Nas duas últimas semanas tenho treinado para correr oficialmente meus primeiros 5km na ECORUN, que acontecerá no próximo domingo (10). Eu sei, no último post comentei que correria somente em novembro, na W21K, mas como uma boa aquariana (sempre do contra), decidi que a meta seria concluída mais cedo. E nessa jornada fiz um teste e experimentei a corrida de duas formas, para testar qual delas funcionaria melhor durante os treinos: correr ouvindo música ou praticando mindfulness?
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Acho que a maioria das pessoas gosta de praticar qualquer atividade ouvindo música. As melodias nos energizam e ajudam na liberação de dopamina no cérebro, mas de uns tempos pra cá, a prática do mindfulness tem se tornado bem popular na rotina de algumas pessoas.
Quem já corre há bastante tempo ou começou recentemente, sabe que distrações durante todo o trajeto costumam ter um bom efeito, isso porque depois de um tempo na pista o corpo começa a doer, o cansaço bate e nossa mente começa a querer enviar sinais de desistência. Então para se manter firme até a linha de chegada é sempre bom ter uma boa fonte de distração. Mas pense neste cenário: você está ouvindo sua playlist super animada, tentando se manter firme para completar os últimos quilômetros e de repente o seu celular descarrega. Parece pouco provável, mas acontece, e manter a cabeça e o corpo firmes é muito importante para finalizar a prova.
É aí que o mindfulness pode ajudar.
Para quem não conhece esta prática, o mindfulness é basicamente o estado de atenção plena, um estado mental focado no momento presente, na observação do corpo reagindo ao exercício, na atenção a cada pensamento, sentimentos e sensações físicas, sem preocupações e julgamentos sobre o caminho que já foi percorrido e o que ainda falta percorrer.
Os adeptos da meditação certamente estão familiarizados e conseguem manter-se sempre no presente. Eu particularmente gosto bastante, e gosto de praticar com frequência, mas nunca tinha pensado em combinar isso com as corridas, então decidi tentar.
Sou uma pessoa naturalmente motivada e movida pela música: independentemente da atividade que eu esteja desempenhando, prefiro com música. E na corrida isso não é diferente. Uma coisa que adoro fazer quando estou treinando é correr de acordo com o ritmo de cada faixa, geralmente no refrão ou nos trechos mais animados eu corro, deixando para caminhar nas partes mais calmas da música, sempre alternando corrida e caminhada.
Percebo que o meu desempenho é sempre bom quando sigo essa linha de treino. Não me sinto tão cansada e dificilmente meu corpo pede pra parar. Fora isso, percebo menos dores, que parecem ficar disfarçadas.
Com o mindfulness eu me senti mais conectada com o meu corpo, no quesito sentir tudo ao mesmo tempo em todo lugar. Se antes eu não reparava muito nas dores das pernas, comecei a sentir mais, o que por um lado foi bom, já que eu não forçava tanto o treino e respeitava o momento de pausa que o meu corpo solicitava. No fim do treino percebi que embora não houvesse nada que me distraísse e fizesse o tempo passar mais rápido, senti que corri numa intensidade maior do que a que estava acostumada a correr. Mas a tarefa não foi tão fácil.
Acho que o mais difícil é desviar dos pensamentos que sempre ficam sugerindo uma desistência aqui e ali. Me cansei muito mais, embora a intensidade também tenha aumentado e contribuído para isso. Apesar de ter que lutar contra mim mesma para finalizar o treino sem desistir no meio, em determinados momentos minha mente parecia entrar em um estado de foco total. Eu só conseguia ouvir os tênis colidindo com o asfalto, a respiração ficando mais controlada e às vezes até parecia que meu corpo não iria mais parar de correr.
Mas, como eu disse, sou uma pessoa movida a música, então correr ouvindo música é menos intenso e mais divertido. Nessas duas semanas testando as duas formas consegui entender que o mindfulness pode ser uma boa prática para usar em competições. Até porque correr junto com outras pessoas exige organização e respeito, para que todos possam concluir suas metas sem acidentes ou problemas.
Por tudo isso, eu encorajo aqueles que queiram tentar praticar o mindfulness na corrida. Pode parecer difícil (e em alguns momentos realmente é), mas o resultado é sempre bom. Você aprende a entender melhor como seu corpo funciona e isso pode até ajudar a construir um treino mais adequado para as suas característcias físicas.
E falando em música, é claro que eu não poderia deixar minha playlist de fora. Para essa semana (ou para as próximas, você decide), te sugiro fazer esse mesmo teste! Tenho certeza que vai ser uma experiência bem interessante. E para os movidos à música assim como eu, dá o play aqui e bora pra rua!