Sertões Kitesurf: Rally de longa distância põe à prova resistência dos atletas

Por Alexandre Versiani

downwind sertões kitesurf
Acostumado às manobras mais radicais do kite, Reno Romeu é um dos destaques da 1ª edição do Sertões Kitesurf. Foto: @TobyBromwich / @Duotone.Kiteboarding.

A partir desta sexta-feira (8), alguns dos maiores nomes do kitesurf mundial estarão reunidos no Sertões Kitesurf, travessia da modalidade downwind que vai percorrer 500 km entre os litorais do Rio Grande do Norte e Ceará.

+ De Touros ao Preá, conheça o fascinante trajeto de 500 km do Sertões Kitesurf
+ Sertões Kitesurf promete dias de aventura e competição no Nordeste
+ Onde praticar diferentes modalidades de kitesurf

A prova será disputada nos moldes de um rally de endurance, com largada em Touros, São Miguel do Gostoso (RN), e chegada na Praia do Preá, vilarejo localizado ao lado de Jericoacoara (CE). O vencedor será aquele que tiver o menor tempo acumulado ao final dos cinco dias de prova.

O termo downwind, que significa “a favor do vento”, possibilita aos praticantes velejar por horas e horas a fio somente com a prancha, a pipa e a força da natureza. E esse trecho do litoral nordestino é considerado um dos melhores lugares do mundo para a prática da modalidade.

Atletas como Reno Romeu e Marcela Witt, referências mundiais no estilo freestyle – que privilegia as manobras mais radicais em cima da prancha – estão entre os confirmados no evento. Desta vez, eles terão que testar os limites da resistência durante as cinco etapas do rally.

Recordista mundial do Guinness Book com o maior número de giros no ar em uma mesma manobra (sete 360º), o carioca Reno Romeu destaca que, além da habilidade no kite, a preparação física e mental serão fundamentais para o sucesso na disputa.

Reno está inscrito na categoria Elite, a principal em jogo, e competirá ao lado de grandes nomes da modalidade no rally. “Normalmente meu treinos são mais focados em explosão e impactos para os tipos de manobras que faço”, conta Romeu. “Então meu maior desafio neste evento será a resistência, com certeza”.

O atleta acaba de voltar de uma temporada na Europa, onde explorou uma série de lugares desconhecidos e perfeitos para o kite. Já a caminho do Nordeste, ele também ressalta que o equipamento também pode fazer a diferença durante o downwind do Sertões.

“Escolher o tamanho da pipa será fundamental para ter velocidade e ganhar tempo. A maré no Nordeste brasileiro varia muito, criando vários caminhos diferentes”, diz Reno. “O material também muda bastante. No freestyle usamos uma pipa bem dura, que cansa muito os braços, porém ela é super precisa para fazer as manobras. No downwind vamos ter que usar pipas diferentes, mais macias, que irão facilitar você estar na água por muitas horas e fazer o menos estresse possível no corpo”, relata o atleta de 31 anos.

“Mesma coisa com a prancha, no freestyle usamos pranchas duras, pois nos possibilita saltar mais alto, mas como nessa prova de resistência não vamos saltar, vou usar pranchas mais macias para não sofrer tanto com os impactos das ondas”, acrescenta Romeu.

Na Elite feminino, Marcela Witt é um dos nomes que prometem chegar forte na disputa. A atleta, que é campeã brasileira de strapless freestyle, também vem especializando-se em travessias de downwind e acumulou quilômetros preciosos na bagagem nos últimos anos.

“A expectativa está lá em cima. Já fiz alguns downwinds longos, de 600 km e até de 1.000 km. No ano passado fomos do Ceará até a Amazônia, então estou acostumada a completar este tipo de travessia. Só nunca havia imaginado fazer isso como uma corrida”, conta Marcela, que mostrou um pouco do seu lifestyle e versatilidade em diferentes modalidades aquáticas no programa Morando na Estrada, exibido pelo canal Off.

A atleta também destaca o clima de amizade entre os participantes do Rally Sertões Kitesurf e reforça que a escolha dos equipamentos corretos poderá ser um diferencial nesta primeira edição da prova.

“Estou muito animada. O clima é de uma galera muito unida e todo mundo ainda vai estar junto no acampamento à noite. Confesso que não sei o que esperar, porque nunca fiz um downwind com tantas pessoas na água, mas acho que a energia estará muito boa”, diz Marcela, uma das 33 pessoas, entre homens e mulheres, que inscreveram-se na categoria Elite.

“Em um campeonato como esse a segurança está em primeiro lugar, então exige o uso de colete, GPS e localizador. Já a pipa será a mesmo que uso no dia a dia para o kitewave e o strapless freestyle, mas que também é muito boa para o downwind. São muitos quilômetros, então acho que mudar de material agora não seria uma boa estratégia para mim”, finaliza a atleta.

Atletas estarão divididos nas categorias Elite, Adventure e Master. Foto: Eliseu Souza.

Sertões Kitesurf 2021

Sistema de disputa

As categorias em disputa do Sertões Kitesurf são:

– Elite (masculina e feminina), para os velejadores mais experientes, que enfrentarão as maiores distâncias e o trecho completo todos os dias (500 km);

– Adventure: contará com um percurso mais curto (cerca de 250km). Reúne também velejadores experientes, mas que preferem um percurso mais contemplativo.

– Master, para velejadores acima dos 50 anos, que farão a mesma rota da categoria Adventure

A prova é baseada no formato e dinâmica de um rally de velocidade. O objetivo é cumprir a maior distância no menor tempo, sempre computando o último waypoint como linha de corte para a cronometragem.

O waypoint inicial será em São Miguel do Gostoso/Touros (RN) local da largada; e o final na Praia do Preá, em Cruz (CE). O tempo de cada competidor é validado pelo GPS individual e os resultados serão apresentados ao final de cada dia. O vencedor da competição é o que tiver o menor tempo acumulado ao final dos cinco dias de prova.

Etapas

>> 08/10: Check in São Miguel do Gostoso/Touros (RN) – Kauli Kite Center

1ª. Etapa – 09/10 – sábado:
São Miguel do Gostoso/Touros (RN) > Guamaré/Praia do Minhoto (RN) – 92 KM.

2ª. Etapa – 10/10 – domingo:
Guamaré/Praia do Minhoto (RN) > Icapuí/Praia da Placa (CE) – 130KM.

3ª. Etapa – 11/10 – segunda-feira:
Icapuí/Praia da Placa (CE) > Beberibe/Praia das Fontes (CE) – 87 KM.

4ª etapa – 12/10 – terça-feira:
Beberibe/Praia das Fontes (CE) > Amontada/Praia de Icaraizinho (CE) – 127 KM.

5ª etapa – 13/10 – quarta-feira:
Amontada/Praia de Icaraizinho (CE) > Preá/Cruz (CE) – 97KM.

>> 14/10: Check out – Preá/Cruz (CE) – Rancho do Kite.

Mapa do trajeto de 500 km do Sertões Kitesurf. Foto: Divulgação.






Acompanhe o Rocky Mountain Games Pedra Grande 2024 ao vivo