O assunto de como os preparativos para o evento de surf dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 irão afetar Teahupoo, e a comunidade que vive na pacata vila taitiana, voltou à tona com uma reportagem recente da renomada agência de notícias Associated Press. Veiculada no YouTube, a matéria mostra que, mesmo após a situação aparentemente ter acalmado, depois de um período de fortes protestos da população local e de renomados surfistas em particular, as preocupações ainda permanecem com muitas dúvidas não sanadas.
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“A onda é tão especial”, destaca Peva Levy, morador local, à reportagem da AP. “Temos que compartilhá-la. Estamos felizes em receber essas pessoas, porque precisamos compartilhar. Mas precisamos ter cuidado para não prejudicar o meio ambiente”
Neste contexto, surge a dualidade da situação. Por um lado, as Olimpíadas de Paris 2024 representam uma oportunidade econômica para Teahupoo, uma vez que o evento pode impulsionar a economia local e atrair turistas. No entanto, essa perspectiva é contrabalançada pela controvérsia central em torno da instalação de uma torre de julgamento feita de alumínio sobre o recife.
A estrutura já causou danos ao ecossistema, sendo um dos principais pontos de preocupação levantados por ativistas ambientais, como Cindy Otcenasek.
“O primeiro teste que fizeram com uma balsa destruiu um pedaço de coral. Paris 2024 sacrificou corais para sediar esses Jogos Olímpicos. Nenhum cientista que esteve envolvido na construção desta torre foi capaz de nos garantir que esta construção não tem impacto na onda”, afirma a ativista, conforme relatado pela AP.
Mesmo após a organização olímpica ter anunciado a redução do tamanho da torre em resposta às preocupações ambientais, persiste a incerteza sobre os impactos após o evento.
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“O ambiente é tão frágil, então temos que protegê-lo. Se não, perderemos tudo. Tudo”, adverte Levy, enfatizando a fragilidade do ecossistema e as possíveis consequências adversas dos preparativos olímpicos.
As preocupações levantadas pela comunidade e ativistas ressaltam a importância de um equilíbrio entre o desenvolvimento do esporte e a preservação do ambiente natural, uma questão que permanece no centro do debate conforme a data do evento, que acontecerá entre 26 de julho a 11 de agosto, se aproxima.
Assista a reportagem: