PE TURÍSTICO DO ALTO RIBEIRA (PETAR)
Trilhas para todos os gostos e piques, natureza bruta e uma infinidade de cavernas
Das mais de 700 cavernas conhecidas de São Paulo, cerca de 400 ficam no Petar, na serra de Paranapiacaba. Em nenhum outro lugar na América Latina há tantas. Abrangendo os municípios de Paranapanema, Iporanga e Apiaí, o parque tem 35,7 mil hectares e uma amplitude topográfica de 700 m. É um prato cheio para desbravadores de cavernas, mas não só isso. Muitas maravilhas da Mata Atlântica se encontram na área, como cedros e canelas de 30 m, onças-pintadas e muriquis-do-sul, o maior macaco das Américas. Não à toa, o Petar, fundado em 1958, é um dos parques mais queridos do estado.
FIQUE ATENTO
A melhor época para visitar é de abril a novembro, quando chove menos. É recomendável agendar com antecedência, pois o número de visitantes por dia é limitado e o acesso acontece em intervalos de meia hora.
Serviço
O parque é dividido em quatro núcleos, cada um com entradas próprias
Aberto todos os dias, de 7h30 às 17h
R$ 16
Tel.: 15 3552-1875
petar@fflorestal.sp.gov.br
NÚCLEO SANTANA
É o mais visitado dos quatro núcleos do Petar, graças às cinco cavernas da área. A principal delas é a Santana, uma das maiores e com mais formações rochosas diferentes de todo o estado. Escadas e passarelas dão aquela ajudinha providencial na trilha, que é fácil e dura cerca de 1h30.
A Santana tem 9 km de extensão, mas somente 495 m estão abertos para visitação, que percorre dois níveis: um acompanhando o rio Roncador e outro em uma galeria superior de onde é possível ver formações curiosas, como uma pata de elefante e um extraterrestre.
A Trilha do Rio Betari é de dificuldade moderada: são quatro horas para percorrer duas cachoeiras – Andorinhas, com 30 m de queda, e do Beija-Flor (45 m). A desafiadora Trilha da Caverna Água Suja explora, em três horas, os quase 3 mil metros desta caverna, conhecida pelo seu enorme abismo (que tem um nome inspirado: Dívida Externa). O passeio inclui um trecho de caminhada com água até a cintura no rio Água Suja. É preciso ir com guia, assim como na Trilha da Caverna Cafezal, que tem amplos salões e formações rochosas diferentes, como helectites e as raras flores de aragonita.
Já a Trilha da Caverna do Couto é mais acessível. Em uma hora, você conhece Morro Preto e Couto, que representam duas fases evolutivas de uma mesma caverna. Dali, pode-se admirar os opiliões, aracnídeos inofensivos. A Trilha da Caverna Morro Preto, moderada, com 1h30 de duração, tem um visual diferente das outras: prepare a câmera para ver a luz solar invadir a escuridão.
Serviço
Rodovia SP-165, km 159, Serra, Apiaí
NÚCLEO OURO GROSSO
No Vale do Rio Betari, este núcleo guarda um museu com casa de farinha, moenda, monjolo, além de alojamento voltado a estudantes e espeleólogos (cientistas especializados em cavernas). São duas trilhas: a da Caverna Alambari de Baixo, uma das mais visitadas do Petar, tem um grande salão e uma saída apertada na base da montanha. A da Caverna Ouro Grosso é fácil, mas tem uma particularidade: a entrada é por uma boca de 60 cm de largura e há vários trechos com teto baixo. Quem não sofrer de claustrofobia poderá curtir seus encantos, como banho na cachoeira interna.
Serviço
Rodovia SP-165, km 156, Serra, Apiaí
NÚCLEO CASA DE PEDRA
A 10 km de Iporanga, é nesse núcleo que fica a base de apoio aos visitantes. Ele preserva as ruínas de um garimpo de ouro que remonta, possivelmente, ao século 16. O maior destaque, entretanto, é a Caverna Casa de Pedra. São 215 m de altura de rocha calcária, uma enormidade que rendeu menção no Guinness: o livro dos recordes deu a ela o título de maior pórtico do mundo. A trilha é puxada, com 4h30 de duração.
CURIOSIDADE
Uma outra medição, divulgada em 2005, cravou que a entrada é um tanto menor, com 172 m. Ainda assim, é mais alta que o maior prédio de São Paulo, o Mirante do Vale, que tem 170 m de altura.
Serviço
Estrada Bairro do Ribeirão, Iporanga
NÚCLEO CABOCLOS
Mais antigo núcleo do Petar, é o único com estrutura para camping. Há sete trilhas, com níveis variados de dificuldade. A da Pedra do Chapéu é para todas as idades e leva a um imenso bloco de granito. A trilha Forno de Chumbo conduz às ruínas de uma antiga usina de fundição de chumbo. O Circuito do Chapéu passa por quatro pequenas e interessantes cavernas, com muita fauna, espeleotemas e caminhadas dentro d’água. É um percurso fácil, com 3h de duração. A Trilha da Cachoeira Maximiliano leva 6h e demanda bom preparo físico. Com duração e esforço semelhantes, a Trilha da Cachoeira Sete Reis chega a uma bela queda d’água dupla de 10 m. Por fim, a da Caverna Temimina tem 8h de percurso, mas compensa. Uma das mais bonitas do Petar, ela tem uma espécie de claraboia com entrada de luz, além de uma formação rochosa que criou uma espécie de ducha no teto da caverna e até um jardim suspenso.
É possível também fazer outra trilha até o pórtico da Caverna Casa de Pedra. São 13 km caminhando em meio à mata fechada ao longo de 8 horas. Ainda assim, é uma trilha considerada menos desafiadora do que a do Núcleo Casa de Pedra.
O Núcleo Caboclos fica a 75 km do Santana, o mais popular do parque. A dificuldade da maior parte de suas trilhas também contribuiu para que fosse a área menos visitada do Petar.
CURIOSIDADE
As descobertas científicas de Richard Krone no início do século 20 foram o pontapé para o início da preservação do que seria o Petar. Em 1910, algumas áreas do Núcleo Caboclos foram desapropriadas para a preservação das cavernas.
Serviço
Rodovia SP-250, Estrada do Espírito Santo, Apiaí