Grandes marcas outdoor nos Estados Unidos e atletas do mundo inteiro estão se posicionando sobre racismo no movimento “Black Lives Matter”, que voltou à tona após o assassinato de George Floyd, um homem negro sufocado por um policial que se ajoelhou sobre seu pescoço por pelo menos sete minutos, enquanto ele estava algemado e deitado de bruços, no último 25 de maio. A tragédia vem causando uma série de protestos nos Estados Unidos, além de uma comoção que cruzou as fronteiras norte-americanas.
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Marcas esportivas mundialmente conhecidas como Nike, Reebok, Adidas, Asics e New Balance publicaram em seus rede sociais textos, imagens e vídeos a respeito. A Nike, fez um vídeo que transforma a marca “Just Do It” em “Don’t Do It”. “Desta vez, não faça. Não finja que não há um problema na América”, diz a empresa.
A The North Face publicou também um vídeo, em inglês, que pede o “fim do racismo, da brutalidade, da desigualdade, das injustiças”. A Patagonia, marca com forte atuação em ações de preservação do meio ambiente, afirmou em um post que desde 2016, “dedica mais de US$ 4 milhões para aumentar o apoio e a atenção dos grupos de base nas comunidades da linha de frente, que são frequentemente mais afetadas não apenas pela injustiça racial, mas também pela crise climática, poluição ambiental e agora pela pandemia do COVID-19”. A Patagonia afirma que ontem (01) fez uma doação de US$ 100.000 ao NAACP Legal Defense Fund, um dos principais escritórios de advocacia dos Estados Unidos que luta contra injustiças raciais no sistema americano.
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Marcas de ciclismo também se posicionaram, como a Specialized USA e a Trek. Até mesmo o escritório brasileiro da Trek chegou a repostar uma foto e mensagem escrita por um dos seus atletas, o triatleta Thiago Vinhal (a marca foi praticamente a única presente no Brasil a se posicionar, entre marcas de equipamentos, academias e outras empresas do mundo do esporte). “Nós que vivemos em uma pele preta sabemos de cada olhar que recebemos ao entrar em escolas, universidades, empresas, lojas, ao chegar em restaurantes, ao entrar em estabelecimentos comerciais variados, correr na rua e ver as pessoas atravessando para o outro lado”, disse o Vinhal em seu perfil no Instagram.
Atletas
Atletas pelo mundo todo também se posicionaram, muitos usando a hashtag #blackouttuesday, que tem mais de 13 milhões de menções. A surfista Maya Gabeira, por exemplo, comentou apenas “Enough! Muted! Listening!”. Em tradução livre, “Basta! Muda! Ouvindo!” , em referência a, enquanto atleta branca, apoiar o movimento sem buscar protagoniza-lo. Atletas negros como o jovem escalador americano Kai Lightner dedicaram suas últimas postagens ao assunto. “Exatamente uma semana depois de postar sobre o fato de que precisamos de mais do que hashtags para lutar contra diferentes formas de racismo, explodiu nas mídias sociais a hashtag #georgefloyd”. Kai tem se posicionado sobre a necessidade do movimento ser maior do que a sentença de um único caso.
O corredor de montanha basco Killian Jornet se posicionou reconhecendo seu privilégio branco. “Como homem branco nascido em um país rico, eu nunca me senti sem segurança perante a outros indivíduos pela cor da minha pele, gênero ou orientação sexual. E isto é um privilégio que eu não mereci por esforços na minha formação ou por escolha pessoal, mas simplesmente por como eu nasci.” Outros atletas como o corredor Usain Bolt, os escaladores Sasha DiGiulian, Cedar Wright e Felipe Camargo, assim como o surfista Gabriel Medina e a skatista Leticia Bufoni também engrossaram o protesto.
Mais ações, menos discurso!
Usuários comentaram nas publicações das marcas que, além do discurso, é importante ações das empresas, como contratar mais pessoas negras, inserir mais elas em sua publicidade, etc. Nos Estados Unidos existem diversos grupos que visam incentivar e incluir mais negros nos esportes outdoor. Um dele é o Color Outside, um grupo que reúne e incentiva mulheres negras a praticarem esportes e atividades outdoor. A fundadora do projeto, Nailah Blades, escreveu em suas redes sociais que “não basta dizer as palavras certas em um post social, se você também não está fazendo o trabalho internamente como empresa”. Para Nailah, as empresas e marcas deveriam refletir muito bem antes de publicar algo sobre o “Black Lives Matter” para não ser apenas mais uma ação de marketing.