O universo da escalada é muito diverso: existem diferentes disciplinas e, dentro de cada uma, é possível encontrar paredes de todos os níveis para praticar o esporte no Brasil e no mundo inteiro. Conversamos com alguns nomes da escalada brasileira e fomos atrás dos picos que estão na mente dos escaladores, seja pelas lembranças ou pelo sonho de um dia explorar aquelas vias. Confira:
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Picos de escalada no Brasil
- Serra do Cipó
Onde fica: Santana do Riacho (MG)
Disciplina: esportiva
A Serra do Cipó é um dos maiores clássicos da escalada esportiva no Brasil. A cerca de 100 km de Belo Horizonte, o local tem vias de calcário de até 60 metros e, segundo o guia da região de 2015, o número de vias de escalada passa de 350. O local conta ainda com cânions, cachoeiras e diversos hotéis, sendo um ótimo programa para famílias. Por lá, você pode ver Yan Ouriques, campeão de escalada mineiro e guia de montanha, explorando as vias nas alturas.
- Pedra do Baú
Onde fica: São Bento do Sapucaí (SP)
Disciplinas: esportiva e tradicional
Localizada em São Bento do Sapucaí, destino que é prato cheio para escaladores, a Pedra do Baú faz parte de um conjunto de rochas da belíssima Serra da Mantiqueira. Suas paredes chegam a até 350 metros e o cume está a 1.964 metros de altitude. “Foi lá onde eu aprendi a escalar, com uns 20 e poucos anos. Eu passava o dia inteiro escalando, fazia umas cinco vias no mesmo dia. É um local com escalada de todos os graus e é possível se divertir bastante”, conta a escaladora e fotógrafa Rosita Belinky.
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- Totem, parede do Pão de Açúcar
Onde fica: Rio de Janeiro (RJ)
Disciplina: esportiva
O Pão de Açúcar, cartão postal da Cidade Maravilhosa, conta com dezenas de vias de escalada de diversos níveis de dificuldade em uma rocha de ótima qualidade para o esporte. “Apesar de não oferecer dificuldade esportiva muito alta, a escalada no Totem é belíssima pela movimentação e cenário”, diz Janine Cardoso, campeã brasileira de escalada e diretora técnica-executiva da Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE).
- Agulha do Diabo
Onde fica: Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro (RJ)
Disciplina: tradicional
Com seu cume pontiagudo a 2.050 metros no meio da Serra dos Órgãos, a Agulha do Diabo é considerada uma das vias de escalada mais bonitas do planeta. “Há alguns anos, a Agulha do Diabo foi uma das mais votadas em uma enquete mundial sobre locais em que as pessoas mais gostariam de escalar. A via não é complexa – a escolha aconteceu em função da estética da montanha. Não é difícil, mas está em um local muito isolado, então não convém arriscar caso não tenha prática”, conta Makoto Ishibe, experiente escalador que foi o primeiro brasileiro a alcançar o topo do Fitz Roy em 1989.
- Pontão da Praia de Fortaleza
Onde fica: Ubatuba (SP)
Disciplina: boulder
O litoral norte de São Paulo é cheio de opções para os aventureiros: não faltam trilhas, cachoeiras e belas praias na região paulista. Em Ubatuba, uma trilha simples a partir da Prainha da Fortaleza leva ao chamado Pontão da Fortaleza, onde estão localizadas rochas perfeitas para a prática de boulder. O conjunto das rochas é chamado de Pedra da Tartaruga e é conhecido como o “paraíso do boulder” em Ubatuba. É por lá que Thais Makino, campeã brasileira de escalada, costuma ir para praticar a modalidade.
Picos de escalada pelo mundo
- Yosemite
Onde fica: Califórnia, EUA
Disciplina: tradicional
O Parque Nacional de Yosemite é um dos destinos mais tradicionais de escalada nos Estados Unidos, é a meca norte-americana do esporte. Com seus enormes paredões verticais, o local conta até com uma escola de montanhismo, além de seus guias próprios. Da mesma forma que você pode facilmente esbarrar em artistas nas ruas do Rio de Janeiro, em Yosemite é comum ver estrelas da escalada pelas falésias do Parque. Foi o que aconteceu com Rosita Belinky, que escalou a rocha The Nose no local e se deparou com os irmãos Alexander e Thomas Huber, alemães destaque da escalada de velocidade nos anos 2000. “O lugar mais absurdo que eu já escalei foi Yosemite. É uma coisa astronômica, com os paredões enormes, tudo muito lindo. É tudo o que todo mundo diz e, quando você chega lá, é ainda mais impressionante do que nas fotos”, conta a escaladora.
- Mallorca
Onde fica: Espanha
Disciplina: psicobloc
Combinar paisagens paradisíacas com esporte é uma das especialidades da escalada. Na ilha espanhola de Mallorca, ou Maiorca, as rochas de calcário atraem escaladores para lindas aventuras. “Mallorca é um pico perfeito para psicobloc, um tipo de escalada esportiva realizada sem corda e praticada em rochedos próximos ao mar. Na região, pode-se atingir alturas entre 15 e 20 metros, usando apenas um saco de magnésio e sapatilha”, explica Janine Cardoso.
- Potrero Chico
Onde fica: próximo a Monterrey, México
Disciplina: esportiva
O paraíso da escalada mexicano é um dos locais mais famosos entre escaladores esportivos do mundo todo. Com diversos cânions e paredes de calcário de até 600 metros de altura, Potrero Chico tem mais de 650 vias pelo deserto de Chihuahuan, no leste de Sierra Madre. Rosita Belinky conheceu o local nos anos 90 e se apaixonou. “São paredes enormes e vias de todos os comprimentos e dificuldades. É sensacional, minha viagem foi muito incrível”, lembra.
- Rochas de Kalymnos
Onde fica: Grécia
Disciplina: esportiva
A ilha grega realiza todos os anos o Kalymnos Climbing Festival, que dura três dias e escaladores profissionais e amadores se encontram para explorar algumas das rochas mais famosas da Europa. O local é um dos destinos dos sonhos de Janine Cardoso. “É um lugar conhecido entre a comunidade de escaladores como um dos picos mais lindos para a prática da escalada esportiva. Ali ficam as rochas mais perfeitas do mundo, com todos os tipos de graus, inclinações e estilos, em meio à natureza abundante”, conta.
- Fontainebleau
Onde fica: França
Disciplina: boulder
A pequena cidade francesa de Fontainebleau é cercada por florestas com rochas perfeitas para o boulder. A cerca de 60 km ao sul de Paris, o local é um dos favoritos de Thais Makino, já que une escalada e turismo: “É um lugar maravilhoso, muito diferente de qualquer pico brasileiro. É uma das coisas mais interessantes de viajar para escalar: visitar lugares que não são tradicionalmente turísticos e que têm paisagens lindas e diferentes do que conhecemos por aqui.”
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