Kunle Adeyanju, de 44 anos, saiu de Londres em 19 de abril, percorreu mais de 13 mil quilômetros de moto e atravessou 13 países, até chegar no domingo (29) a Lagos, capital econômica da Nigéria, seu país de origem.
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Seu objetivo: captar fundos para a ONG Rotary International e apoiar a luta contra a poliomielite, doença muito contagiosa, erradicada desde 2020 no continente africano graças à vacina, mas que ainda é uma ameaça.
“Estou cansado, porque tenho dormido 3 a 4 horas por noite. Mas estou orgulhoso por ter superado este desafio” disse à AFP.
Escoltado por vários motociclistas desde a fronteira com Benin, Kunle Adeyanju foi recebido com entusiasmo por dezenas de pessoas na sede do Rotary em Ikeja, bairro de Lagos.
Com o perfil “lionheart1759” no twitter, o motociclista relatou sua jornada nas redes sociais e explodiu em popularidade.
O apoio popular contra a poliomielite
Adeyanju posou com habitantes e autoridades locais em Togo, Benin, Gana e Senegal e também em países considerados perigosos como Mali e Burkina Faso, locais de insurreições jihadistas.
No Mali, um de seus pneus furou. “Eu nem sequer falava o idioma, mas as pessoas me ajudaram”, disse.
Na Mauritânia, ao contrário, teve centenas de euros roubados: “a pior experiência”.
Sua conta no Twitter tinha somente três seguidores quando foi criada, em dezembro de 2021. Agora tem cerca de 100 mil e o comentário do presidente da rede social: “obrigada por compartilhar esta viagem inspiradora com o mundo inteiro através do Twitter”, escreveu em meados de maio Parag Agrawal.
Paralisia irreversível
Desde que a Nigéria erradicou oficialmente este vírus em 2020, o Paquistão e Afeganistão são os únicos dois países do mundo onde a poliomielite segue endêmica.
“O Rotary International batalha pela erradicação da polio no mundo há 20 anos” explica Delight Sunday-Anicho, presidente do Rotary Club de Ikoyi, em Lagos, que cederá suas funções ao motociclista a partir de julho.
A vacina foi criada nos anos 1950, mas era inacessível para países pobres da África e Ásia, até a importante mobilização das últimas décadas.
Kunle Adeyanju, que foi operador logístico da Shell na Nigéria, conta que se lançou nesta aventura com seus próprios recursos – 19 mil euros – em memória de um “amigo de infância” que foi infectado pelo vírus.
“Nós praticávamos esportes, mas ele não podia se mexer. Só ficava olhando”.
A poliomielite provoca uma paralisia irreversível e pode causar a morte. Apesar de seu vírus circular de forma endêmica em alguns países, milhares de crianças estão ameaçadas em todo o mundo.
Com esta viagem, Kunle Adeyanju – que já escalou duas vezes o Kilimanjaro – espera captar para o Rotary 20 milhões de nairas, cerca de 48 mil dólares.