A gestão de resíduos é um dos grandes problemas enfrentados pela comunidade de moradores da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ).
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No entanto, uma iniciativa batizada de Na Laje Designs – que reaproveita tampinhas plásticas para a produção de skates – tem ajudado a melhorar esse cenário.
Cada skate é feito artesanalmente e possui 1,5 kg de tampinhas plásticas no shape, o equivalente a cerca de 500 unidades. Os materiais são recolhidos dentro da própria comunidade.
Já o eixo e as rodas são comprados no mercado de produção de skates convencionais. Cada peça leva duas horas para ficar pronta, suporta até 115 kg e é vendida por R$ 480 com as rodas (ou R$ 260 sem as rodas).
“Estamos descentralizando a reciclagem e trazendo soluções locais para o problema”,
conta o engenheiro mecânico Arian Rayegani, idealizador do projeto.
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Além dos resíduos plásticos, a fabricação dos skates também se dá localmente. Para isso, é utilizado um triturador, forno de pizza industrial, prensa mecânica e um molde. O processo consiste basicamente em coletar o “lixo”, limpar, separar, triturar, derreter e transformar em produto.
Rayegani diz ainda que a Rocinha, com população estimada de 150 a 200 mil habitantes, produz atualmente 230 toneladas de resíduos por dia. Por isso, o Na Laje Designs atua em sintonia com outras iniciativas locais da Rocinha como Salvemos São Conrado, Vivendo Um Sonho Surf, Horta na Favela e Família na Mesa.
Tendo começado com o skate, a ideia é desenvolver outras peças no futuro. Mais do que isso: reciclar outros materiais, além do plástico, como metal e vidro. Está nos planos também reutilizar redes de pesca.