Grávida de 38 semanas, Shauna Coxsey, a alpinista britânica que representou o país nas Olimpíadas de Tóquio, segue praticando a escalada mesmo em estado avançado da gestação. A atleta de 29 anos tem compartilhado seus treinos nas redes sociais e tem sido criticada.
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“Todo mundo avalia o risco de maneira diferente, e acho que as pessoas consideram que a escalada é um risco para mim. Mas quando estou escalando, estou dentro da minha zona de conforto”, explicou ela em entrevista a Radio 5 Live. “Parece muito mais arriscado para mim andar na rua. Sinto muito mais probabilidade de tropeçar em uma calçada esburacada do que subir uma parede de escalada fácil”, finalizou.
Coxsey se aposentou da escalada esportiva, mas fez história ao se tornar a primeira competidora da Grã-Bretanha a participar das Olimpíadas, competição em que ela ficou em 10º lugar na classificação final e foi prejudicada por conta de uma lesão nas costas. A sua trajetória também conta com mais duas medalhas de bronze em campeonatos mundiais.
Mesmo fora das competições, a modalidade, que ela conheceu aos três anos de idade, segue sendo chave fundamental na sua vida. “Se eu não escalar por uma semana ou mais, meu corpo fica meio desajeitado e tudo fica um pouco dolorido. Assim que eu volto para a parede e começo a me alongar e me mover novamente, meu corpo se sente mais conectado, bom e forte, assim como minha saúde mental”, conta ela.
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No entanto, ela ressalta que jamais colocaria a vida do bebê em risco e não concorda com as críticas que vem recebendo por conta da sua decisão de continuar a praticar a escalada mesmo com 38 semanas de gestação.
“Eu não colocaria meu bebê em perigo. As pessoas pensam que eu posso cair e cair de bruços – o que é algo que eu nunca fiz ou vi acontecer antes. Para mim, compartilhar um pouco e comunicar como estou nesta gravidez e dizer que é possível continuar escalando de maneira segura foi muito importante. Mas é frustrante que outras mulheres estejam recebendo esse julgamento e optando por desistir de algo que amam e com a qual se sentem confortáveis. É uma posição tão triste de se estar – é bullying”, finalizou.