Por Evelyn Rachid
Jungle urban ou urban jungle, independente de como o termo é pesquisado, ele vem crescendo cada vez mais, principalmente dentro de apartamentos em cidades grandes. Mas, você sabe o que isso significa?
Na tradução literal da palavra, “urban jungle” seria uma “selva urbana”, e é nisso que esse estilo de decoração vem mantendo sua base: muitas plantinhas, de espécies e tamanhos diferentes, e claro, elementos ligados à natureza.
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Com o avanço da tecnologia e a vida online, a geração Millennial vem buscando cada vez mais formas para aliviar a correria do dia a dia, principalmente durante a pandemia.
A terapia das plantas
A jornalista e gestora de mídias sociais, Jalu Malaquias (30), conta que as plantas no ambiente vão muito além da estética: “As plantinhas proporcionam qualidade do ar e umidade, que são muito importantes para quem mora em um apartamento alto e na frente da Dutra”, comenta ela.
Além de decorar o ambiente interno da casa, Jalu foca sua urban jungle no espaço da varanda, onde coleciona plantas variadas. “Também é importante ressaltar o ambiente de paz que elas proporcionam. Todo mundo gosta de fugir pro mato quando precisa de tempo pra pensar e de paz, e ter esse pedacinho de paz dentro de casa ajuda muito no desestresse do dia a dia”, conclui.
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Ficar rodeado pela natureza faz muito bem a nossa saúde mental e física, principalmente aos nosso pulmões, de acordo com pesquisas. Em um momento tão delicado para o mundo, estar em casa cercado por algumas amigas verdinhas, poder mexer com a terra e manter seus cuidados pode ser uma alternativa muito gostosa de relaxamento e bem-estar.
‘Floresta’ na comunidade
O publicitário Anderson Rocha (24), morador da comunidade Olaria no Campo Limpo (SP), conta que nunca foi apegado a plantas, mas sempre gostou muito delas, por conta da sua mãe. Dentre a coleção com 60 plantas – ou mais -, a musa que inspirou todo esse verde na laje da casa, é uma jibóia de 17 anos.
“A planta mais antiga que tem aqui é uma jibóia, tem mais de 17 anos aqui em casa. Dela a gente já fez várias mudas ao longo dos tempos, já foi até para outras cidades, tudo pra parente.”
Anderson conta que o desejo de trazer mais verde para o seu espaço, vem da tentativa de levar um pouco mais de beleza para a sua comunidade: “Se você olha é caótico, mano, é barraco, é tijolo quebrado, é casa torta, e ai tem o conflito com os prédios grandes. Aqui onde eu moro, era um sítio há muito tempo, então quando eu mudei pra cá tinha muita planta, era muito mato. Onde é um córrego hoje, era um riachinho”, relembra ele.
O publicitário ainda compartilha que as plantas interferem bastante no clima da casa e quando o clima da casa não está muito bom, as plantas também sentem. “Já teve situações que a vibe não tava muito boa e deu pra perceber a mudança na planta”, e completa dizendo que “planta é terapia, tanto pro ambiente quanto pra quem mexe com a terra, raízes.”
Consumo sustentável
Para quem dispões de um espaço maior como um quintal, por exemplo, investir em plantas que gerem frutos ou até mesmo em uma horta pode ser um jeito incrível de apostar no consumo sustentável e claro, acompanhar todo o processo da plantinha, até vê-la crescer também pode ser bem divertido.
O estudante de enfermagem Gabriel Passarini (23) comenta que o amor pelas plantas vem de família: “Eu sempre gostei porque sempre gostei de mexer com terra. Meu pai também sempre gostou de cuidar e minha mãe começou a gostar recentemente, depois que plantamos uma orquídea”, comenta ele.
Apesar das diversas espécies e tamanhos de plantas que ele tem em casa, o destaque fica para os pés de frutas. Atualmente, ele tem em seu quintal um pé de limão, jabuticaba e pitaia, e acredita que essa possa ser uma forma legal de consumo sustentável.
“Eu acho que se você tiver um quintal com espaço, pode ajudar. A gente tem um pé de limão e nunca comprou limão, até onde me lembro. O pé de jabuticaba meu pai plantou e o de pitaia foi eu. A gente ama e sempre teve pé de fruta em casa. Tínhamos um de acerola também, mas ele acabou morrendo”, relembrou ele.
Com o avanço da tecnologia, hoje em dia é possível ter uma horta fértil e saudável dentro de casa, e para quem não dispõe de um local espaçoso, as hortas inteligentes podem te ajudar nesse ponto.
O analista de mídias sociais, Luis Felipe (26), que mora no centro de São Paulo, contou que adora cozinhar e poder dispor de temperos frescos é super bacana: “Eu decidi ter a horta em casa por praticidade mesmo. A brota [horta inteligente] você só precisa regar a cada 25 dias, então é bom ter essa praticidade de temperos em casa”, comenta ele.
A horta que Luis tem em sua casa é inteligente e autônoma, ele conta que os cuidados são bem simples: “você só planta e rega a cada 25 dias, e aí deixa 3 horas no sol por dia e está perfeito, então eu não tenho trabalho com isso. E ajuda bastante quando eu preciso fazer alguma comida.”
Além da sua mini hortinha, o analista de mídias sociais tem um amor enorme por plantas, que vem desde muito novinho. “Minha família é de Bodoquena, Mato Grosso do Sul, então eu fui criado indo para a fazenda, sempre no meio do mato, então eu sempre tive uma relação próxima com a natureza”, relembra.
“Estar próximo de elementos da natureza me remete as minhas origens. São Paulo, por exemplo, não tem muito isso, então eu tento deixar minha casa confortável e com muitas plantinhas para me dar essa sensação de bem-estar e voltar um pouco da essência de quem eu sou”, comenta Luis.
Em seu Instagram, ele dá várias dicas para quem ama cuidar de plantas e tem o desejo de construir sua própria urban jungle. E se você tem o interesse de saber qual a melhor planta para ter em apartamento ou casa, o Luis tem um guia completinho com suas favoritas!
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Qual o custo para ter uma urban jungle?
O custo pode variar muito já que existem diversas espécies e tamanhos diferentes. Além disso, encontrar mudas de plantas na rua ou até na casa de amigos pode ser um bom jeito de começar a sua própria selva urbana.
Sementes de temperos, por exemplo, podem custar a partir de R$ 2 a unidade, mas é possível comprar kits com 13 tipos de sementes diferentes por exemplo, que pode variar entre R$ 20 e R$ 35.