Novo estudo científico destaca que uma caminhada energética de 20 minutos por dia pode ser a chave para melhorar a saúde e reduzir os riscos cardiovasculares. De acordo com a pesquisa publicada hoje no boletim científico Circulation, da Associação Americana de Cardiologia, a atividade física regular desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde do coração.
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No entanto, o estudo também alerta para a preocupante realidade dos grupos de população que praticam menos exercício e, consequentemente, estão mais propensos a sofrer de doenças cardiovasculares. São eles, adultos mais velhos, mulheres, negros, pessoas com depressão, aqueles com menor capacidade socioeconômica e residentes de áreas rurais, segundo os pesquisadores.
Os especialistas ressaltam a importância de aumentar os recursos e desenvolver iniciativas que promovam a atividade física de forma sustentada, principalmente para esses grupos menos privilegiados. Essa abordagem é considerada essencial para reduzir as desigualdades em termos de saúde cardiovascular.
Os resultados do estudo baseiam-se em uma análise minuciosa dos níveis de atividade física em diferentes segmentos da população adulta, além de uma revisão das estratégias utilizadas para aumentar a prática de exercícios em grupos com menor acesso a recursos ou com maior risco de problemas cardiovasculares.
Gerald J. Jerome, do Departamento de Cinesiologia da Universidade de Towson, nos Estados Unidos, destaca a importância de promover a saúde cardíaca de todos os indivíduos. “Descobrimos que muitos grupos que apresentam problemas cardíacos também possuem níveis baixos de atividade física. Sabemos que a prática regular de exercícios é um componente essencial para uma saúde cardíaca ótima. Esses resultados nos oferecem a oportunidade de concentrar nossos esforços em programas de atividade física nas áreas em que são mais necessários”.
No estudo, os pesquisadores explicam que a atividade física regular mantém o coração forte, sendo suficiente uma caminhada enérgica de 20 minutos por dia.
Os investigadores chegaram a esta conclusão depois de analisarem os níveis de atividade física de diferentes grupos de adultos e de reverem as estratégias para aumentar a atividade física em grupos com poucos recursos ou com risco de má saúde cardiovascular.
A Associação Americana de Cardiologia utiliza oito fatores para avaliar a saúde cardiovascular e os riscos associados. São eles: pressão arterial, colesterol, níveis de açúcar no sangue, índice de massa corporal, hábito de fumar, atividade física, qualidade do sono e dieta. No entanto, menos de 25% dos norte-americanos conseguem atingir a recomendação da Associação Americana do Coração de praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana.
Os pesquisadores analisaram os dados de programas de atividade física desenvolvidos com o intuito de melhorar os níveis de exercício em grupos específicos. Por último, os peritos aconselham, na publicação, que os programas de atividade física se adotem com a participação da comunidade para satisfazer as suas necessidades e desenhar programas que sejam acessíveis e culturalmente apropriados.
“Infelizmente, muitos dos grupos que enfrentam um maior risco de desenvolver doenças cardíacas também relatam, em média, um menor nível de atividade física”, lamenta Jerome.