Treino seguro para diástase abdominal: o que fazer e evitar

exercícios para diástase
Foto Airam Dato-on/ Pexels

A diástase abdominal é uma condição que afeta muitas pessoas, especialmente mulheres pós-parto. No entanto, há muita desinformação sobre o tema, o que pode levar a mal-entendidos e tratamentos inadequados. Vamos desmascarar os mitos mais comuns sobre o assunto e fornecer informações baseadas em evidências para ajudar você a entender melhor essa condição.

+ Como os exercícios afetam a gravidez

+ 4 destinos para surfar e pedalar no mesmo dia

Mito 1: Diástase abdominal é exclusiva de mulheres grávidas e pós-parto

Verdade: Embora a diástase abdominal seja comum entre mulheres grávidas e pós-parto devido ao estiramento dos músculos abdominais para acomodar o crescimento do bebê, ela não é exclusiva desse grupo. Homens, mulheres não grávidas e até atletas podem desenvolver diástase devido a fatores como obesidade, levantamento de peso excessivo e genética.

Mito 2: A condição sempre requer cirurgia

Verdade: A cirurgia é geralmente o último recurso e só é necessária em casos graves onde há comprometimento funcional significativo ou se os métodos não invasivos falharem. Muitas vezes, a diástase pode ser tratada com exercícios específicos, fisioterapia e mudanças no estilo de vida.

Mito 3: Abdominais tradicionais são eficazes para corrigir diástase

Verdade: Abdominais tradicionais, como crunches e sit-ups, podem, na verdade, piorar a diástase abdominal. Esses exercícios aumentam a pressão intra-abdominal e podem forçar ainda mais a separação dos músculos. É importante focar em exercícios que fortalecem o core sem aumentar a pressão, como a ativação do transverso do abdômen e exercícios de respiração.

Mito 4: Diástase abdominal não causa sintomas significativos

Verdade: A diástase abdominal pode causar uma série de sintomas desconfortáveis e prejudiciais, incluindo dor nas costas, problemas posturais, fraqueza no core, e em casos graves, pode até contribuir para problemas digestivos e de incontinência. Reconhecer e tratar a condição pode melhorar significativamente a qualidade de vida.

Mito 5: Apenas mulheres sedentárias desenvolvem diástase pós-parto

Verdade: A diástase pode afetar mulheres de todos os níveis de condicionamento físico. Até mesmo atletas e mulheres muito ativas podem desenvolver a condição devido às mudanças físicas extremas que ocorrem durante a gravidez. A genética também desempenha um papel importante na predisposição para a diástase.

Mito 6: Você pode verificar a diástase abdominal apenas pelo aparecimento de um “buraco” no abdômen

Verdade: Embora um “buraco” ou protuberância na linha média do abdômen possa ser um sinal de diástase, nem sempre é fácil identificá-la apenas visualmente. Um profissional de saúde, como um fisioterapeuta, pode realizar uma avaliação adequada para determinar a presença e a gravidade da diástase.

Mito 7: Usar uma cinta abdominal cura a diástase

Verdade: Cintas abdominais podem oferecer suporte temporário e ajudar a reduzir o desconforto, mas não curam a diástase abdominal. O fortalecimento do core através de exercícios específicos e a orientação de um profissional são essenciais para a recuperação efetiva.

Dicas de treino para quem tem diástase abdominal

Após entender melhor a diástase abdominal e desmascarar alguns mitos, é importante saber como adaptar seu treino para melhorar a condição de maneira segura e eficaz. Aqui estão algumas dicas de exercícios, além do que evitar e o que fazer para promover a recuperação.

O que Não Fazer

  1. Abdominais Tradicionais (Crunches e Sit-Ups)
    • Por quê?: Esses exercícios aumentam a pressão intra-abdominal, forçando a separação dos músculos abdominais.
  2. Exercícios de Alta Intensidade
    • Por quê?: Atividades como corrida, pular corda e levantamento de peso pesado podem agravar a diástase ao colocar pressão excessiva no core.
  3. Plank (Prancha) Tradicional
    • Por quê?: A posição de prancha pode aumentar a pressão na linha média do abdômen, exacerbando a separação dos músculos.

O que Fazer para Melhorar a Condição

  1. Exercícios de Respiração Profunda
    • Benefícios: Fortalece o core e melhora a conexão mente-músculo.
    • Como Fazer: Sente-se ou deite-se confortavelmente. Inspire profundamente pelo nariz, expandindo o abdômen. Expire pela boca, contraindo suavemente os músculos abdominais. Repita várias vezes.
  2. Ativação do Transverso do Abdômen
    • Benefícios: Fortalece a musculatura profunda do core.
    • Como Fazer: Deite de costas com os joelhos dobrados. Contraia suavemente o umbigo em direção à coluna, sem prender a respiração. Mantenha a contração por alguns segundos e relaxe. Repita 10-15 vezes.
  3. Exercícios de Kegel
    • Benefícios: Fortalece o assoalho pélvico, essencial para o suporte do core.
    • Como Fazer: Contraia os músculos do assoalho pélvico, como se estivesse tentando parar o fluxo de urina. Mantenha a contração por alguns segundos e relaxe. Repita 10-15 vezes.
  4. Ponte (Bridge)
    • Benefícios: Trabalha os músculos do abdômen e do assoalho pélvico.
    • Como Fazer: Deite de costas com os joelhos dobrados e os pés no chão. Levante a pelve até formar uma linha reta dos joelhos aos ombros. Mantenha por alguns segundos e volte à posição inicial. Repita 10-15 vezes.
  5. Alongamentos Suaves
    • Benefícios: Mantém a flexibilidade e alivia a tensão nos músculos abdominais.
    • Como Fazer: Experimente a postura da criança no yoga. Sente-se sobre os calcanhares, estenda os braços à frente e descanse a testa no chão. Mantenha por 20-30 segundos.
  6. Elevação de Pernas em Ângulo Reto
    • Benefícios: Fortalece os músculos do core sem aumentar a pressão na linha média.
    • Como Fazer: Deite de costas com os joelhos dobrados. Levante uma perna até que a coxa fique perpendicular ao chão. Mantenha por alguns segundos e abaixe lentamente. Repita com a outra perna. Faça 10-15 repetições para cada perna.

Dicas adicionais

  • Consistência é a Chave: Realize os exercícios regularmente para ver melhorias. Um plano de treino diário ou semanal pode ajudar.
  • Monitore Seu Progresso: Avalie a condição da diástase regularmente, de preferência com a ajuda de um profissional, para ajustar os exercícios conforme necessário.
  • Procure Orientação Profissional: Um fisioterapeuta ou treinador especializado pode criar um plano de exercícios personalizado e garantir que você está realizando os movimentos corretamente.

A recuperação da diástase abdominal pode levar tempo e paciência, mas com a abordagem certa, é possível fortalecer o core e reduzir a separação dos músculos, melhorando assim sua saúde e bem-estar geral.