Em 2023 o mundo parece estar no que, até aqui, é o auge de mecanismos que proporcionam comodidade ao ser humano. De tarefas simples a complexas, sobretudo com o auxílio da tecnologia, o cérebro está de fato se esforçando menos para realizar atividades cotidianas – e nós não estamos fazendo nada para cuidar disso.
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A neurocientista do SUPERA Livia Ciacci explica que as facilidades do mundo cotidiano em muitos casos estão negligenciando aquilo que o cérebro precisa enquanto cuidado para criar sinapses.
Segundo a especialista, novidade, variedade e grau de desafio crescente são as três máximas que nos ajudam a entender o que é considerado uma rotina para o cérebro, a curto, médio e longo prazo.
“Quanto mais acelerado, competitivo e compartilhado o mundo, mais temos a sensação de que tudo é mais importante que o básico das nossas necessidades físicas e mentais, e fazemos de tudo para nos adequarmos. É uma grande cilada pensar que a produtividade vai aumentar se eu dormir menos, ou que dormir o dia todo no domingo vai ajudar no estresse, precisamos nos reconectar com o simples, o básico”, afirma.
Para saber se você está precisando dar mais atenção para o seu cérebro, a neurocientista listou dez sinais que representam um alerta:
10 sinais de que você deve cuidar mais do seu cérebro
1. Você está constantemente dividindo a atenção, fazendo ou preocupada com mais de uma tarefa simultaneamente;
2. Você não tem plena consciência de como é a própria alimentação, não tem noção se o volume de alimentos ingeridos diariamente está próximo do ideal para seu estilo de vida e acaba comendo mais industrializados do que alimentos naturais;
3. Passa mais de 2 horas diárias nas redes sociais;
3. Não consegue manter uma rotina mínima de atividade física e movimento corporal por 30 minutos todos os dias;
4. Não consegue ter um sono de qualidade, reparador e pela quantidade de horas ideal para a idade;
5. Não tem interesse por hobbies ou atividades de lazer fora da rotina e vive imerso sempre nas mesmas atividades;
6. Tem preguiça de se dedicar a atividades intelectualmente desafiadoras, como leitura, quebra-cabeças ou aprendizado contínuo de alguma habilidade. A falta de busca por conhecimento ou de desafios intelectuais pode levar à estagnação intelectual, com o cérebro perdendo oportunidades de crescimento;
7. Tem alterações frequentes no humor, como ansiedade ou irritabilidade, que podem estar relacionadas a desequilíbrios químicos no cérebro;
8. Evita interações sociais e frequentemente prefere interagir apenas via mensagens ou redes sociais, isso pode ter um impacto negativo no bem-estar emocional e cognitivo;
10. Costuma fazer uso recorrente de substâncias psicoativas, como álcool e drogas (lícitas ou ilícitas).
O que fazer para cuidar do cérebro?
O primeiro passo, segundo a especialista, é tomar consciência do que é necessário melhorar no estilo de vida, priorizar como fazer isso e traçar um plano. É muito comum observar pessoas que começam essas mudanças, mas não conseguem sustentá-las e acabam frustradas.
A dica é começar uma mudança de cada vez, com passos pequenos e fáceis, e repetir até ser um hábito. Se sou uma pessoa que toma refrigerante todos os dias, posso começar tomando um dia sim e um dia não, alternando com um suco integral. E só depois tentar parar de consumir.
“Se estou sedentária, não vou me matricular em um plano caro na academia e prometer ir todos os dias às 05:00 da manhã, mas sim começar trocando o elevador pelas escadas, e depois começar alguma aula coletiva que eu ache divertida uma vez na semana. O segredo está nos detalhes”, afirma.
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