Em 2023, Courtney Dauwalter fez história ao se tornar a primeira atleta a vencer as três maiores provas do ultrarunning no mesmo ano: Hardrock 100, UTMB e Western States Endurance Run. Qual é o segredo da atleta?
Se Courtney Dauwalter pudesse viajar no tempo, ela faria o seguinte: embarcaria em um vagão de trem cruzando o continente americano, tipo Oregon Trail, por uma semana ou mais, só para ver se conseguiria realizar a proeza. Seria difícil e meio porco, mas Courtney se questiona que tipo de pessoa ela seria se decidisse fazer essa jornada. Será que pararia nas planícies para virar fazendeira? Conseguiria chegar às Montanhas Rochosas? Quanto sofrimento ela aguentaria e quanto medo teria do terreno à sua frente?
“Se você chega em Denver e vê uma cordilheira enorme saindo da terra, você é o tipo de pessoa que para e pensa: ‘Que ótimo’?” “Ou aquela que avalia: ‘O que será que tem do outro lado?’”.
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Courtney é provavelmente a melhor corredora do mundo – uma atleta que aparece uma vez em uma geração. É difícil não notá-la nas corridas mais famosas do esporte, e não só por causa das bermudas de basquete estilo anos 90 que ela usa (sua explicação: ela simplesmente curte). É porque ela frequentemente corre entre os principais homens do esporte, sorrindo sob seus óculos de sol espelhados. Courtney tem 38 anos, 1,70 de altura e é magra, um sorriso marcado e mechas nos cabelos, por conta do sol de altitudes elevadas, onde passa muito tempo.
Ela compartilhou seu sonho da vida comigo enquanto tomava uma água com gás cor de rosa em sua casa em Leadville, Colorado, após um treino matinal de quatro horas. Suas reflexões sobre a viagem de trem cruzando o país explicam por que ela é a melhor corredora de trilhas que já existiu: Courtney é curiosa. Tem curiosidade sobre a dor, sobre os limites, sobre as possibilidades. Essa qualidade é uma das bases que a tornam tão boa.
Nos últimos sete anos, Courtney ganhou quase tudo que disputou. Em 2016, ela estabeleceu um recorde de percurso no Javelina Jundred – uma volta exposta no deserto de Sonora, no Arizona. Naquele mesmo ano, ela venceu as 100 milhas da Run Rabbit Run em Steamboat Springs, Colorado, por uma margem de 75 minutos, apesar de ter sofrido cegueira temporária nos últimos 19 quilômetros (ela só conseguia ver um pedaço nebuloso dos próprios pés). Por causa das enormes distâncias do ultrarunning, não é incomum vencer com tanta margem, mas isso não acontece com a frequência de Courtney.
Em 2018, ela venceu a competitiva Western States 100, na Califórnia, em sua primeira vez correndo a prova. Um ano depois, estabeleceu um novo recorde de percurso ao vencer a prestigiosa Ultra Trail du Mont Blanc (UTMB), superando a segunda colocada por pouco menos de uma hora. Em 2022, ela estabeleceu o tempo mais rápido já registrado na Collegiate Loop Trail de 268,6 quilômetros em seu quintal no Colorado. Também venceu (e estabeleceu um novo recorde de percurso) a Hardrock 100, um extenuante circuito de altitude pelas San Juan Mountains.
Courtney também é uma das poucas corredoras de seu calibre a se envolver seriamente em corridas de longa distância. Em 2017, ela venceu o Moab 240 – sim, são 240 milhas, ou 386 quilômetros – em dois dias, nove horas e cinquenta e cinco minutos, dez horas à frente da segunda colocada. Ela correu ainda mais na Big’s Backyard Ultra em 2020, um teste de força de vontade em que os atletas devem correr uma volta de 6,706 quilômetros a cada hora, (o equivalente a um pace de 100 milhas a cada 24 horas) até que sobre apenas uma pessoa correndo. Courtney estabeleceu o recorde de percurso feminino com 456 quilômetros.
Certa vez, ela enxugou o suor da testa e o viu se transformar em sementes de romã.
Considerando tudo o que ela conquistou, é difícil acreditar que este verão tenha sido o de maior sucesso até agora. No final de junho, ela voltou à Western States, onde quebrou o recorde do percurso feminino por mais de uma hora e terminou em sexto lugar no geral. Quando ela ultrapassou Jeff Colt, que terminou em nono, ele se lembra de como ela estava calma e controlada, correndo sozinha. “Meu coelho olhou para mim e disse: ‘Jeff, não consigo nem acompanhá-la agora’”, ele contou. Menos de três semanas depois, ela venceu o Hardrock novamente, ficando em quarto lugar geral e estabelecendo um novo recorde feminino. A corrida muda de direção no percurso circular a cada ano, e ela agora detém os recordes no sentido horário e anti-horário.
Com a ideia de se testar mais uma vez, no final de agosto ela viajou para a França para correr a UTMB novamente. Ela também foi campeã naquela corrida, tornando-se a primeira pessoa na história a vencer as três corridas em um único verão. “Ela é um daqueles humanos que desafiam até mesmo o conceito de ponto fora da curva”, diz Clare Gallagher, ex-vencedora da Western States que já competiu contra Courtney no passado. “Eu olho para as realizações do verão dela e não tenho palavras. É realmente difícil conceituar.”
Courtney liderou a UTMB desde o início e terminou mais de uma hora à frente da segunda colocada. Ao descer o trecho final da trilha, ela foi seguida por uma enxurrada de câmeras e um grupo de pessoas que pareciam querer apenas absorver um pouco da sua magia. Enquanto as multidões gritavam em ambos os lados da linha de chegada em Chamonix, ela olhou para os espectadores e bateu palmas na direção deles, nunca levantando as mãos acima da cabeça ou levantando os punhos no ar. Depois de abraçar seus pais e seu marido, Kevin Schmidt, de 39 anos, ela correu de volta na direção em que acabara de chegar para cumprimentar centenas de fãs.
COURTNEY cresceu nos subúrbios de Minneapolis, em uma família unida e sempre ativa. Todas as crianças jogavam futebol e, quando não estavam treinando, estavam ocupadas construindo fortes nas árvores ou inventando brincadeiras no parque. No sétimo ano começou a correr cross-country e no oitavo ano ingressou na equipe de esqui nórdico. Ela afirma ter passado os primeiros anos apenas tentando se manter de pé, mas no ensino médio foi tetracampeã estadual de esqui nórdico e frequentou a Universidade de Denver com uma bolsa de esqui cross-country. Ela diz que seus pais – que agora frequentemente fazem seu apoio nas provas – deram o exemplo. “Você trabalha duro, dá tudo o que tem, mas não esquece de se divertir”, diz ela.
Os invernos de Minnesota são conhecidamente frios, e ela credita sua capacidade de enfrentar as condições implacáveis à sua busca interior. “Passando a infância lá, você simplesmente aprende a fazer as coisas, independentemente do clima”, diz ela. Ela também aponta para um treinador de cross-country que a ensinou a pensar de forma diferente sobre a dor. “Ele lançou as bases para a compreensão de que o corpo é capaz de muita coisa”, diz ela. “Podemos superar esses sinais iniciais dizendo a nós mesmos que isso é o que temos, e o melhor a fazer é girar a chave. Sempre há mais uma marcha.”
Depois da faculdade, Courtney ensinou ciências no ensino fundamental e médio em Denver, onde conheceu Schmidt. “Uma mulher com quem trabalhei e um cara com quem ele trabalhava eram casados e sempre nos colocavam nos mesmos lugares”, diz ela. “Eu não percebi que eles estavam de cupidos!” Schmidt, que trabalha como engenheiro de software, também compete nas corridas. Ele e Courtney treinam juntos – às vezes ele se junta a ela na segunda corrida do dia – e se apoiam durante as corridas. Quando me encontrei com eles em Leadville, Courtney tinha acabado de fazer apoio para Schmidt nas 160 milhas na Suíça. Durante as corridas dela, ele mapeia os splits, cuida do que ela precisa nos pontos de apoio e atua como capitão da equipe. Ele é o “cérebro de planilha” para o “cérebro tie-dye” dela, como ele diz, e também oferece apoio emocional.
“É muito claro para mim quando ela entra na caverna da dor, então tento o meu melhor para suprir lanches e incentivo”, diz Schmidt. Uma vez, enquanto levava ao ponto de apoio tudo que Courtney precisava para passar a noite, o pneu do carro de Schmidt furou. Ele acabou correndo os últimos cinco quilômetros para alcançá-la a tempo.
Quando Courtney começou a correr de forma mais competitiva e a vencer, ela e Schmidt tiveram uma série de discussões sobre como queriam que fosse a vida a dois. No final das contas, eles decidiram que ela deveria tentar dar uma chance à corrida profissional. Em 2017, sem patrocinador e com muitas incógnitas no horizonte, ela deixou a docência para correr em tempo integral. “O que queríamos era olhar para trás quando tivermos 90 anos e não perguntar e se ? sobre qualquer coisa”, diz ela.
Courtney parece ter uma rara capacidade de expandir suas fronteiras sem passar do limite.
Mike Ambrose, ex-gerente de equipe da Salomon, ofereceu a Courtney seu primeiro patrocínio como corredora de trilha naquele mesmo ano. Ela ainda era nova no meio, mas Ambrose percebeu que era motivada e que o talento estava lá. “Ela está super curiosa para ver aonde chega”, diz ele. “Ela já tinha uma capacidade enorme vinda do esqui nórdico e seu tempo de 24 horas era coisa de louco. Eu pensei, bem, se ela adquirir mais experiência em trilhas, obviamente terá capacidade mental e física.”
Apesar de sua capacidade atlética e força mental quase sobre-humanas, Courtney também é muito normal. Gosta de nachos, doces e cerveja. Assiste aos canais de esportes (os Vikings são seu time da NFL, embora ela esteja no território dos Broncos há anos) e quer passar tempo com as pessoas que ama, incluindo seus pais e os amigos que costumam fazer os apoios para ela.
ULTRARUNNING frequentemente vê estrelas de curta duração, corredores que dominam por alguns anos antes de se esgotarem ou desacelerarem, seja por overtraining ou simplesmente pela passagem do tempo e pelo desgaste do corpo. Courtney, no entanto, parece ter uma rara capacidade de expandir suas fronteiras sem passar do limite. Como elite, corre longas distâncias há sete anos. Gallagher se pergunta como ela conseguiu evitar lesões, dado o volume de corridas fisicamente exigentes de que participa.
Mike Wolfe, ultrarunner dono de uma academia para atletas de montanha em Montana, acha que Courtney foi inteligente ao se tornar atleta de alto nível “Alguns atletas têm sucesso rápido e depois tentam crescer, com um grande volume de treinos e corridas”, diz ele. “Parece que ela foi mais atenciosa ao longo dos anos e se permitiu evoluir até o nível atual.” Schmidt, que a conhece melhor do que quase ninguém, diz acreditar que essa habilidade vem em grande parte da intuição: “Ela treina com base no que sente que precisa em um determinado dia. Isso se transfere para as corridas, permitindo que ela tire o máximo proveito de si mesma.”
Duas semanas antes de partir para a UTMB, Courtney e eu saímos para correr juntas nos arredores de Leadville. Ela estacionou no início da trilha com os tênis e a mochila já calçados. Isso é típico: ela geralmente acorda cedo, responde alguns e-mails, toma um café e sai para correr. Normalmente ela já tem uma ideia aproximada de quanto tempo ou que distância vai fazer e ajustará isso com base em como está se sentindo. Alguns dias faz um treino maior ou corre duas vezes; outros dias ela pega leve ou anda de bicicleta. No inverno, esquia.
Ultrarunners podem ser peculiares, às vezes correndo distâncias muito longas em esteiras, se estão presos em um barco, por exemplo, ou correndo em círculos ao redor do estacionamento de um aeroporto durante uma longa escala. Courtney não faz nada disso, mas ela acorda às 2h da manhã antes de um voo cedo porque não vê dias de viagem como dias de descanso. Mas ela também é boa em dias de descanso. Suas férias ideais – embora ela não as tire com frequência – são na cadeira de praia com um livro, sem permissão para correr.
Antes de uma competição, Courtney não come – ela apenas bebe uma xícara de café. Ela liga para os pais antes de largar, para saber o que estão fazendo e quais são os planos para o dia. É algo em que pode pensar enquanto corre, conta. Durante sua segunda tentativa de 160 quilômetros, sua mãe deu a ela uma pequena moeda do sinal da paz que Courtney agora carrega em sua mochila em todas as corridas. Às vezes ela recita mantras para continuar, como “Esteja aqui, fique aqui”. Ela diz que as linhas de chegada nunca parecem garantidas e durante a corrida ela não se permite pensar no final. “Chegar é sempre especial”, diz ela. Depois, ela se recupera comendo algo com queijo e bebendo uma cerveja.
À medida em que subimos continuamente entre pinheiros com vista para o Monte Massive, de 4.397 metros, falamos sobre sua experiência com a dor. “Não acho que a dor seja uma coisa ruim”, diz. “Acho que as coisas podem ser divertidas e dolorosas ao mesmo tempo. Acho que se divertir não significa rir o tempo todo. Quando estou na caverna da dor, é divertido para mim. Explorar isso é muito legal.”
Pergunto a ela se a caverna da dor a que ela se refere com tanta frequência realmente parece uma caverna. “Esse é apenas o visual que construí na minha cabeça”, diz ela. “Imagino colocar um capacete, agarrar um cinzel e ver o que acontece. Não sei se eventualmente chegarei ao fim da escultura, ou se não serei capaz de me convencer mentalmente a entalhar mais, mas por enquanto isso está cada vez maior.” Ela não sabe onde estão os limites ou como serão. Mas quando deixa de ser divertido, ela não volta mais.
Alguns quilômetros adiante, uma brisa fresca sopra pela floresta subalpina e Courtney abre bem os braços, como se não quisesse esconder como é bom estar aqui. Ela adora o outono. “Temporada de moletom e shorts? Essa combinação é minha favorita.” Ela lista com genuíno deleite seus lanches de outono: cerveja de abóbora, Black IPAs, café com leite de abóbora com especiarias, milho doce. Quando concordo que o milho doce é realmente ótimo, junto com as abóboras doces gigantes, ela exclama: “Sim! Oh meu Deus! As pessoas amam ou odeiam. Eu adoro. E as abóboras? Tão boas. Um milho doce maior? Perfeito!”
A positividade de Courtney é uma das razões pelas quais a comunidade de corrida em trilha a adora. No Km 125 da Western States deste ano, no posto de controle chamado Rucky Chucky, os corredores tiveram que atravessar o rio em botes, porque a água estava alta demais para caminhar a pé. Courtney pulou no barco, perguntou ao voluntário do bote como ele estava, agradeceu a ele e a todos os outros por estarem lá e acenou para a multidão reunida na margem oposta. Não como uma rainha, mas como uma criança acenando para os pais no palco de uma peça da escola. Seu entusiasmo é magnético. Ela está realmente se divertindo.
COURTNEY desistiu da primeira corrida de cem milhas em que participou. Isso foi em 2012, e ela admite que não pensou necessariamente no componente mental do que estava tentando. “Pensei nisso como uma atividade física. Era apenas uma coisa – você poderia fazer ou não”, diz ela. “Então percebi que o jogo mental é enorme e as peças começaram a clicar.” De muitas maneiras, ela considera essa a corrida da qual mais se orgulha, por causa do que aconteceu depois. “A configuração do meu DNF foi perfeita, porque decidi desistir neste posto de socorro que ficava no meio do nada. Eles disseram, ‘OK, você pode parar, mas vai demorar um pouco até que haja uma carona.’ Então eu estava agachada debaixo dos cobertores, observando todos os corredores passarem. Decidi: ‘Quero ser uma pessoa que consegue correr 160 quilômetros, então vou descobrir como se faz isso’. ”
Agora Courtney acolhe bem os desafios psicológicos, mesmo os mais estranhos. Ela tem uma camisa – feita pela Tailwind, um de seus patrocinadores – inspirada em alucinações que teve durante algumas corridas de longa distância, com gatos brancos pela trilha, um violoncelista e um círculo de ursos abraçados. Certa vez, ela enxugou o suor da testa e o viu se transformar em sementes de romã.
Às vezes ela faz jogos mentais consigo mesma. Durante a UTMB deste verão, quando ela estava realmente começando a sentir dores, ela repetiu para si mesma: “Robô, robô, robô”, para continuar se movendo. Ela também tem o hábito de usar “nós” no lugar de “eu”. Ouça qualquer podcast com ela e você vai ouvir: “Vamos tentar aproveitar isso o máximo possível” ou “Se estivermos todos envolvidos nisso, e nosso cérebro e nosso corpo fizerem parte da aventura, e continuarmos aprendendo com cada tentativa e cada corrida que fazemos….” A princípio pensei que isso acontecia porque ela e Schmidt eram uma equipe muito unida – e ambos concordaram que eram – mas ela explicou que “nós” geralmente se refere a ela e às suas pernas.
“Ela tem um nível estranho de resistência mental”, diz Wolfe. “Ela tem um nível extra de sofrimento incomparável”, concorda Gallagher. “Queremos colocar rótulos nas coisas. Talvez seja sua juventude praticando esqui nórdico em Minnesota, talvez seja por isso que ela é tão robusta ou boa em lidar com lesões, mas há tanto mais que nem conseguimos nomear.”
Ao mesmo tempo, ela nunca parece permitir que a pressão ou a expectativa atrapalhem. Muitas vezes está apenas tentando permanecer no momento. Colt acha que isso é parte do motivo pelo qual ela se saiu tão bem na Western States este ano. Muitas pessoas achavam que ela quebraria o recorde; poucas pessoas pensaram que ela iria quebrar 16 horas. Até mesmo Schmidt diz que a equipe de apoio se apressava para chegar aos postos de apoio a tempo. Ao vê-la naquele dia, Colt sentiu como se a tivesse visto ultrapassar todos os limites.
“Ainda é muito difícil para todos entenderem o que ela fez nesta temporada”, diz Wolfe. “Tantos 1% dos 1% melhores ultrarunners tentaram feitos semelhantes e fracassaram.”
Courtney descobriu uma maneira de testar sua força mental sem quebrar, de treinar com uma intuição sintonizada e de resistir à pressão das expectativas de outras pessoas sobre o que ela é capaz. E ainda assim, para ela a melhor parte dos treinos e das corridas são os ajustes. “Espero nunca ter uma corrida perfeita”, diz ela, “e que sempre haja algo em que eu possa refletir depois e pensar nos pontos a melhorar”.
Perguntei a Schmidt por que ele acha que sua esposa é tão boa. “Ela é cabeça dura!” ele brinca. Mas depois ele volta ao assunto: “Ela é a pessoa mais durona que conheço.”
Quando Courtney e eu nos conhecemos e ela me contou seu sonho de cruzar os EUA em uma carroça coberta, disse: “Penso nas pessoas que acharam que aquilo era bom. Mas será que é bom, mesmo?” questiona. “Será que você se perguntaria: ‘Isso é o melhor que pode ser?’ E havia as pessoas curiosas, que queriam saber o que tinha mais adiante, e acabaram chegando no Oregon. Não sei que pessoa eu seria”, diz. “Quero crer que eu seria aquela que continuaria.”
*Meaghen Brown é contribuidora frequente para a Outside.