Quando o assunto é saúde, muita gente logo se defende dizendo: “estou bem de saúde, não tenho qualquer doença”. O conceito não é de todo errado, mas trata-se de uma definição muito superficial.
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Muito além da ausência de doenças, é preciso considerar o completo bem-estar físico, mental e social. Percebe-se, então, a necessidade de analisar o corpo, a mente e até mesmo o contexto social no qual estamos inseridos para conceituar melhor o estado de saúde. E como está mulher neste processo?
Para esta conversa, convidei o Dr. Fabiano Elisei Serra, que é ginecologista, obstetra e expert em saúde da mulher. Segundo ele, alimentar-se bem, com alimentos in natura ou
minimamente processados (com menos sódio, açúcar e gorduras), ingerir bastante água ao longo do dia, exercitar-se com frequência (pelo menos 150 minutos por semana), dormir o suficiente para recuperação do corpo e evitar bebidas alcoólicas e cigarro são pilares fundamentais.
“Nos últimos anos, devido à pandemia de Covid-19, vimos muitas pessoas adoecerem com ansiedade e depressão devido a, dentre outros fatores, o distanciamento social e o ‘enclausuramento’. O ser humano é sociável por natureza. Fortalecer os vínculos de afeto, manter encontros sociais, ainda que seja com a família, e ‘jogar conversa fora’ fazem muita diferença na conservação da saúde mental”, afirma Dr. Fabiano.
Para manter o bem-estar emocional, devemos aceitar que somos seres imperfeitos, tolerar melhor os nossos erros e exercitar o auto perdão. Devemos também buscar atividades que tragam prazer: ler, escrever, assistir filme, meditar, desenhar, praticar algum esporte, caminhar na orla da praia ou escutar música, por exemplo. A busca pelo autoconhecimento e pelo autocuidado deve ser constante e a ajuda de um profissional pode se fazer necessária.
Segundo o especialista, quando abordamos a avaliação de saúde da mulher não podemos nos esquecer da consulta com o médico ginecologista, que muitas vezes é quem identifica a necessidade de intervenções ou de busca por suporte de outro profissional.
O médico deve abordar todos os aspectos de forma clara, objetiva e livre de julgamentos, deverá realizar também o exame físico geral e completo e solicitar os exames que forem necessários considerando-se a história clínica e a idade da paciente.
Os exames mais comumente solicitados são Papanicolau, mamografia, ultrassonografia de mamas e transvaginal, exames de sangue e urina, incluindo a investigação de infecções sexualmente transmissíveis.
“A manutenção da saúde da mulher, a fim de manter a mente sã e o corpo sadio, considerando-se todos esses aspectos, deve ser um exercício diário. Deve ser encarado como um projeto de vida de qualidade e, portanto, algumas regras de conduta devem ser estabelecidas e colocadas em prática. Percorrendo esse caminho, é mais provável de manter a saúde em equilíbrio, com a atividade global do organismo em pleno funcionamento e desenvolvimento”, conclui o expert.
Precisamos viver em sintonia com a nossa essência, para que a saúde possa fluir, de forma natural. Estamos juntas neste processo!
BIANCA VILELA é autora do livro Respire, mestre em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), palestrante e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde in company em grandes empresas por todo o país há mais de 15 anos. Na Go Outside fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Instagram: @biancavilelaoficial.