A maioria das pessoas tem o hábito de comer carne e laticínios diariamente. No entanto, muitas vezes, sem saber dos potenciais riscos à saúde — e ao meio-ambiente.
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Se você se sente mal por comer carne, mas tem dificuldade em reduzir, então você pode estar lidando com o paradoxo da carne. As informações foram publicadas na IstoÉ. Entenda:
Malefícios do consumo de carne
Segundo o “The Conversation”, de onde são as informações, a criação de gado é associada a diversos danos ambientais: além de ser responsável por cerca de 14% de todas as emissões de gases de efeito estufa produzidas pelo homem, a produção de carne bovina é o maior fator de perda florestal na agricultura.
A indústria da carne tem sido associada, ainda, a uma série de outros danos ambientais, incluindo a poluição da água.
Além disso, o consumo de produtos de origem animal pode fazer mal à saúde — especialmente carnes vermelhas e processadas, que podem aumentar o risco de câncer colorretal.
Com todos esses malefícios à saúde e ao planeta somados à crescente preocupação com animais — que muitas vezes são criados expostos a ambientes superlotados e repletos de doenças —, por que tantas pessoas ainda tem o hábito de se alimentar dessa forma? Psicólogos podem explicar.
O que é o paradoxo da carne?
Trata-se da contradição mental que ajuda supostos amantes de animais a continuarem consumindo produtos de origem animal. Esse dilema moral pode causar desconforto psicológico às pessoas ao perceberem pela primeira vez, por exemplo, que a carne em seus pratos veio de um animal previamente vivo.
O consumo de carne também tem consequências na forma como as pessoas interagem e percebem os animais na vida adulta. Em um estudo de 2010, enquanto comiam carne bovina, os participantes eram menos propensos a ver os animais como dignos de preocupação moral. E quanto mais alguém está comprometido em comer carne, maior a probabilidade de evitar informações sobre as qualidades positivas dos animais criados para a alimentação.
O desconforto que as pessoas sentem ao comer carne apresenta-lhes uma escolha difícil: ou acabam com o dilema moral abandonando a carne; ou continuam comendo carne, desvinculando-se moralmente.
As pessoas estão mais dispostas a comer carne quando suas origens animais são “esquecidas”, como chamar um bife de “carne bovina” ao invés de “boi”. Dizer a si mesmas que a carne é necessária para a saúde, socialmente normal, natural ou “gostosa demais” pode reduzir a culpa que as pessoas sentem ao comê-la.
Desistir da carne pode parecer difícil. Por isso, pessoas recorrem, muitas vezes, a essas estratégias para reconciliar sentimentos conflitantes.
• Reconheça e lembre-se de como a redução do consumo de carne está alinhada com seus valores;
• Tenha sempre em mente os animais. Permita-se humanizá-los considerando, por exemplo, sua capacidade de emoção;
• Aceite que mudar sua dieta pode ser um processo gradual.
Se você quiser encorajar outras pessoas a reduzir o consumo de carne, você pode:
• Evitar culpá-las pelo consumo de carne. Isso só torna as pessoas mais resistentes ao vegetarianismo e ao veganismo. Em vez disso, aborde essas interações complicadas com compaixão;
• Evitar dizer às outras pessoas o que fazer. Deixe que elas decidam por si mesmas;
• Humanizar os animais, encorajando-as a vê-los como amigos e não como comida.