Um velho fantasma volta a rondar o skate nacional: a modalidade poderá ter que se submeter à Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP), segundo revelado pelo portal UOL.
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Esta é uma velha disputa da CBSk com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Em 2017, depois de ter seu pedido de filiação negado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) lançou no dia 13 de janeiro de 2017 uma campanha na internet para ser reconhecida como a entidade que cuidaria do processo olímpico no Brasil para os Jogos de Tóquio 2020.
Apesar da movimentação da CBSk, o COB, na época, anunciou que daria prosseguimento ao pedido de filiação para a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação. A atitude revoltou skatistas da elite que, liderados por Bob Burnquist, se uniram em prol de um movimento de boicote às Olimpíadas caso o comitê não revisse sua decisão.
No final, com apoio irrestrito dos skatistas, a CBSk venceu o cabo de guerra e conduziu o skate brasileiro durante os jogos olímpicos de Tóquio.
Porém, seis anos depois, a discussão retrocedeu e, de novo, os skatistas podem precisar se submeter à Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP). No próximo dia 10 de fevereiro, a assembleia da CBSk se reúne para deliberar sobre “a aceitação ou não da fusão da CBSk com a representação dos demais roller sports no Brasil”, mas já se sabe que a proposta será recusada.
Em caso de nenhum acordo ser alcançado pelas diferentes entidades, o Comitê Executivo da World Skate (que rege o skate a nível global e é ligada ao comitê olímpico internacional representando no Brasil pelo COB) deverá escolher a federação nacional responsável por todas as modalidades.
O maior problema nesse cenário é a atual crise entre CBSk e COB. Ano passado, Eduardo Musa, presidente da CBSk, recebeu uma suspensão da World Skate e está proibido de participar de eventos internacionais do skate até novembro de 2025.
A punição a Eduardo Musa veio após declarações públicas na época, criticando a decisão da federação internacional e a ausência de um calendário definido para a classificação dos atletas a Paris-2024.
Musa também perdeu o acesso ao sistema de gestão de recursos do COB e criticou a decisão, dizendo que a entidade foi contra o seu próprio estatuto: “O presidente do COB não está seguindo o estatuto. O COB deveria cumprir justamente o papel que o fez surgir: proteger e resguardar os direitos das suas filiadas. Vamos seguir procurando justiça no Tribunal Arbitral do Esporte, para reverter a decisão arbitrária da World Skate, e em foro nacional de direito contestar essa decisão também arbitrária do COB”, declarou na época.
Contudo, mesmo afastado da presidência da CBSk, Musa conta com o apoio dos atletas, que sinalizam reiterar o apoio maciço da comunidade do skate brasileiro contra a fusão com a CBHP e possível boicote às Olimpíadas caso não sejam ouvidos.
Segunda a reportagem do UOL, uma solução, aceita pela World Skate, seria algo parecido com uma federação partidária, recentemente permitida no Brasil. CBSk e CBHP teriam gestões independentes, caixas independentes, diretorias independentes, mas debaixo de uma nova entidade que existiria só para representar o Brasil perante a World Skate. É o mesmo que acontece nos esportes aquáticos dos EUA, por exemplo. No futebol, a confederação de futsal é independente, mas responde à Fifa por intermédio da CBF.
No entanto, até o momento, não há sinais de que CBSk e CBHP aceitarão uma proposta desse tipo.