Relação cérebro e intestino: entenda os reflexos da saúde mental

Relação cérebro e intestino
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Você já deve ter sentindo um desconforto intestinal quando passou por uma situação estressante ou quando estava ansioso. Isso acontece porque a relação entre o cérebro e o intestino é uma via de mão dupla – o que significa que a saúde mental tem mais reflexos no seu corpo do que você imagina.

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Maristela Gomes, proctologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, explica que todo este processo é complexo e envolve alimentação, qualidade de vida, sistema nervoso, flora intestinal e enzimas.

Para facilitar a compreensão, vale destacar que o intestino apresenta uma grande quantidade de neurônios e responde a estímulos do cérebro. Em casos de estresse, ansiedade e depressão, por exemplo, há uma redução de oxigenação e até mesmo do fluxo sanguíneo para o órgão, o que leva a mudanças significativas em seu funcionamento.

“Nestas situações, o organismo reduz a oxigenação e prioriza o fluxo sanguíneo para algumas partes específicas. Isso interfere na digestão e na absorção de nutrientes, traz mudanças para a flora intestinal e promove o aumento de substâncias deletérias”, explica a médica. Segundo Maristela Gomes, essas alterações podem resultar em sinais como o aumento de gases e de diarreia durante o período em que houver a alteração emocional.

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Na contramão, alterações na flora intestinal podem sinalizar tendência a doenças como Alzheimer, depressão e autismo.

“Sabemos que existem alguns tipos de flora intestinal que aumentam a chances do desenvolvimento destas doenças. Apesar de ser algo individualizado e que ainda não é completamente esclarecido, é muito importante manter essa região equilibrada”, comenta a proctologista.

Para conquistar esse equilíbrio, é preciso manter uma dieta saudável, rica em fibras, com pouca gordura e evitar a ingestão de alimentos condimentados. Outra indicação é incluir o consumo de prebióticos, praticar regularmente da atividade física e manter o cuidado com a saúde mental.

“A flora saudável é essencial para garantir que a troca de informações do intestino com o cérebro ocorra com menos interferências, além de garantir melhores condições metabólicas e imunológicas”, diz.

Como avaliar alterações do sistema digestório?

Apesar da conexão entre saúde mental e intestino, não se deve generalizar problemas intestinais e tratar todos como resultado de ansiedade, depressão ou quadros de estresse. De acordo com a proctologista, o surgimento de algum tipo alteração intestinal deve ser um sinal de alerta para procurar um especialista e afastar a possibilidade de doenças graves.

“Nem toda alteração é ocasionada por estresse, ansiedade e depressão e essas doenças não podem retardar a investigação de problemas como intolerâncias, retocolite, doença de crohn e até mesmo o câncer de intestino”, afirma.







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