Recordista mundial ao subir as 14 montanhas acima de 8.000 metros em apenas três meses e um dia, a norueguesa Kristin Harila, 37 anos, revelou que vai se retirar da escalada em depoimento ao site Kronstadposten.
“Na verdade, estou encerrando minha carreira na escalada agora”, destacou a Harila, que entre outros feitos possui 28 cumes bem-sucedidos nas maiores montanhas do mundo. “Sinto que cumpri minha parte, e não tenho mais a motivação necessária para esse tipo de viagem.”
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Harila, que teve a companhia do fotógrafo brasileiro Gabriel Tarso em sua última expedição ao K2, agora pretende realizar palestras motivacionais, além de escrever um livro sobre suas experiências no Himalaia.
Na Noruega, ela se tornou uma espécie de celebridade nacional e teve todas as suas escaladas recordes filmadas, por isso também deve negociar um documentário em breve com as empresas de streaming.
“O recorde não é impossível de bater, não é. Mas quem quiser tentar também precisa ter um pouco de sorte com o clima, o vento e as condições nas montanhas. Não é uma tarefa simples escalar 14 montanhas com mais de 8.000 metros de altitude em três meses, não é mesmo. Mas se alguém quiser tentar, é só me procurar, e eu darei alguns conselhos no caminho”, disse Kristin.
Ela também mencionou recentemente que deseja focar mais em sua vida pessoal e começar uma família com o atual namorado, Jens Kvernmo.
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Além de seu próprio filme, Harila também pode aparecer em outras produções, incluindo um próximo documentário austríaco sobre os eventos polêmicos que cercaram sua última escalada no K2.
Na ocasião, o carregador paquistanês Muhammad Hassan morreu enquanto dezenas de alpinistas passaram por cima dele a caminho do cume.
Harila e sua equipe sofreram muitas acusações nas redes sociais, mas depois foi esclarecido pelo governo paquistanês que Gabriel Tarso, que acompanhava a missão de Harila, foi uma das pessoas que tentou salvar o paquistanês.
O filmmaker decidiu arriscar a própria vida – chegando a ficar mais uma vez horas sem oxigênio acima dos 8.000 metros – para dar um pouco de conforto e dignidade ao montanhista paquistanês antes que ele morresse devido aos ferimentos.
Na ocasião, a montanhista norueguesa disse: “fizemos tudo o que podíamos por ele (Hassan). Simplesmente não é verdade dizer que não fizemos nada para ajudá-lo. Tentamos levantá-lo de volta por uma hora e meia e meu cinegrafista [Gabriel Tarso] ficou por mais uma hora para cuidar dele. Em nenhum momento ele foi deixado sozinho”.