Além de produzir energia para o nosso corpo, a alimentação também tem uma ligação direta com o nosso cérebro, podendo ser uma fonte de prazer para o nosso organismo.
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Autores do livro “Pais saudáveis = Filhos Saudáveis” e adeptos da “medicina do estilo de vida”, o casal de médicos Thanguy e Patrícia Friço explica que dois hormônios produzidos nos neurônios são peças-chave para compreender a relação entre o cérebro e a alimentação como fonte de prazer. “É por meio da dopamina e da serotonina que ficamos felizes e de bom-humor e uma das matrizes que aumentam os níveis desses hormônios no organismo são os alimentos”, afirma Thanguy. Não é de se estranhar, então, que as pessoas busquem aplacar na comida suas tristezas.
Quando se trata de alimento como fonte de prazer, ganha elevado destaque o carboidrato (açúcar). O problema é que esse macronutriente ingerido em excesso é causador de muitas doenças, tais como obesidade, diabetes, síndrome metabólica, entre outras. Patrícia destaca que o açúcar é viciante para o cérebro humano. E a explicação para isso pode ser encontrada na história. “Na pré-história, nossos ancestrais gostavam de três tipos de alimentos: gordura, comidas salgadas (para não haver desidratação) e o açúcar, que era encontrado na frutas”, explica.
Tal dieta causou uma relação de dependência dos homens para com esses tipos de alimentos que perdura até hoje. Não à toa, comenta Thanguy, toda a combinação feita pela indústria de alimentos que tenha esses três pilares é praticamente certeza de sucesso. “Não devemos esquecer que fast food é basicamente doce, sal e gordura, mistura que ao ser ingerida pelo organismo faz o cérebro enviar mensagens dizendo: ‘eu quero mais’”, diz.
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Alimentação x cérebro: como lidar com a dependência
Mas como quebrar essa dependência e manter uma relação mais saudável com os alimentos? Primeiramente, é preciso estar ciente do tempo que o cérebro leva para ser avisado de que o organismo está saciado. De acordo com Patrícia, demora em torno de 20 minutos. Contudo, leva-se em média apenas 11 minutos para ingerir um lanche composto de hambúrguer, batata frita e refrigerante, por exemplo. “Dessa forma, é natural que nosso corpo peça por mais comida, já que não teve tempo de satisfazer-se”, explica. Assim, a médica recomenda que se mastigue lentamente os alimentos, para que o tempo cérebro fique apto a receber o sinal de que o corpo está saciado e de que não há necessidade de ingerir mais alimentos.
Para mitigar os efeitos nocivos de uma alimentação desmedida à saúde humana, é preciso ainda, segundo Thanguy, ter clareza de que cada prazer obtido com a ingestão de uma comida calórica necessita de uma medida de compensação, que normalmente vem através da realização de atividade física. Conforme o médico, é evidente que um pedaço de pudim causa mais prazer do que uma hora de caminhada na esteira. “Por isso é preciso entender que a compensação é muito necessária e deve ser imediata para que funcione”, diz.
Além de mastigar lentamente e fazer exercícios físicos, Thanguy e Patrícia Friço recomendam outras atitudes para que se evite a ingestão exagerada de alimentos. Entre elas: realizar as refeições em horário fixo, evitando o costumeiro ato de “beliscar”; manter uma dieta equilibrada, consumindo pouco açúcar; e ter um sono com qualidade, dormindo cerca de oito horas por dia.
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