Muito além de um simples modismo, a e-bike a se mostra uma alternativa cada vez mais real e acessível ao público brasileiro. Os dados comprovam isso: pelo quinto ano consecutivo o mercado das bicicletas elétricas bateu recorde no histórico recente: em 2022, a movimentação financeira gerada pelo segmento chegou a R$ 304,9 milhões, com crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior.
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Em números absolutos de unidades, o Brasil também registrou recorde. Foram 44.833 de unidades produzidas e importadas em 2022. O dado representa um aumento de 10,5% em relação a 2021 – que era o mais alto registrado até então.
Os dados são da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), contemplando três fontes distintas: dados de importação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); monitoramento de associados da Aliança Bike; e dados de produção no Polo Industrial de Manaus, da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
As informações do mercado de elétricas se mostram ainda mais relevantes quando colocadas em perspectiva ao lado dos dados do mercado de bicicletas como um todo. De acordo com levantamento divulgado também pela Aliança Bike em janeiro deste ano, as vendas de bicicletas no Brasil em 2022 tiveram uma queda de 35% em relação a 2021.
“Todos os dados do mercado de bicicletas elétricas dos últimos anos mostram um cenário extremamente positivo. O crescimento é sólido e constante, passando praticamente incólume pelas crises de demanda e fornecimentos. Quanto mais pessoas usarem ou experimentarem uma bicicleta elétrica, mais o crescimento será exponencial. O boca a boca da boa experiência com uma bike assistida é o melhor marketing que temos ”, explica Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike.
As projeções para 2023 seguem a tendência de alta, tanto em um cenário mais conservador quanto em um cenário otimista. No conservador, em que o crescimento orgânico observado nos últimos anos foi a linha mestra, o crescimento será de 19% neste ano, com 53.412 unidades; já no otimista, que conta com a expectativa das empresas do mercado de bicicletas elétricas associadas à Aliança Bike, o crescimento será de 27% em 2023, atingindo aproximadamente 57.000 unidades.
Raio-x do mercado de elétricas no Brasil
Mais do que um aumento considerável e constante no mercado de bicicletas, as e-bikes apresentaram ainda uma pequena queda no preço médio unitário – o que também é um dado positivo. De acordo com o levantamento realizado pela Aliança Bike, o preço médio das bicicletas elétricas em 2022 foi de R$ 6.800,00.
Outra diferença em relação ao monitoramento de 2021 foi que a montagem de bicicletas elétricas no Brasil não cresceu no ano passado. Na verdade, ela ficou praticamente inalterada: foram 24.958 bicicletas elétricas montadas no Brasil em 2022, apenas três unidades a mais do que no ano anterior. Destas, 10.847 foram produzidas no Polo Industrial de Manaus, enquanto que 14.111 foram produzidas fora do Polo.
A importação de bicicletas elétricas montadas cresceu 24,7% entre 2021 e 2022, saltando de 15.936 para 19.875 unidades.
O monitoramento do mercado de bicicletas elétricas no Brasil foi iniciado pela Aliança Bike em 2016. Nestes 7 anos, já foram colocadas em circulação mais de 180 mil bicicletas elétricas no país.
Histórico do mercado de bicicletas no Brasil, em unidades:
2016: 7.600
2017: 7.200
2018: 22.500
2019: 25.000
2020: 32.110
2021: 40.891
2022: 44.833