Embora a marca de 1,8 bilhão de pessoas pareça imensa, ela significa pouco quando consideramos números da aviação no mundo, principalmente em comparação a anos anteriores e o mundo pré-pandemia: o número representa queda de 75% em viagens e o pior ano para a aviação comercial na história. Em 2019, 4,5 bilhões de pessoas voaram.
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O levantamento foi realizado pelo Centro World Air Transport Statistics (Estatísticas do Transporte Aéreo Mundial, em tradução livre do inglês) conduzido pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). A organização representa cerca de 290 companhias e 82% do tráfego aéreo global e divulgou os resultados em uma entrevista coletiva na última semana.
Como era de se esperar, o relatório da organização indica que foi a pandemia de Covid-19 a principal responsável pelo encolhimento no setor aéreo no último ano, com queda ampla em todos os aspectos estudados.
As viagens internacionais foram especialmente impactadas e tiveram demanda 75,6% inferior a 2019. Já a procura por viagens domésticas — em que passageiros circulam dentro de um mesmo país — diminuiu 48,8%, concluiu o trabalho.
Com menos pessoas voando, caiu também o numero de conexões, 60% menor em abril de 2020 do que no mesmo período de 2019. Esses números representam, segundo a IATA, perdas líquidas de cerca de US$ 126,4 bilhões (aproximadamente R$ 656,5 bilhões) para o setor de aviação – o maior prejuízo da história.
O trabalho mostrou, também, que a taxa de ocupação de passageiros em todo o sistema de companhias aéreas caiu para 65,1%. Em 2019, este número havia sido de 82,5%.
A região do Oriente Médio sofreu a maior perda no tráfego de passageiros com queda de 71,5% em relação a 2019, seguida pela Europa (-69,7%) e pela África (-68,5%).
Já a China se tornou o maior mercado doméstico de 2020 pela primeira vez desde 1950, e das cinco companhias aéreas que mais transportaram passageiros em 2020, duas foram chinesas, e outras três, americanas: American Airlines (124 bilhões); China Southern Airlines (110,7 bilhões); Delta Air Lines (106,5 bilhões); United Airlines (100,2 bilhões) e China Eastern Airlines (88,7 bilhões).
Mesmo dominando o mercado em 2020, os chineses não foram os líderes de viagens em 2020, mas os norte-americanos, que salvaram um pouco do pior ano da história da aviação para os Estados Unidos, com 45,7 milhões, ou 9,7% do total de passageiros em todo o planeta no último ano.