A cidade de São Paulo reabriu no último final de semana as ciclofaixas de lazer. Importante meio de entretenimento e esporte aos paulistanos, o espaço costuma atrair milhares de pessoas nos meses de pleno funcionamento. Mas pedalar neste período de pandemia requer uma atenção especial dos ciclistas. Assim como a circulação por parques e por ruas da cidade.
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Por conta desses fatores, médicos e especialistas em bikes dão dicas de quais os cuidados que os praticantes precisam ter neste momento para aproveitar ao máximo os benefícios das bicicletas:
Higienização
Atuando na linha de frente do Covid-19, o médico e ciclista, Dr. Paulo Antonaccio (mantenedor do perfil @doctors.bike) afirma que os cuidados começam antes de subir na bike. É necessário limpar os guidões e demais regiões da bike que possam estar em contato com o corpo. Essa higienização deve ser feita com álcool gel ou líquido 70% – ou em porcentagem acima dessa. O ideal é evitar as receitas caseiras, uma vez que, para a finalidade de desativação do vírus, essas são as formas com eficácia efetivamente comprovadas.
Dr. Paulo ainda reforça que não é o momento de utilizar bikes compartilhadas. “A Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva recomenda que nenhum equipamento seja compartilhado entre atletas durante a prática de exercício físico”, explica. Isso porque, com uma bike própria, há a segurança da utilização única pelo proprietário, enquanto, com a compartilhada, há a chance de um indivíduo contaminado ter utilizado, o que pode gerar a contaminação por superfície.
Máscara
O médico explica que, para a prática esportiva, os cuidados com a máscara seguem o mesmo protocolo da utilização no dia a dia, isto é, a troca deve ser realizada a cada duas horas de uso, por conta da umidade que gera. Atualmente, já existem máscaras desenvolvidas especificamente para a prática esportiva, como a Fiber, que possui uma tecnologia específica e conta com um filtro descartável no interior da máscara, com eficácia de 95%. A duração é de até 12 horas e, após esse prazo, basta trocar o filtro para reutilizar o item.
Distância entre praticantes
De acordo com estudo recente realizado pelo Texas Medical Association, o risco de se contaminar ou transmitir o vírus ao andar de bicicleta é classificado como baixo e moderado, mas vale atentar-se aos cuidados necessários, como realizar a atividade de forma individual, e com uma distância mínima de 20 metros de outros ciclistas. “Há estudos que comprovam que, com o aumento da frequência respiratória e exaustão do corpo, mais gotículas são liberadas na prática do pedal, então, caso haja uma pessoa logo atrás, ela receberá toda essa carga de gotículas, por isso torna-se necessário manter este distanciamento”, explica Antonaccio.
Estímulo para adoção da bike no dia a dia
A bike é um dos transportes mais seguros para se deslocar em meio a pandemia, e tem se tornado uma tendência na Europa, nos EUA e também aqui no Brasil. Segundo a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), a entidade registrou aumento de 50% nas vendas de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram obtidos depois de uma pesquisa com 35 associados.