Um grupo de parlamentares do Reino Unido quer incluir polvos e lagostas em um projeto de lei de sensibilidade animal.
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Ainda em fase de aprovação no parlamento britânico, a Lei de Senciência (Sentience Bill, em inglês) reconhece que peixes e outros vertebrados são animais capazes de sentir sensações como a dor, e devem ser protegidos, sempre que possível, do sofrimento.
No entanto, a fundação Conservative Animal Welfare (CAWF) tem se reunido com membros do governo para pedir que também reconheçam a sensibilidade de invertebrados como polvos e lagostas.
Recentemente, o filme Professor Polvo (My Octopus Teacher), da Netflix, trouxe o assunto à tona ao mostrar uma impressionante interação entre o fotógrafo sul-africano Craig Foster e um polvo fêmea.
“É um filme muito comovente sobre como polvos podem ser espertos, evitar predadores, tubarões, no dia a dia. Se eu me senti assim vendo o filme, tenho certeza de que muitos outros se sentem da mesma maneira”, afirma Lorraine Platt, fundadora da CAWF.
“Todos, exceto uma pequena minoria de cientistas, concorda que estes são animais sensíveis, capazes de dor e sofrimento. Por isso é muito importante que eles sejam incluídos na lei de sensibilidade animal”, argumenta a ambientalista em entrevista ao jornal The Guardian.
Um relatório recente da CAWF descobriu que a frota pesqueira do Reino Unido captura mais de 420 milhões de cefalópodes e crustáceos a cada ano. No total, são 73,6 mil toneladas de crustáceos e 12,1 mil toneladas de cefalópodes.
Este relatório, apoiado por um grupo de parlamentares, argumenta ainda que esses animais acabaram discriminados na legislação porque sua “arquitetura neurológica difere da nossa”.
“Os argumentos comuns contra a senciência de crustáceos e cefalópodes se concentram nas distinções entre a anatomia desses animais e a anatomia humana (como a de que eles processam informações fora do cérebro, por exemplo, em gânglios). No entanto, essa visão antropocêntrica falha em capturar o que significa para um animal ser senciente. Crustáceos e cefalópodes, sem dúvida, vivenciam o mundo de maneiras extremamente diferentes de nós”, diz a CAWF.