O Tour de France 2023 alcançou oficialmente sua metade na última quinta-feira (13), quando a etapa 12 (de um total 23) chegou ao fim na cidade vinícola de Belleville-en-Beaujolais.
Ion Izagirre, da equipe Cofidis, venceu, enquanto o dinamarquês Jonas Vingegaard, da equipe Jumbo-Visma, manteve a liderança na disputa pela camisa amarela.
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Ainda tem água pra rolar, mas o Tour deste ano já produziu momentos de drama e algumas intrigas.
Para aqueles que querem se atualizar, reunimos abaixo algumas das principais histórias que você possa ter perdido.
Queda dolorida de Cavendish
An emotional reaction from Christian Vande Velde after Mark Cavendish's crash. @ChristianVDV pic.twitter.com/rjWwemc9cZ
— NBC Sports Cycling (@NBCSCycling) July 8, 2023
O ciclista britânico Mark Cavendish tem 38 anos, uma idade avançada para um sprinter. Ao longo de sua carreira, ele venceu um total de 34 etapas do Tour, o que o iguala ao lendário belga Eddy Merckx como o maior vencedor de todos os tempos. Cavendish anunciou planos de se aposentar após o Tour de 2023. Portanto, se ele conseguiria ou não quebrar esse recorde era uma grande história antes da corrida.
Cavendish chegou perto – ele terminou em segundo lugar em um sprint na sétima etapa. Então, o desastre aconteceu na oitava. Faltando 57 km, Cavendish e alguns outros ciclistas caíram, e as imagens das câmeras o mostraram com muita dor segurando o ombro. Foi diagnosticada uma fratura na clavícula e Cavendish teve que abandonar a corrida. Agora, tudo o que se fala é se ele adiará sua festa de aposentadoria até 2024. Vamos lá, Mark, você pode se aposentar aos 39!
Rádio bizarro
📻 An elaborate Plan C for UAE Team Emirates 🐊🐯
Watch out for tigers and crocodiles on Stage 11 of the Tour de France 👀
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🇫🇷 #TDF2023 pic.twitter.com/8npuQx6veK— Road Code (@RoadCode) July 12, 2023
Durante o Tour deste ano, a transmissão da rede norte-americana NBC Sports tem exibido trechos de áudio do Tour. Os gerentes das equipes, situados em carros atrás do pelotão, usam rádios bidirecionais para se comunicar com os ciclistas – eles os informam sobre perigos iminentes ou características geográficas e dão ordens para acelerar, desacelerar, parar, etc.
Na 11ª etapa, a transmissão exibiu um trecho de áudio fora do comum dos chefes da equipe UAE Emirates para os ciclistas. “Ok, pessoal, agora vamos para o plano C. Todo mundo pula o tigre!”, o chefe gritou pelo rádio. “Quando o crocodilo começar a nadar, vocês pulam!”
Todo esporte tem seus códigos peculiares e linguagem clandestina. Mas eu cubro o ciclismo profissional desde 2004 e nunca soube que os ciclistas também usassem códigos verbais e comunicação clandestina. Afinal, eles estão falando entre si em rádios.
Toda a situação me faz imaginar se as equipes do Tour de France também empregam operadores de decodificação que interceptam as transmissões de rádio, as traduzem e tentam obter vantagens estratégicas das mensagens. Espero que seja o caso.
Uma homenagem emocionante
🗣️"J'étais juste concentré pour être dans la bonne échappée. J'ai vu que la @JumboVismaRoad avait laissé partir un groupe, c'était ma chance!
Cette victoire, elle est pour Gino." – 🇪🇸 @PelloBilbao1990 #TDF2023 pic.twitter.com/yDqyM7Ei2y— Tour de France™ (@LeTour) July 11, 2023
O ciclista basco Pello Bilbao, da equipe Bahrain Victorious, venceu a 10ª etapa ao ultrapassar seus companheiros de fuga na cidade de Issoire. Ao cruzar a linha, o Bilbao de 33 anos apontou para o céu e depois para o coração. O gesto foi uma homenagem ao ex-companheiro de equipe e amigo de Bilbao, Gino Mäder, da Suíça, que morreu em 16 de junho após um acidente no Tour da Suíça. “Quando cruzei a linha, coloquei toda a energia que tinha dentro de mim e lembrei o motivo dessa vitória”, disse Bilbao depois.
A morte de Mäder causou comoção no pelotão – com apenas 26 anos, ele era uma estrela em ascensão que tinha as habilidades físicas para competir no Tour um dia. Vários ciclistas prestaram homenagens a Mäder com saudações de vitória e tributos nas semanas após sua morte. E antes da corrida, Bilbao disse que doaria 1 euro para cada ciclista que ele terminasse à frente em cada etapa para a associação Basoak SOS – um grupo que planta árvores em terras desmatadas – em honra a Mäder. A homenagem de Bilbao ainda mexe com minhas emoções. Quando Mäder adotou um cachorro das ruas de Bilbao, Espanha, ele o nomeou de “Pello” em homenagem ao seu companheiro de equipe.
O bebê de Wout
Found some Wout van Aert fans in the cold mist on top of the climb and they do NOT think he will make it to Paris. #TDF2023 📺: Peacock pic.twitter.com/3Fh5R9b5fM
— NBC Sports Cycling (@NBCSCycling) July 5, 2023
Nas horas que antecederam a 11ª etapa, surgiram relatos nos sites de ciclismo de que a estrela belga Wout van Aert – um importante soldado do líder da corrida Jonas Vingegaard – abandonaria a corrida naquele dia devido ao iminente nascimento de seu segundo filho. Até os comentaristas mencionaram a possível saída de van Aert – um sinal de que o rumor estava sendo levado a sério. Van Aert atacou em uma fuga naquele dia e pareceu pedalar de forma agressiva. Seria um sinal de que ele estava se despedindo do Tour?
Após a etapa, van Aert disse aos repórteres no ônibus da equipe Jumbo Visma que a história era falsa. Sua esposa, embora ainda grávida, não estava prestes a dar à luz, então seu Tour continuaria. De onde surgiu o rumor? Acontece que o ciclista dinamarquês Mattias Skjelmose, da equipe rival Lidl-Trek, disse isso a um repórter de TV da Dinamarca mais cedo naquele dia. Skjelmose se desculpou com van Aert por iniciar essa história. No entanto, todo o episódio deixou os fãs do ciclismo de sobreaviso em relação à paternidade de van Aert.
Jasper, o Mestre
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O sprinter belga Jasper Philipsen foi o foco da recente série documental da Netflix “Tour de France: Sem Limites” por razões erradas. A série destacou a tendência de Philipsen de sofrer quedas, desobedecer ordens e geralmente estragar as coisas. Não é à toa que seus companheiros de equipe lhe deram o apelido infeliz de “Jasper, o Desastre”. Bem, Philipsen ajudou a reduzir esse apelido no ano passado, quando venceu duas etapas, incluindo a última no centro de Paris.
Em 2023, Philipsen já venceu tanto que conquistou um novo apelido: “Jasper, o Mestre”. Ele já garantiu quatro vitórias de etapa e tem uma vantagem saudável na classificação da camisa verde do Tour, que é concedida ao melhor sprinter. Passei algumas horas esta manhã tentando pensar em um apelido melhor do que “Jasper, o Mestre”.
Bom, parece que vou precisar trabalhar nisso durante a segunda metade do Tour.