Conheça PANC das diferentes regiões do Brasil

Por redação

Peixinho PANC
O peixinho é uma PANC bastante utilizada na culinária. Imagem: Shutterstock.

O Brasil é de fato um país muito fértil com uma variedade enorme de legumes, frutos, flores, vagens, grãos, raízes e tubérculos. No entanto, ainda que tenhamos disponíveis uma ampla gama de alimentos nos mercados, ainda existe muito mais a provar.

+ Reforce a sua alimentação com as PANC

+ Como incluir alimentos saudáveis na sua rotina

+ Melhor forma de comer abacate: Pasta proteica ao pesto de abacate

Por muito tempo negligenciadas, as PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais) estão em alta e já fazem parte do cardápio de chefes renomados. Além disso, elas possuem benefícios que vão além da saúde e sustentabilidade.

O termo engloba as plantas não cultivadas comercialmente em grande escala que possuem uma ou mais partes comestíveis. Elas são excelentes fontes nutricionais e podem ser acessíveis em feiras agroecológicas ou facilmente encontradas na biodiversidade brasileira.

Apesar de estarem nos canteiros das ruas, nas praças, nos ‘matinhos’ e, até por vezes, no quintal, é preciso ter cuidado na hora de identificar uma PANC para colheita. Isso porque muitas são semelhantes visualmente, mas não são iguais e, portanto, a composição pode ser completamente diversa e pode, inclusive, ser tóxica para o consumo humano.

A sigla e termo PANC foi criada pelo biólogo Valdely Kinupp, autor do livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, publicado em 2014 em parceria com o engenheiro agrônomo Harri Lorenzi. Foram necessários 12 anos de pesquisa para catalogar as 351 espécies registradas na obra. No entanto, estima-se que existem mais de 10 mil espécies desse tipo no Brasil.

Afinal, você sabe quais PANC existem na sua região? Listamos algumas para você procurar na sua cidade. Mas lembre-se sempre de confirmar a informação com algum especialista ou alguém que consuma frequentemente aquele alimento.

Norte

A vitória-régia – Foto: shutterstock

Vitória-régia: A planta que vive nos cursos de água mais parada como lagos  é uma preciosidade gastronômica a ser investigada. No entanto, suas folhas também têm efeitos laxantes e cicatrizantes. Enquanto suas flores, sementes e rizomas são comestíveis.

Coentro do pasto: Essa hortaliça possui várias propriedades afrodisíacas, antissépticas, antidiarreica, emenagoga, repelente e antigripal. Rica em vitaminas A, B1, B2 e C; sais minerais, como cálcio e ferro, além de ser excelente fonte de fibras e antioxidantes.

O coentro do pasto é pode ser usado forma de chá para alívio de vômitos, diarreia, gripes, resfriados, controle da diabetes e para regular a menstruação. Ajuda na limpeza de feridas e machucados, além de atuar como repelente de insetos.

Batata-ariá: Ainda não muito conhecida fora da região Norte, o tubérculo já foi muito rejeitado devido a sua aparência peculiar. No entanto, é um carboidrato de sabor doce rico em vitaminas A, do complexo B, C e E. Essa PANC é fonte de energia, reduz o colesterol ruim (LDL), fortalece a imunidade, aumenta a massa magra, fortalece os músculos, além de ajudar no funcionamento intestinal e retardar o envelhecimento da pele.

As folhas da batata em forma de indução também ajudam a aliviar e combater sintomas de doenças respiratórias e alérgicas, devido a vitamina C. Além disso, esse tubérculo também ajuda a reduzir a acidez estomacal em caso de desconfortos gástricos em geral.

Nordeste

Beldroega – Foto: shutterstock

Cacto pé de mamão: Por muito tempo essa planta era considerada apenas de ornamentação. No entanto, de uns tempos pra cá é uma das PANC que vem se destacando na gastronomia. A polpa desse cacto lembra a pitaya e tem um sabor adocicado, além de ser altamente nutritivo.

Uma fruta de baixa caloria rica em proteína, fibra, ferro, cálcio, fósforo e vitamina C. Consumi-la traz benefícios como fortalecimento do sistema imunológico, cardíaco, equilibra a flora intestinal, além de ter ação anti-inflamatória, antifúngica e antibacteriana.

Hortelã-do-norte: Possui propriedade digestiva, de tônica estomacal e anti-séptica. Utilizada em gripes e resfriados. Na culinária, é usada para temperar feijões, frango, sopas e carnes. Usa-se em pouca quantidade, pois é uma erva com sabor forte. Seu gosto é picante e levemente amargo.

Essa planta é excelente no tratamento de dor de ouvido, cabeça e infecção de garganta; para inflamação no colo do útero e febre. Além disso, pode ser utilizada em casos de asma, bronquite, coriza e rouquidão. Oura curiosidade do hortelã-do-norte é quo seu aroma forte funciona como pesticida natural e pode ser utilizada para espantar ratos.

Beldroega: Trata-se de uma suculenta com pequenas folhas carnudas e ovais. Os caules, roxo-amarronzados, se ramificam e a planta cresce rastejando-se pelo chão. Possui flores pequenas e amarelas. Na Índia a beldroega é consumida há milhares de anos.

Todas as partes dessa planta podem ser utilizadas e ela possui um sabor muito parecido com o do espinafre. Na culinária, ela pode compor saladas, sopas, molhos para massas, além de poder ser acrescentada em receitas de sucos verdes e vitaminas. As folhas podem ser utilizadas em refogados e para fazer chá, e as sementes em pães substituindo a chia e o gergelim.

Centro-oeste

A castanha de baru – Foto: shutterstock

Baru: O baru é nativo do Cerrado brasileiro e sua árvore pode atingir até 25 metros. Dentro do fruto tem uma ‘castanha’ deliciosa, com sabor semelhante ao amendoim. Por isso, a oleaginosa é também chamada de amendoim do cerrado.

Ele é rico em proteínas, fibras, ácidos graxos e minerais, entre eles destacam-se o ferro e o zinco. Infelizmente, essa espécie tão rica está ameaçada de extinção, devido à destruição do cerrado,

Ora-pro-nóbis: Apesar de já ser mais conhecida, a ora-pro-nóbis muitas vezes é considerada uma praga e descartada da plantação. No entanto, suas folhas são comestíveis e possui alto teor proteico, sendo esse um dos motivos de receber o apelido de “carne dos pobres”.

O seu consumo ajuda a evitar o envelhecimento precoce da pele e das células, auxilia no bom funcionamento do intestino e ajuda a manter e a ganhar massa magra.

Urtigão: Também, conhecido como urtiga vermelha se trata de uma planta que já foi considerada uma espécie de mato, sem utilidade alguma. No entanto, o Urtigão é PANC e está em abundância no Cerrado, na Mata Atlântica e na Amazônia.

Pode ser consumido em forma de chá das folhas e também comer os frutinhos que têm propriedades riquíssimas para a saúde. Vale ressaltar que todas as partes do Urtigão devem ser consumidas previamente cozidas. Isso porque a planta possui pelos urticantes, que podem incomodar a garganta ou até provocar engasgos. As sementes não devem ser ingeridas, pois podem apresentar toxidade ao organismo.

Sudeste

A taioba – Foto: shutterstock

Feijão-espada: Esse é o maior feijão do mundo e impressiona também pela sua cor rosa vivo. As folhas novas, flores, vagens verdes tenras (bem novinhas mesmo) são comestíveis cruas ou cozidas, enquanto as sementes são comestíveis após o cozimento e bastante demolho. As folhas jovens e flores também podem ser cozidas no vapor e as vagens podem ser refogadas ou comidas cruas.

No Japão esse tipo de feijão é usado no tratamento de acne, pé de atleta, diarréia, inflamação, inchaços, diarréia, gonorréia, furúnculos, asma, obesidade, dor de estômago, disenteria, tosse, dor de cabeça, hemorróida dermatite entre outras doenças.

Taioba: Com folhas em formato de coração, a taioba está conquistando cada dia mais a mesa dos brasileiros pelos seu sabor delicioso, além de benefícios à saúde. As folhas e o talo devem ser cozidos, pois crus apresentam o efeito tóxico do ácido oxálico. O sabor das folhas se assemelha ao do espinafre ou da couve, porém é ainda mais suave.

As folhas tem altos teores de minerais e são fonte de ferro, importante no combate da anemia. São ricas em potássio, que auxilia no controle da pressão arterial e previne câimbras, além de elevados teores de proteínas. A taioba também auxilia no funcionamento do intestino. É preciso ter cuidado para identificar essa PANC. Existem muitas outras espécies parecidas e algumas tóxicas.

Pixirica: Uma planta nativa do Brasil, que aparece também nas regiões centro-oeste e sul e vem ganhando destaque. Trata-se de um pequeno arbusto que produz grande quantidade de pequenos frutos de cor roxa escura, com polpa suculenta com micro-sementes, também comestíveis.

O sabor é agradável e é uma fruta rica em vitamina C e antioxidantes. Pode ser consumida in-natura, ou em diversas receitas e pratos, sendo considerada uma excelente PANC.

Sul

Begônia PANC
Begônia – Foto: shutterstock

Arumbeva: A arumbeva é um cacto que pode ser consumido em sucos, geleias, refogados e mousses. Sua parte mais usada como alimentação é o seu fruto que é rico em vitamina C.

Já o caule e as folhas têm antioxidantes potentes, que proporcionam ação antibacteriana, anti-inflamatória, cicatrizantes e retarda o envelhecimento precoce. Também possui zinco, vitamina B, retinol, potássio, ferro, entre outros. Devido aos espinhos do cacto, é preciso ter cuidado ao manuseá-lo.

Peixinho-da-horta: Essa PANC é um ícone e seu nome vem justamente da semelhança com peixes.. Fica maravilhoso empanado e frito.

Um estudo publicado no African Journal of Biotechnology mostrou que o extrato metanólico do peixinho-da-horta apresenta propriedades antioxidantes. Dessa forma, é um excelente alimento para quem busca atrasar ou inibir a oxidação das células sadias, protegendo o organismo dos radicais livres.

Begônia: Além de ser uma experiência gastronômica, as flores da begônia são símbolo de jovialidade e fertilidade. As folhas, ramos, flores e frutos, tanto crus como cozidos, podem ser consumidos.

Com sabor azedo característico – e delicioso -, as folhas são ideais para o preparo de refogados, sucos e saladas. As flores são comestíveis, cítricas, boas para compor a decoração em saladas ou outros pratos. Também ficam ótimas em geleias. Os benefícios do consumo incluem o tratamento de diversos problemas de saúde, como resfriado, questões do sistema digestivo, bronquite, asma, reumatismo, sangramentos e disenteria.

 







Acompanhe o Rocky Mountain Games Pedra Grande 2024 ao vivo