Verkhoyansk na Sibéria registra 38°C, maior temperatura da história da região

Verkhoyansk
Imagem Shutterstock

Verkhoyansk é um dos lugares mais frios do mundo. Contudo, a cidade russa no leste da Sibéria registrou 38 °C no último sábado. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (22/06), por fontes metereológicas russas. É a maior temperatura já observada na cidade desde o início dos registros, na década de 1880.

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Em fevereiro de 1892, Verkhoyansk registrou a baixa temperatura recorde de -67,8 °C. De acordo com o Guiness, é a cidade com maior amplitude de temperaturas máximas e mínimas já registradas. Verkhoyansk está localizada a 67,5 graus de latitude norte – o Círculo Polar Ártico começa em 66,5 graus.

Esta superalta na temperatura deve-se a um “anticiclone oriental”, de acordo com a base metereológica que colhe os dados das duas cidades é Yakutia. No verão, é normal que a temperatura nessa região chegue a 30 graus, mas nunca tão cedo. Geralmente, isso acontece em julho, e não em junho.

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A temperatura registrada no último sábado é 18 graus Celsius mais alta do que a média registrada normalmente em junho. Esta pode ser a temperatura mais alta já observada acima do Círculo Polar Ártico.

Verão antecipado em Verkhoyansk

A equipe responsável por analisar eventos climáticos extremos na Organização Meteorológica Mundial (OMM) está “está aceitando preliminarmente a observação como uma nova temperatura extrema e que aguarda uma revisão mais detalhada”, segundo o jornal The Washington Post.

Indicando uma possível tendência, no domingo, o mesmo local registrou temperatura de 35,2 °C. Outros estudos apontam que o Ártico pode estar aquecendo duas vezes mais rápido que a média global.

Diversas outras áreas do Ártico estão enfrentando ondas de calor persistentes, o que vem preocupando meteorologistas. O Serviço Copernicus da Mundança Climática (C3S), um programa ligado à Comissão Europeia, apontou que em março, abril e maio a temperatura média na região estava 10 graus Celsius acima da normal.

Algumas das consequências são visíveis: o florescimento de campos um mês antes do previsto, insetos abundantes e até mesmo incêndios numa área de mais de 680.000 acres na Sibéria estão acontecendo. Na região do lago Baikal, o mais profundo do mundo, o excesso de chuvas gerou a evacuação de mais de mil pessoas no distrito de Tulun, que alagou.

Na semana passada, o Serviço Meteorológico da Rússia já havia alertado que as temperaturas na Sibéria nos próximos dias excederiam a média em mais de 10 graus e que, se a situação persistir, o risco de incêndios florestais na região aumentará.