Nick Gardner, de Gairloch, nas Terras Altas da Escócia, ficou arrasado quando sua esposa Janet desenvolveu Alzheimer e osteoporose e precisou ser internada em uma clínica de cuidados intensivos em período integral.
Aos 82 anos, ele disse que precisava de algo para mantê-lo em movimento. Assim, decidiu partir em uma jornada épica em julho de 2020, três meses após seu aniversário de 80 anos.
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Dois anos depois, Gardner está perto de subir todas as montanhas da Escócia acima de 3.000 pés (914,4 m), conhecidas como “Munros”. Faltam apenas oito para completar o desafio.
“Quando Janet foi internada, isso me destruiu completamente”, disse Nick, um ex-professor de física que nunca havia escalado um Munro.
“Nós éramos incrivelmente próximos como casal, ela era a esposa, mãe e avó mais maravilhosa e carinhosa possível, e agora ela não me reconhece”, lamentou.
Nick se deu 1.200 dias para completar o desafio, enquanto arrecadaria dinheiro para a Alzheimer Scotland e a Royal Osteoporosis Society (ROS).
Mas, com o cume final planejado para meados de mês de agosto, ele está a caminho de alcançar seu objetivo em menos de 800 dias.
“Estou tão perto de completá-lo que realmente me sinto como uma criança no período que antecede o Natal. Tenho borboletas no estômago”, afirmou.
Quando chegar ao último topo, Gardner terá escalado mais de 152 mil metros, o equivalente a subir o Monte Everest (8.848 metros) cerca de 17 vezes.
Ele também terá andado 2.000 milhas (3.218 km), uma distância semelhante à caminhada de Edimburgo à Grécia.
Uma de suas duas filhas, Sally McKenzie, o indicou para o Guinness World Records como a pessoa mais velha a escalar o Munros. Gardner brincou: “Provavelmente vou chorar quando chegar ao fim”.
Com uma bússola em uma mão e um mapa na outra, ele disse que adora a sensação de estar na encosta, mas acrescentou que nunca esteve realmente sozinho.
“Tenho mais de 80 anos e acho que seria irresponsável escalar sozinho nessa idade, então sempre tenho pessoas comigo”, destacou. “Eu não subo com pressa, e depois dos dois ou três primeiros Munros, comecei a parar as pessoas na colina para dizer o que eu estava fazendo.”
“As pessoas não conseguiam acreditar, começaram a se juntar a mim e doar dinheiro. Agora, quando estou andando, ouço regularmente alguém gritando: ‘Nick'”, contou.
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Desde então, “Sr. Gardner” desenvolveu um imenso respeito pelas montanhas. Dos 274 picos que escalou até agora, ele disse que completar o Cuillin Ridge, na Ilha de Skye, há cerca de um mês, foi o momento mais desafiador fisicamente.
“Eu nunca conquistei ou venci uma montanha, eu as escalei”, disse ele. “Se você começar a tentar conquistá-las, elas vão se vingar”, afirmou Nick. “É difícil para as pessoas fazerem isso na casa dos 40, muito menos nos 80. Foi incrivelmente gratificante.”.
A lista de equipamentos de Gardner para alcançar os picos mais altos da Escócia inclui uma lanterna de cabeça, roupas impermeáveis, uma jaqueta e uma roupa quente sobressalente. Mas ele disse que um mapa e uma bússola são seus itens essenciais.
Dos oito picos restantes para o intrépido avô, três ficam em Knoydart, quatro em Glen Dessary e, por último, o 282º cume em Cairn Gorm, nas Highlands, onde ele se juntará a amigos e familiares para a escalada final.
A meta de Gardner era inicialmente levantar 10 mil libras (cerca de R$ 64 mil), mas agora está a caminho de atingir 50 mil (R$ 319 mil). Ele acrescentou: “Vou continuar andando quando terminar este desafio, desde que minhas pernas possam me carregar”.
Craig Jones, executivo-chefe do ROS, se juntará a Gardner na escalada final e disse que a instituição de caridade está “extremamente grata” pela arrecadação de fundos.
Kirsty Stewart, da Alzheimer Scotland, acrescentou: “Seu tremendo esforço nos ajudará a continuar ajudando as pessoas que vivem com demência, suas famílias e seus cuidadores”.
Com informações da BBC.