“Como posso entrar na escalada alpina? Parece uma ótima maneira de escapar das multidões, mas um pouco intimidante. O que é uma boa progressão?”
—Joana W.
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A verdade é que você está certo em ambos os aspectos. Muitas vezes a escalada alpina é basicamente olhar para uma extensão de rocha selvagem, linda e intocada, coberta de neve – e tentar não fazer cocô nas calças. Ou seja, é uma ótima maneira de encontrar beleza e solidão, mas é desconfortável na maior parte do tempo.
No entanto, o fator de desconforto pode variar muito, dependendo do que você quer dizer com “escalada alpina”.
Afinal, o que é escalada alpina?
A escalada alpina é tecnicamente definida como escalada em qualquer lugar na zona alpina ou acima da linha das árvores. Isso inclui boulder alpino e escalada esportiva de alta altitude, bem como os picos remotos e ventosos aos quais você provavelmente está se referindo quando menciona o fator de intimidação. A escalada alpina também pode significar escalada no gelo e mista acima da linha das árvores. Em muitos lugares do mundo, algumas rochas alpinas só são acessíveis através de terrenos glaciais e neve íngreme, que exigem outras habilidades.
Se você está apenas procurando por solidão, as longas abordagens geralmente necessárias para bouldering alpino podem ser tudo o que você precisa. Se for esse o caso, ótimo! Tudo o que você precisa fazer é embalar algumas camadas extras e equipamentos de segurança e estar hiper ciente do clima.
Se você estiver interessado em rotas multi-pitch (via de várias enfiadas) ou travessias longas, primeiro esteja avisado: é aqui que o fator de desconforto aumenta.
Por que a escalada alpina às vezes é uma droga?
Vamos começar com o desconforto gastrointestinal acima mencionado. Isso pode vir de duas fontes. A primeira fonte: a escalada alpina é assustadora. Acima da linha das árvores, o clima é imprevisível. Ciclos viciosos de derretimento e congelamento geralmente deixam a rocha fraturada e solta, e a queda de rochas é um perigo sério. Além disso, o rock ruim é difícil de proteger.
A segunda fonte: a escalada alpina, por definição, ocorre em altitudes relativamente altas. Pessoas diferentes reagem à altitude de maneiras diferentes. Alguns ficam tontos. Alguns ficam enjoados. Alguns produzem níveis surpreendentes de gases e encontram seus intestinos exigindo atenção em momentos inoportunos. (Você não pode chamar alguém de parceiro de escalada alpina até que você tenha feito cocô ao lado deles em um belay pendurado.)
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Mas mesmo aqueles que se aclimatam à altitude – ou não apresentam nenhum sintoma de mal de altitude – ainda se sentem cansados e se movem mais lentamente no ar rarefeito e pobre em oxigênio, especialmente acima de 8.000 pés. Normalmente, isso seria bom. Mas em muitos cenários alpinos as tempestades à tarde são comuns. Paradoxalmente, mover-se rápido torna-se crítico no cenário em que é mais difícil de fazer. Em inglês existe o termo “start alpine”. Isso significa acordar cedo – tão cedo quanto 1h ou 2h da manhã – para deixar bastante tempo para voltar abaixo da linha das árvores antes que o risco tempestade aumente.
Por que a sucção vale a pena?
Se você decidir praticar escalada alpina, acordará horrivelmente cedo. Você escalará com as mãos congeladas, gritará para o seu parceiro com ventos de mais de 50 km/h, evitará tempestades de granizo, subirá novamente para liberar cordas irremediavelmente presas e passará um tempo desconfortável imaginando que aquela rocha não é adequada para escalada. Faz parte do jogo. E, de alguma forma masoquista, faz parte da diversão.
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A escalada alpina trará aventura selvagem, acesso a paisagens intocadas e rotas tão longas e tão bonitas que farão você chorar. O truque para aproveitar tudo com segurança, no entanto, é facilitar o caminho da maneira certa. O que me leva às suas perguntas.
Como entrar na escalada alpina
A seguir confira todos os passos da minha jornada para me tornar um alpinista alpino. Se eu tivesse que fazer de novo, eu os levaria nesta ordem.
- Torne-se um alpinista profissional eficiente. Trabalhe transições multi-pitch, eficiência de rapel, ancoragens improvisadas e posicionamentos de equipamentos até se sentir confiante em sua capacidade de se mover com segurança e suavidade em qualquer terreno. Você pode aprender muito lendo um livro ou fazendo um curso online, mas aprender com um ser humano é inestimável. Encontre um mentor ou faça aula presencial. Eu pessoalmente aprendi com um punhado de amigos experientes ao longo de dois ou três anos. Então fiz um curso de ancoragem de um dia, apenas para obter alguma afirmação oficial de que estava fazendo tudo certo.
- Passe algum tempo na altitude. Se você quer forçar seus limites, primeiro certifique-se de que seus pulmões e intestinos aguentam a pressão da altitude. Suba rapidamente um pico na mesma elevação que sua escalada em perspectiva para entender como seu corpo reage. Exemplo: Eu sabia que queria escalar rotas técnicas em Longs Peak, de 14.259 pés. Então eu caminhei pela trilha não técnica até o topo o mais rápido que pude. (Eu não vomitei, e então fui para o próximo passo.)
- Pratique (muito) as suas habilidades. Dependendo de onde você está, talvez seja necessário atravessar a geleira ou escalar a neve para chegar à rocha alpina técnica. Mais uma vez, encontre um mentor experiente para lhe mostrar as cordas e, em seguida, trabalhe essas habilidades no campo. Antes de escalar a Torment-Forbidden (EUA), por exemplo, meu parceiro e eu praticávamos sistemas de resgate de fendas em casa e na academia, e saí com outro amigo experiente para aprimorar minhas habilidades de autodetenção no barranco da neve.
- Tenha um plano de segurança. Sempre que você escalar em algum lugar remoto, diga a alguém em casa para onde você está indo e quando pedir ajuda se você não estiver de volta em um determinado horário. Traga bastante comida, água e camadas de roupas para o caso de você se perder ou perder a noite. Também é inteligente levar um sinalizador de localização pessoal para resgate em caso de emergência grave. Sempre que subo, trago uma lanterna de cabeça, um kit de primeiros socorros, um GPS portátil e um par de walkie-talkies para manter contato com meu parceiro quando ele estiver além da distância de um grito.
- Arranje um bom parceiro. Encontre alguém que tenha experiência alpina e bom senso de montanha. No alpino, é vital que você tenha um parceiro em quem possa confiar para tomar decisões inteligentes e manter o ritmo. Você provavelmente vai sofrer, então escolha alguém com quem você possa se divertir sofrendo.
- Comece pequeno. Comece com escalada fácil e comece no verão. As condições de verão são mais tolerantes e os dias são mais longos, dando-lhe mais margem de erro. Acompanhei amigos em rotas alpinas por um ano ou dois antes de organizar e liderar minha própria escalada. Para esse, eu escolhi Blitzen Ridge (5.4). A cerca de 13 milhas de ida e volta, foi um dia longo, mas dentro da minha capacidade de escalada. É uma coisa boa, também, porque havia muita dificuldade para encontrar rotas. Houve cansaço. E certamente havia desconforto gastrointestinal. O dia só foi um sucesso porque meu parceiro e eu deixamos uma grande margem, tanto em tempo quanto em dificuldade.
- Suba de nível lentamente. Após seu primeiro passeio alpino bem-sucedido, escolha algo um pouco mais difícil, seja com uma abordagem mais longa ou um grau mais difícil. Esteja ciente de que ambos adicionam tempo e esforço, que você terá que compensar com melhor eficiência de escalada e descoberta de rota mais nítida.
- Saiba quando dar a volta por cima. A escalada alpina coloca você à mercê total das montanhas. Fazer isso com segurança significa deixar para trás a mentalidade de conseguir a todo custo e perceber que o sucesso geralmente significa desistir na hora certa. O bom senso de montanha envolve saber quando as condições, o clima e sua linha do tempo estão se combinando para lhe dar uma luz verde ou fechar sua janela mais rápido do que você pode trabalhar. Nas grandes cordilheiras, o cume é um privilégio e uma honra, mas também é só chegar lá se der – mesmo que você acabe levando seu equipamento para passear.
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