Novas pesquisas sugerem que os parques nacionais estão ficando cada vez mais quentes do que o resto do país

Por Kaelyn Lynch*

O que é o Parque Nacional Joshua Tree sem as Joshua Trees ou Glacier National Park sem as geleiras? Essas são realidades que talvez tenhamos que enfrentar neste século. De acordo com um novo estudo que mostra como os parques nacionais dos Estados Unidos são desproporcionalmente suscetíveis às mudanças climáticas.

O documento, que analisou dados de 1895 a 2010, cita algumas estatísticas surpreendentes. O mais perturbador: as temperaturas médias anuais nos parques nacionais aumentaram duas vezes mais rápido que no resto do país. Além disso, apesar de os EUA como um todo verem um aumento na precipitação, a chuva e a queda de neve diminuíram substancialmente nos parques nacionais.

“Os parques nacionais conservam os ecossistemas mais intactos do país e também proporcionam bem estar humano”, diz Patrick Gonzalez, cientista climático da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e principal autor do estudo. “Nossa pesquisa confirma que a redução da poluição por carbono de carros, usinas de energia e outras fontes humanas pode salvar nossos parques nacionais dos piores resultados do calor.”

O estudo adverte que, se não reduzirmos as emissões, o aquecimento pode aumentar até seis vezes mais rápido nos parques nacionais até o final do século. Isso equivale a temperaturas até 16 graus mais altas em certas áreas até 2100. O suficiente, teoriza o jornal baseado em pesquisas anteriores, para eliminar 90% das árvores no Parque Nacional de Joshua Tree, aumentar as áreas de queimadas em até dez vezes em Yellowstone, e matar todas as pika no Parque Nacional Vulcânico Lassen. Aquele aquecimento provavelmente também, como observa um co-autor do estudo, derrete completamente as características de assinatura do Parque Nacional Glacier.

A razão pela qual os parques nacionais estão sendo mais atingidos pela mudança climática é uma questão de localização. A maior parte da área coberta pelas 417 unidades de parques situa-se em altas latitudes, onde o aquecimento ocorre mais rapidamente, graças à atmosfera mais fina e à cobertura de neve reflexiva que se funde mais rapidamente. Uma boa parte desses lugares protegidos também está localizada no árido sudoeste, que registrou chuvas baixas recordes.

Solução

Apesar dos dados, Gonzalez permanece positivo. Ele observa que a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, de acordo com as estabelecidas pelo Acordo de Paris, poderia reduzir o aquecimento em até dois terços, protegendo os parques dos piores efeitos do calor. Essas metas não estão fora de alcance – um estudo recente sugeriu que as metas estabelecidas em Paris são atingíveis. Caso em questão: Gonzalez cita os 16 estados e Porto Rico que compõem a Aliança Climática dos EUA e que se comprometeram a manter os acordos de Paris, apesar da retirada do país do acordo. Juntos, esses estados reduziram as emissões em 15% desde 2005 e estão no caminho certo para atingir suas metas.

“Não precisamos de tecnologia exótica para que isso aconteça, o que falta é a implementação”, diz Gonzalez. “A chave é agir agora. Quanto mais tarde descemos essa estrada, menos chance temos de salvar os parques.”

*Texto publicado originalmente na Outside USA.







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