Duas baleias jubarte morrem presas a redes de pesca em Florianópolis

Umas das baleias foi libertada nesta terça-feira (15) no Norte de Florianópolis (SC)
Umas das baleias foi libertada nesta terça-feira (15) no Norte de Florianópolis (SC)

Quatro baleias jubarte ficaram presas a redes de pesca na costa de Florianópolis nos últimos dias, segundo a Polícia Militar Ambiental (PMA). Duas delas foram encontradas mortas com redes enroladas ao corpo no Sul da Ilha. As outras duas foram libertadas dos equipamentos de pesca após o desenredamento dos animais.

Um dos resgates foi feito na terça-feira (15) no Norte da Ilha. Todos os casos estão sendo investigados e devem ser punidos caso fique configurada pesca irregular.

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“A Polícia Militar Ambiental faz a fiscalização nos arredores da ilha de Florianópolis e recolhe essas redes diariamente. Ocorre que com o aumento no surgimento das baleias coincidentemente no inverno e na época da tainha, também houve aumento no número das redes fixas (proibidas pela legislação, portanto redes irregulares). O crescimento nas ocorrências de enredamento de baleias vem preocupando”, disse o policial militar ambiental Roberto Salles Pereira Oliveira ao portal G1.

Em Santa Catarina, onda a temporada da pesca da tainha está a todo vapor, é grande o número de redes de espera instaladas por pescadores e algumas destas redes acabam por entram em rota de colisão com esses enormes mamíferos.

“O problema é que redes clandestinas de pesca são colocadas fora da nossa costa e longe da fiscalização. E com mais baleias por aí esse tipo de ocorrência tem acontecido com maior frequência”, esclarece o biólogo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Jorge Freitas.

As baleias jubarte saíram da lista de espécies ameaçadas de extinção e agora, com o aumento populacional, estão aparecendo com mais frequência em nosso litoral.

Com a aproximação do inverno no hemisfério sul, grandes populações de baleias da espécie jubarte migram para o litoral brasileiro para se reproduzir.

A principal área de concentração é o Banco dos Abrolhos, uma extensão da plataforma continental localizada no sul da Bahia e norte do Espírito Santo.

No caminho, porém, elas costumam se aproximar da costa Sul e Sudeste do Brasil em busca de alimento.

O biólogo Jorge Freitas afirma que o perigo aumenta ainda mais quando essas redes se perdem no fundo do mar. Como são feitas de um material resistente e que leva anos para se decomporem, outros animais, como golfinhos e tartarugas, podem ser feitos vítimas se esses objetos não forem retirados do mar.

No caso das baleias jubarte presas a redes, existe um problema extra: por conta de sua densa capa de gordura, gases resultantes da decomposição destes animais ficam impedidos de sair. Há chance de rompimento da estrutura do animal, o que pode promover uma poluição local causada pela matéria orgânica.

“O mais coerente é esperar esses animais encalharem na costa. Há chance de ruptura, mas isso não gera risco sanitário ou ambiental. As carcaças no mar servem de alimento para outros animais. Inclusive para os tubarões. Mas isso não quer dizer que haja risco para a população, já que eles estão no local em razão do alimento disponível”, conclui Jorge.

Caso encontre um animal marinho morto ou debilitado:

  • Caso encontre um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341;
  • mantenha distância e ajude a isolar a área;
  • evite contato desses mamíferos ou outros animais silvestres com bichos de estimação, pois eles podem transmitir doença entre si. Os cachorros também podem atacar o animal.
  • evite tirar fotos com o uso de flash, nem forneça alimentos ou force o animal a entrar na água.






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