Pesquisa revela que Machu Picchu não tinha esse nome na época dos Incas

Machu Picchu
Evidências indicam que Machu Picchu na verdade se chamava Huayna Picchu - Foto: shutterstock

O antropólogo Brian Bauer, da Universidade de Illinois, em Chicago, acredita que Machu Picchu não levava esse nome na época dos Incas.

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Para ter base e transformar sua crença em prova, o especialista se uniu ao pesquisador Donato Amado Gonzales, do Ministério da Cultura do Peru. Juntos, eles realizaram um levantamento de mapas do início do século 20, além de documentos de posse de terra, atlas de séculos e notas de estudo de campo do explorador americano Hiram Bingham, que ficou conhecido por “descobrir” a cidade em 1911.

Ela ficou “esquecida” mesmo após a colonização espanhola do território que hoje é o Peru. Mas, a conclusão da pesquisa foi publicada no periódico “Ñawpa Pacha: Jornal de Arqueologia Andina” e traz uma surpresa. A cidade sempre teve “Picchu” em seu nome, mas essa é só parte da nomenclatura mais complexa.

“Há dados significativos que sugerem que a cidade inca era chamada na verdade de Picchu, ou mais provavelmente, Huayna Picchu”, contou o antropólogo ao jornal britânico “The Independent” na última quinta-feira (24).

Machu Picchu é considerada um dos Patrimônios da Humanidade pela Unesco e evidências da agência da ONU sugerem que a cidade foi construída no século 15. No entanto, com a queda do Império Inca, depois da chegada espanhola, ela foi abandonada no século 16.

Para provar o verdadeiro nome do local, Bauer e Gonzales refizeram a trajetória da cidade, por meio de documentos, principalmente aqueles anteriores à chegada de Bingham. Até que num atlas de 1904 eles conseguiram encontrar embasamento para as suspeitas iniciais sobre a nomenclatura da cidade. Nessa publicação, estudiosos se referiam ao sítio arqueológico como Huayna Picchu, devido a um pico rochoso de nome próximo à construção.

Além disso, Bingham também recebeu uma documentação do herdeiro de um proprietário de terras peruano, que indicavam o mesmo nome para as ruínas.

Se já não bastasse essas provas, a mesma comprovação também veio por parte de documentos de relatos dos exploradores espanhóis, no final do século 16, que também se referiam à cidade como Huayna Picchu.

“Nós acabamos com um lindo relato de quando os povos indígenas da região estavam considerando retornar para o local que eles chamavam de Huayna Picchu”, completou ao jornal.