Atualmente muito se fala de produtos naturais, alimentos sem agrotóxicos e toda a cadeia de materiais que não agridem a saúde e o meio ambiente.
O novo conceito de responsabilidade socioambiental denominado EGS (Environmental, Social and Governance) tem como premissa melhorar a natureza e a vida dos seres humanos. Precisamos encontrar a harmonia.
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Então, cabe a pergunta: harmonia com o quê? Fernando Amaral, que é professor osmólogo e especialista em aromateria, aponta que se trata da harmonia com a natureza.
“Na verdade, com as leis da natureza. Não se trata de harmonia no sentido de abraçar a árvore ou andar descalço na grama ou na areia da praia, que, a propósito, são vivências muito gostosas e recomendadas. Quero dizer estar em harmonia com as leis da natureza, que regem tudo em nosso corpo, isto é, regem tanto nossa vida exterior (sensações físicas), por meio da fome, do cansaço, do frio e do calor, como nossa vida interior (emoções), por meio dos anseios, dos sonhos, dos desejos, da justiça e do amor”, afirma o professor.
Para o especialista, uma das leis da natureza é a lei do movimento, que se trata de uma gigantesca lei universal que abrange absolutamente tudo e que estabelece que o movimento é exigido em tudo, o tempo todo. Água parada apodrece, o corpo parado atrofia e enfraquece, uma casa sem movimento fica suja, triste e começa a cair aos pedaços. Estar em harmonia com essa lei significa buscar o movimento, inserir-se no movimento do ambiente com boa vontade e determinação, prestar atenção ao movimento.
Por que atualmente se fala tanto em sustentabilidade? Porque a forma que vivemos é insustentável. Com todo o desequilíbrio ambiental provocado pela vida humana, os alimentos são mais fracos, o solo é menos fértil e a água potável é cada vez mais escassa para a maior parte das pessoas.
É uma ilusão provocada pela indolência acreditar que simplesmente admirar a natureza gera uma conexão adequada, ou que plantar e regar uma árvore ou uma planta promove engajamento, ou que visitar áreas verdes em parques e pontos turísticos produz algum vínculo. Precisamos nos tornar menos poluidores por meio do conhecimento, do consumo responsável, da consciência de que não podemos agir como estamos agindo.
E essa consciência tem de ser abrangente, global e permear todas as classes sociais. Vale a reflexão a fim de atingirmos uma vida mais natural. Isso faz sentido para você?
BIANCA VILELA é autora do livro Respire, mestre em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), palestrante e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde in company em grandes empresas por todo o país há mais de 15 anos. Na Go Outside fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Instagram: @biancavilelaoficial