Relógios esportivos e smartphones: como eles podem influenciar nossas corridas

Por Redação

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Foto: Shutterstock.

Não há como negar: os smartphones e relógios com GPS que permitem acompanhar ritmo e distância em tempo real, revolucionaram nossa corrida. Mas toda essa modernidade tem um lado negativo. “Houve uma mudança do treinamento guiado pela percepção de esforço para aquele pautado pelos números”, diz Jenny Hadfield, treinadora de corrida de Chicago (EUA).

Levar apenas seu relógio em conta em um dia de calor extremo, por exemplo, pode ser muito perigoso. O mais prudente, provavelmente, seria reduzir a intensidade do treino. Por outro lado, se deixar o relógio ditar seu ritmo em um dia em que estiver se sentindo extraordinariamente bem, pode perder a chance de conquistar um recorde pessoal.

Se, em qualquer um dos casos, você ficar olhando obsessivamente para o pulso, vai se estressar. “É melhor sintonizar com o seu ‘GPS interno’ primeiro”, diz Jenny. “Quando você leva em conta sua percepção de esforço, dá o melhor de si naquele dia”.

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Sinta a sua velocidade

“A sua respiração é a forma mais fácil de se manter sintonizado com o que acontece com o seu corpo”, diz o treinador Budd Coates, autor de Running on Air: The Revolutionary Way to Run Better by Breathing Smarter [Correr pelo Ar: A Forma Revolucionária de Correr Melhor com uma Respiração Mais Inteligente, em tradução livre].

Preste atenção aos seus padrões de inalar e exalar o ar: use a contagem dos cinco passos (inale durante três passos, exale durante dois) para corridas lentas a moderadas, e uma contagem de três passos (inale durante dois e exale durante um) para as moderadas a intensas.

Ao se sintonizar com sua sensação de esforço nos treinos, você será capaz de fazer o mesmo nas provas. Corra provas curtas em um nível de esforço de moderado a intenso. Já uma maratona, por exemplo, merece que se gaste pelo menos os primeiros 24 km em um nível entre confortável – moderado.

Smartphones e corrida: Afie suas habilidades

Para começar, faça pelo menos uma corrida por semana sem GPS. A cada duas ou três semanas, faça um treino com mudança nos níveis de esforço: aqueça por 10 minutos tranquilamente; corra 3 minutos em um ritmo moderado, 1 minuto forte e 2 minutos leve. Faça um total de 5 repetições e desaqueça com 10 minutos em ritmo leve.

Experimente correr sem GPS uma prova de 5 ou 10 km antes da sua prova-alvo.

Só uma espiada nos aparelhos na corrida

Se você não suportar a ideia de não ter nenhuma informação sobre sua corrida, então use um relógio normal e dê uma olhada de vez em quando fazendo um paralelo com sua sensação de esforço. Ou se junte a marcadores de ritmo. Outra opção é usar o GPS, mas simplesmente ignorá-lo até a corrida terminar. “Permita que o GPS se torne aquilo para que foi projetado: uma ferramenta de medição, e não um treinador”.