na Pousada Casa Grande, uma estadia num casarão antigo, confortável, bem no centro de Iguape.
Ilha Comprida
Ilha Comprida é o destino para quem adora praia e pegar um surfe. A região possui 74km de extensão de pura praia, e ao longo dela é possível até encontrar partes mais reservadas para curtir uma praia paradisíaca.
Mas nem só de praia vive o homem, então na região você consegue se refrescar no Rio do Mar Pequeno, que fica pertinho das Dunas do Araçá, um ponto muito legal para fazer trilha, tirar fotos e apreciar a natureza.
Depois de curtir todos esses passeios, dá uma passada no Mirante Orla do Mar Pequeno, e aprecie o um lindo pôr-do-sol banhando todo o rio com sua luz alaranjada.
Onde se hospedar?
Para quem deseja se hospedar, Ilha Comprida possui um leque maior de oportunidades de casas para temporada, já que é uma região mais praiana, mas uma pesquisa rápida na internet também irá te oferecer opções legais de hotéis e pousadas, que em sua maioria ficam na orla da praia.
Cananéia
E é claro que a viagem precisa fechar com chave de ouro, e por isso, Cananéia não pode ficar de fora do roteiro. Ela foi fundada em 12 de agosto de 1531 por Martim Afonso de Souza, e é considerada ‘cidade ilustre do Brasil’, já que foi a percursora na história do país. Sua trajetória é cercada por lendas de tesouros enterrados, piratas e batalhas, e ainda marca um ponto da história muito importante, sendo o local por onde passava a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, dividindo o mundo entre Portugal e Espanha.
Acho que já deu pra perceber que a cidade tem bastante história, né? Então, o primeiro passeio com certeza é fazer um city tour pelo Centro Histórico. Assim como Iguape, Cananéia também é bem colorida e possui uma arquitetura bem antiga, dando aquele arzinho de cidade do interior, super aconchegante, com casas coloridas bem fofinhas.
O ponto forte de Cananéia é o passeio de barco, passando pelo berço dos golfinhos e seguindo sentido Ilha do Cardoso, onde você poderá passar a tarde toda curtindo o sol, aproveitando o mar calmo ao lado de golfinhos, e ainda rola andar de caiaque, stand up paddle e fazer uma trilha no Parque Estadual do Cardoso até o Museu da Ilha do Cardoso, no fim da tarde.
Nós fomos bem cedinho e o mar estava calmo, conseguimos aproveitar muito o passeio e apreciar os golfinhos nadando tranquilamente. Foi um momento bem especial e rendeu memórias muito legais.
Onde se hospedar?
Assim como Iguape e Ilha Comprida, é fácil achar uma pousada ou casas para temporada por lá, mas a nossa dica é se hospedar com o Holandês Voador, eles possuem duas acomodações com cama de casal, beliche, banheiro privativo, TV e cômoda (cada). O quarto é simples, mas bem funcional! Nossa estadia por lá foi tranquila e super confortável.
E para facilitar ainda mais, o Holandês Voador também realiza passeios Náuticos para Ilha do Cardoso, Ilha do Marujá e Praia do Pereirinha, por um preço super acessível, então as vezes compensa fechar o combo de hospedagem + passeio. Você pode contatar o Rudson ou a Penha através do telefone (13) 98126-0192 ou pelo Instagram.
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A saída do transporte dependerá do fluxo de pessoas, mas a volta da ilha pode ser combinada com o ‘comandante’ do barco, então se você quiser ir cedo e passar a tarde toda na ilha, é super possível.
Falando em chegar cedo, essa é uma dica importante: chegue cedo pois a ilha tem limite de lotação. Isso mesmo, para manter toda a sua preservação e conservação, e claro, conforto para todos os turistas, a ocupação máxima da ilha é de mil pessoas, então fica de olho para não perder essa experiência.
Passamos cinco dias incríveis conhecendo os três destinos e com certeza iremos voltar para revisitar essa rota mágica do Litoral Sul de São Paulo.
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