Alemão de Maresias também é responsável pelo novo recorde de maior onda da história

Por Redação

Lapidado nas bombas de São Sebastião (SP), Alemão de Maresias é big rider, piloto de jet-ski e especialista em segurança aquática. Foto: Pablo Garcia.

Na última semana, o big rider Sebastian Steudtner foi homologado como novo recordista mundial ao descer uma craca de 26,21 metros em outubro 2020 na Praia do Norte, Nazaré, Portugal.

Mas o feito de maior onda da história não foi comemorado isoladamente por Steudtner. O brasileiro Edilson Assunção, conhecido como Alemão de Maresias, também foi protagonista do recorde.

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Natural do Paraná e lapidado nas ondas de São Sebastião (SP), Alemão foi o piloto do jet-ski que conduziu o novo recordista à onda e também quem avistou e escolheu a bomba surfada pelo atleta, ao avaliar que ela tinha grande potencial.

“Fui convidado pela Maya {Gabeira} para ir para Nazaré para ser o driver dela e do Sebastian. Nesse dia do recorde, passamos umas seis horas no mar, quando enxerguei aquela onda e vislumbrei a possibilidade de ela ser a maior onda surfada no dia. Isso aconteceu e agora o novo recorde mundial de ondas gigantes está confirmado”, relata Alemão.

Mas a experiência para ser um piloto de tow-in não surgiu somente das habilidades no jet-ski. Alemão também é surfista e costuma pegar ondas em Nazaré há muitos anos.

Há cerca de sete anos, ele vem se especializando no trabalho de fazer a condução e a segurança dos surfistas do tow-in em Nazaré, para colocá-los nas ondas, escolhendo quais acredita serem as melhores.

“Sei que o reconhecimento do meu trabalho como driver não se deve apenas à segurança na ação, à sabedoria e experiência para lidar com as situações extremas. Vem também da ética, do respeito, atitude e transparência que mantenho com todos os meus parceiros”, destaca o brasileiro.

No biênio 2021/2022, Alemão de Maresias atuou não somente como parte do time do novo recordista do tow-in, o alemão Sebastian Steudtner, e muitos outros surfistas brasileiros ou internacionais.

Por cerca de três meses ele integrou a equipe do norte-americano Garrett McNamara, lendário atleta de mares extremos que está desenvolvendo projeto intitulado ‘100 Foot Wave’ (ou ‘Onda de 100 Pés’, em tradução livre).

“Além de trabalhar com grandes atletas do tow-in do Brasil e do mundo, ter sido convidado para integrar o projeto do McNamara me deixou muito satisfeito. Considero como um reconhecimento ao meu trabalho que comparo com ganhar o recorde mundial”, diz.

Alemão tem 22 anos de experiência na atuação como piloto de jet-ski. Foto: Pablo Garcia

Entre os melhores

Alemão de Maresias, atualmente, está entre os três melhores pilotos de tow-in no mundo. Além de ter escolhido e colocado Steudtner na onda que mereceu o novo recorde, o profissional brasileiro está entre os condutores preferidos de atletas como McNamara, Pedro Scooby, Maya Gabeira, Lucas Chumbo, Italo Ferreira e Gabriel Medina.

Tanto quanto o próprio surfista que desliza nas paredes gigantes, o piloto do jet é fundamental no tow-in. O esporte só pode ser praticado em duplas, compostas pelo surfista e pelo seu piloto. Muitas vezes, até em trio, com uma segunda moto aquática atuando como ‘safety’, ou segurança.

Ao longo de sua carreira, Alemão realizou alguns resgates complexos, o que, inclusive, lhe rendeu o prêmio de maior comprometimento com os surfistas pela World Surf League, a Liga Mundial de Surfe (WSL) durante o Nazaré Tow-in Challenge 2020, fato que o colocou no posto de coordenador de segurança aquática nos campeonatos em Nazaré.

Recorde de Sebastian Steudtner

Ele pratica, além do surfe e do tow-in, outras modalidades de esportes aquáticos, como stand-up paddle e canoa havaiana, onde também se tornou uma referência. É nas ondas grandes, porém, que ele conquistou seus principais títulos e chamou a atenção de atletas e da mídia nacional e internacional.

Atualmente, uma de suas principais atividades é dar suporte, com o auxílio de jet-ski, para surfistas amadores e profissionais, além de produtores cinematográficos no que se refere ao oceano. Um verdadeiro waterman, Alemão é tratado como sinônimo de conhecimento e conexão com o oceano.

“Nesse dia, o Sebastian pegou umas oito ou dez ondas, mas essa, em particular, que gerou o recorde, vinha ‘no inside’ (mais embaixo), e eu, em alta velocidade para conseguir chegar na parte boa da onda, fiz um sinal para ele avisando que faria uma curva para lançá-lo nela, num movimento que chamamos no tow-in de ‘estilingada’. Ele entendeu, conseguiu pegar a onda e eu só fiquei torcendo para que tudo desse certo e que o Sebastian tivesse a perfeição que o levasse a concluir a onda, como foi o que aconteceu”, finaliza o brasileiro.







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