Ilhabela, no litoral norte paulista, é conhecida por suas paisagens dignas de capas de revista. São 72 praias catalogadas, o que a coloca como a segunda ilha com o maior número de praias do País.

Mas, muito além do turismo tradicional, o que a maioria não sabe é que esse refúgio a apenas 200 km da metrópole possui um ecoturismo praticamente virgem. E não é à toa: cerca de 80% do arquipélago é protegido por um Parque Estadual com densa Mata Atlântica.

A travessia que liga a icônica Praia do Bonete à Praia de Castelhanos é uma dessas trilhas pouco conhecidas por turistas e até mesmo por muitos moradores da ilha.

O roteiro é especial, pois já se inicia na Praia do Bonete, considerada por muitos uma parada obrigatória para quem quer conhecer Ilhabela.

O Bonete possui águas cristalinas, uma pequena comunidade caiçara e acesso apenas por  mar ou trilha. Para quem vai por terra, a trilha de 12 km se inicia na Ponta do Sepituba, ponto final da estrada sul da ilha, passando por três cachoeiras: Laje, Areado e Saquinho durante o percurso até a praia.

Para quem prefere poupar as pernas, a travessia por mar é feita pelos moradores da comunidade com seus próprios barcos, saindo de São Sebastião ou Ilhabela. Da Praia do Bonete, a travessia se inicia às margens do rio Nema, seguindo-o em direção à mata e com desvio em direção ao Mirante.

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Com uma caminhada de 40 minutos, chega-se à Enchovas, praia deserta com visual impressionante. Localizada em uma baía abrigada, o mar costuma estar transparente e mais calmo que no Bonete.

Com uma pequena desviada do caminho de 30 minutos, uma trilha nos leva para o interior da floresta, chegando a uma gigantesca árvore Sapopemba. Vale a visita.

Seguindo a travessia, é hora de partir em direção à paradisíaca Praia de Indaiauba.
Lá se vão mais 40 minutos de caminhada na mata. Com as águas calmas e cristalinas, é difícil negar uma parada e um mergulho.

Surpreendendo quem chega ali, apesar de remota e de difícil acesso, a praia abriga construções de luxo, cujo proprietário detém todo o terreno que permeia a faixa de areia.

Mesmo com os moradores e funcionários usando veículo motorizado para andar pelas “ruas” do “pequeno grande paraíso construído”, a interferência humana não fere o encanto natural da praia, que tem natureza e verde em abundância.

Da praia de Indaiauba é onde se inicia o trecho mais exigente de toda a travessia. São cerca de 7,5 km mata adentro, chegando a 300 metros do nível do mar, cortando a ilha em direção à Praia de Castelhanos.

Com muita altimetria, single tracks e descidas técnicas, o percurso pode levar 5 horas até que se aviste novamente águas salgadas. Apesar do esforço físico, é difícil não se impressionar com o visual de uma mata praticamente intocável.

Por ser uma trilha pouco transitada, é importante estar atento ao caminho, pois perder-se pode ser fácil. O mais recomendável é contratar um guia ou monitores credenciados para  este trecho.

Conforme a chegada vai se aproximando, é possível notar a vegetação densa da mata se transformando em rasteira para, enfim, avistar o mar novamente.

A partir desse ponto, a trilha se torna mais fácil, passando por mais duas praias, Vermelha e Mansa, até a chegada na Praia de Castelhanos.

É importante contratar transfer para retorno de Castelhanos à cidade de Ilhabela, pois esta praia também é mais uma das comunidades isoladas da ilha, com acesso somente por barco ou por uma difícil estrada que deve ser feita com veículos 4×4.

Outra alternativa é seguir caminhando e encarar a trilha de 20 km, com 800 metros de desnível positivo até á parte urbana da ilha.

A travessia completa é catalogada como intermediária a difícil, tanto por suas partes técnicas como pelo seu esforço físico, somando-se 16 km totais se considerarmos o início na praia do Bonete.

Caso opte pelo percurso partindo da Ponta do Sepituba, o percurso total chega a 28 km.







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