Em diferentes momentos ao longo dos anos, inúmeros casos de atletas profissionais surgiram, ilustrando situações em que a desistência de competições tornou-se uma decisão complexa. Um exemplo notável é o ocorrido em abril de 2015, quando a atleta americana Amy Hastings optou por abandonar a Maratona de Boston três semanas antes da largada devido a desafios em sua preparação. Ao mesmo tempo, seu colega de equipe, Ryan Hall, enfrentou obstáculos, incluindo lesões, mas persistiu até o final da corrida, embora com um desempenho abaixo do esperado. Essas experiências destacam a difícil escolha que atletas enfrentam quando seus treinamentos não seguem o planejado. Mas qual a melhor saída quando você não está seguindo o treino à risca?
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Nunca é fácil decidir quando jogar a toalha antes de uma competição – não apenas para atletas de elite, que dependem de bons resultados para viver. Ninguém gosta de deixar para trás taxas de inscrição, aulas puxadas e a chance de perseguir uma meta. Mas persistir nem sempre é o mais inteligente. Quando o treinamento não saiu como programado, veja como decidir o que fazer com base nos sinais de alerta que você vai encontrar.
O que fazer quando você não está seguindo o treino à risca?
Ajuste as metas
Digamos que você perdeu até duas semanas de treinos por causa de uma pequena lesão ou doença e, depois, recuperou a saúde completamente. Ou então dedicou menos horas ao treino por até quatro semanas por causa de compromissos pessoais ou profissionais. Relaxe. Ainda dá para correr a prova planejada. Para isso, reveja a sua expectativa de tempo: diminua sua meta de pace entre 5% e 10%, pelo menos na primeira metade da prova. Se estiver se sentindo bem a partir desse ponto, aumente o ritmo.
Se o treino não está fluindo como o esperado – você está perdendo seu pace nos treinos e precisando interromper corridas longas, por exemplo – e possíveis problemas de saúde, como anemia, estão descartados, considere competir, sim. Resista ao ímpeto de desistir só porque tem medo de ficar para trás.
Adie a competição
Trocando a prova por outra mais para frente, você pode ficar uma ou duas semanas longe dos treinos sem precisar reduzir as metas. Dê a si mesmo tempo para uma recuperação. Para cada semana de corrida totalmente perdida, adie a competição em três semanas. Para cada semana de treino abaixo da sua média (com resfriado, por exemplo), adie em uma semana.
A situação mais complicada é quando você se sente muito cansado. É importante saber que existe uma diferença sutil entre excesso de treinamento e overtraining. Se seus tempos têm piorado por várias semanas seguidas e seu corpo está exausto, experimente reduzir de 30% a 50% o volume por até duas semanas e limite-se a correr leve. Agora se você começar a se sentir melhor, programe-se para competir, mas mais tarde do que planejava. Se não evoluir, siga o próximo passo, abaixo.
Não está seguindo o treino à risca? Cancele e renove-se
Às vezes, você precisa realmente parar. Com lesões sérias, como fraturas por estresse, não há negociação. Mesmo as menos graves, como canelite ou fascite plantar, podem pôr fim a uma temporada. Se uma contusão se estender por mais de quatro semanas, cancele as provas futuras e mude seu foco para a recuperação.
É fácil negligenciar sinais de alerta de overtraining. Preste atenção em corridas mais lentas, dificuldade para dormir, fadiga persistente e irritabilidade. Se duas semanas de treino reduzido não começarem a reverter esses sintomas, tente ficar uma semana inteira sem calçar os tênis. Se nem isso ajudar, diga não às competições e retorne às pistas apenas quando se sentir pronto. É fisicamente possível ir adiante mesmo com overtraining, mas você nunca vai conseguir render o seu melhor se não chegar à largada com o corpo saudável, a mente tranquila e as pernas descansadas.