World Athletics analisa dados de assédio virtual no atletismo

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Foto: shutterstock

Atletas mulheres receberam 60% de todos os assédios virtuais via Twitter e Instagram, segundo um relatório divulgado em novembro pelo órgão internacional de atletismo, World Athetics. A ação teve como objetivo entender melhor quais atletas seguem sofrendo abusos, como assédio sexual, insultos raciais e outras questões.

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Essa foi a segunda vez que, durante duas semanas de competição de alto nível, a entidade monitorou as mídias sociais. O primeiro estudo foi realizado durante as Olimpíadas de 2021 e analisou 240.707 tweets direcionados a 161 atletas. Ali, descobriram que as mulheres foram as vítimas de 87% dos abusos virtuais em questão.

Já a análise de 2022 incluiu 427.764 postagens e comentários no Twitter e Instagram direcionados a 461 atletas.

Em Tóquio, 25% das mensagens abusivas estavam relacionadas a acusações infundadas de doping, 10% eram transfóbicas (comentários que transmitiam aversão, ódio, violência ou raiva contra pessoas que eles percebiam não corresponder às expectativas de gênero) e 1% eram homofóbicos (comentários que eram preconceituosos contra atletas que eles percebiam como homossexuais). Os atletas estadunidenses receberam 89% dos comentários racistas durante os Jogos, embora representassem apenas 23% dos participantes do estudo.

Durante os Campeonatos Mundiais de Atletismo, metade de todos os comentários sinalizados dirigidos a atletas do sexo feminino eram de natureza sexual. 29% do abuso racista foi dirigido a atletas do sexo masculino durante o Oregon22.

Como o estudo foi conduzido

O estudo usou análise de texto e processamento de linguagem para identificar nove categorias de abuso: capacitismo, sexualização, racismo, calúnias, sectarismo, sexismo, crimes de guerra, terrorismo e transfobia. O racismo, por exemplo, foi retratado com o uso de palavras ofensivas e com emojis de macaco – 59 postagens discriminatórias direcionadas vieram de 57 autores únicos, com 27 atletas sendo alvos diretos.

Sebastian Coe, presidente da World Athletics, chamou os resultados do estudo de perturbadores. “Onde pudermos identificá-los, não hesitaremos em sancionar indivíduos que ofendem nossos atletas”, disse ele, em comunicado por escrito. “Temos o dever de proteger nossos atletas da melhor maneira possível e é por isso que desenvolvemos políticas robustas de proteção para definir os padrões que queremos ver em nosso esporte.”

As autoridades disseram que 59% das postagens ofensivas durante o Campeonato Mundial justificaram a intervenção de plataformas sociais e 5% foram “tão flagrantes que o World Athletics está considerando novas sanções contra esses indivíduos, incluindo o envio de evidências e relatórios às agências nacionais de aplicação da lei”.

Embora o estudo de julho tenha se concentrado exclusivamente no Twitter e no Instagram (60% dos abusos foram encontrados no Twitter), o relatório apontou que alguns também foram descobertos nos comentários dos próprios meios de comunicação que cobriram o evento.

Os estudos fazem parte da Política de Segurança da World Athetic, lançada em 2021. A iniciativa busca tornar o atletismo livre de assédio e abuso, incentivando as federações nacionais a adotar regras e regulamentos que ajudem a prevenir crimes contra atletas.

“Com as plataformas de mídia social atualmente em estado de fluxo, se tornou fundamental ter uma compreensão clara do que os atletas estão enfrentando”, disse Jonathan Hirshler, CEO do Signify Group, a empresa que conduziu a análise. “A partir da introdução de novas iniciativas regulatórias para lidar com o veneno dos crimes online, desenvolvemos táticas para combater o assédios virtuais”, finalizou.







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