O Tour de France 2023 alcançou oficialmente sua metade na última quinta-feira (13), quando a etapa 12 (de um total 23) chegou ao fim na cidade vinícola de Belleville-en-Beaujolais.

Ion Izagirre, da equipe Cofidis, venceu, enquanto o dinamarquês Jonas Vingegaard, da equipe Jumbo-Visma, manteve a liderança na disputa pela camisa amarela.

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Ainda tem água pra rolar, mas o Tour deste ano já produziu momentos de drama e algumas intrigas.

Para aqueles que querem se atualizar, reunimos abaixo algumas das principais histórias que você possa ter perdido.

Queda dolorida de Cavendish

O ciclista britânico Mark Cavendish tem 38 anos, uma idade avançada para um sprinter. Ao longo de sua carreira, ele venceu um total de 34 etapas do Tour, o que o iguala ao lendário belga Eddy Merckx como o maior vencedor de todos os tempos. Cavendish anunciou planos de se aposentar após o Tour de 2023. Portanto, se ele conseguiria ou não quebrar esse recorde era uma grande história antes da corrida.

Cavendish chegou perto – ele terminou em segundo lugar em um sprint na sétima etapa. Então, o desastre aconteceu na oitava. Faltando 57 km, Cavendish e alguns outros ciclistas caíram, e as imagens das câmeras o mostraram com muita dor segurando o ombro. Foi diagnosticada uma fratura na clavícula e Cavendish teve que abandonar a corrida. Agora, tudo o que se fala é se ele adiará sua festa de aposentadoria até 2024. Vamos lá, Mark, você pode se aposentar aos 39!

Rádio bizarro

Durante o Tour deste ano, a transmissão da rede norte-americana NBC Sports tem exibido trechos de áudio do Tour. Os gerentes das equipes, situados em carros atrás do pelotão, usam rádios bidirecionais para se comunicar com os ciclistas – eles os informam sobre perigos iminentes ou características geográficas e dão ordens para acelerar, desacelerar, parar, etc.

Na 11ª etapa, a transmissão exibiu um trecho de áudio fora do comum dos chefes da equipe UAE Emirates para os ciclistas. “Ok, pessoal, agora vamos para o plano C. Todo mundo pula o tigre!”, o chefe gritou pelo rádio. “Quando o crocodilo começar a nadar, vocês pulam!”

Todo esporte tem seus códigos peculiares e linguagem clandestina. Mas eu cubro o ciclismo profissional desde 2004 e nunca soube que os ciclistas também usassem códigos verbais e comunicação clandestina. Afinal, eles estão falando entre si em rádios.

Toda a situação me faz imaginar se as equipes do Tour de France também empregam operadores de decodificação que interceptam as transmissões de rádio, as traduzem e tentam obter vantagens estratégicas das mensagens. Espero que seja o caso.

Uma homenagem emocionante

O ciclista basco Pello Bilbao, da equipe Bahrain Victorious, venceu a 10ª etapa ao ultrapassar seus companheiros de fuga na cidade de Issoire. Ao cruzar a linha, o Bilbao de 33 anos apontou para o céu e depois para o coração. O gesto foi uma homenagem ao ex-companheiro de equipe e amigo de Bilbao, Gino Mäder, da Suíça, que morreu em 16 de junho após um acidente no Tour da Suíça. “Quando cruzei a linha, coloquei toda a energia que tinha dentro de mim e lembrei o motivo dessa vitória”, disse Bilbao depois.

A morte de Mäder causou comoção no pelotão – com apenas 26 anos, ele era uma estrela em ascensão que tinha as habilidades físicas para competir no Tour um dia. Vários ciclistas prestaram homenagens a Mäder com saudações de vitória e tributos nas semanas após sua morte. E antes da corrida, Bilbao disse que doaria 1 euro para cada ciclista que ele terminasse à frente em cada etapa para a associação Basoak SOS – um grupo que planta árvores em terras desmatadas – em honra a Mäder. A homenagem de Bilbao ainda mexe com minhas emoções. Quando Mäder adotou um cachorro das ruas de Bilbao, Espanha, ele o nomeou de “Pello” em homenagem ao seu companheiro de equipe.

O bebê de Wout

Nas horas que antecederam a 11ª etapa, surgiram relatos nos sites de ciclismo de que a estrela belga Wout van Aert – um importante soldado do líder da corrida Jonas Vingegaard – abandonaria a corrida naquele dia devido ao iminente nascimento de seu segundo filho. Até os comentaristas mencionaram a possível saída de van Aert – um sinal de que o rumor estava sendo levado a sério. Van Aert atacou em uma fuga naquele dia e pareceu pedalar de forma agressiva. Seria um sinal de que ele estava se despedindo do Tour?

Após a etapa, van Aert disse aos repórteres no ônibus da equipe Jumbo Visma que a história era falsa. Sua esposa, embora ainda grávida, não estava prestes a dar à luz, então seu Tour continuaria. De onde surgiu o rumor? Acontece que o ciclista dinamarquês Mattias Skjelmose, da equipe rival Lidl-Trek, disse isso a um repórter de TV da Dinamarca mais cedo naquele dia. Skjelmose se desculpou com van Aert por iniciar essa história. No entanto, todo o episódio deixou os fãs do ciclismo de sobreaviso em relação à paternidade de van Aert.

Jasper, o Mestre

O sprinter belga Jasper Philipsen foi o foco da recente série documental da Netflix “Tour de France: Sem Limites” por razões erradas. A série destacou a tendência de Philipsen de sofrer quedas, desobedecer ordens e geralmente estragar as coisas. Não é à toa que seus companheiros de equipe lhe deram o apelido infeliz de “Jasper, o Desastre”. Bem, Philipsen ajudou a reduzir esse apelido no ano passado, quando venceu duas etapas, incluindo a última no centro de Paris.

Em 2023, Philipsen já venceu tanto que conquistou um novo apelido: “Jasper, o Mestre”. Ele já garantiu quatro vitórias de etapa e tem uma vantagem saudável na classificação da camisa verde do Tour, que é concedida ao melhor sprinter. Passei algumas horas esta manhã tentando pensar em um apelido melhor do que “Jasper, o Mestre”.

Bom, parece que vou precisar trabalhar nisso durante a segunda metade do Tour.