Infelizmente, não existe um botão em nós que liga o modo “meditação”. Apesar de ser uma jornada particular ao nosso próprio interior, é preciso treino para atingir esse estágio. A boa notícia: Mark Willians, psicólogo britânico especialista em mindfulness, garante que pessoas que meditam regularmente, além de serem mais felizes e satisfeitas, têm seus vigores físico e mental expandidos graças à prática. Analisamos a seguir algumas linhas conhecidas de meditação, identificando como cada uma delas pode ser útil ao seu esporte.

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Mindfulness

Especialistas defendem que um programa de meditação de oito semanas com práticas diárias entre 3 e 30 minutos vai permiti-lo colher bons frutos de uma mudança pessoal. Você pode tornar-se, inclusive, uma pessoa que desiste menos facilmente. Em vez de encorajá-lo a remoer pensamentos, o mindfulness propõe o despertar através de situações corriqueiras, como comer um chocolate. “Escolha um que você não costuma comer”, sugere Mark no livro. “Abra a embalagem e inale o aroma antes de colocá-lo na boca. Deixe-o derreter sob a língua e o engula bem devagar”. Inspirado em técnicas de meditação budista, o mindfulness também tem sua prática inicial atrelada a orientações como sentar-se na postura ereta em uma cadeira e ficar atento à própria respiração, até que a mente descanse naturalmente. Esse é só o primeiro passo para você começar a meditar enquanto corre, pedala, escala, surfa…

Zen

Durante a Rio 2016, a esgrimista brasileira Nathalie Moellhausen declarou que, quanto mais ela conhecia os próprios medos, mais fácil conseguia vencê-los. Coincidência ou não, Nathalie, que é adepta da meditação zen, chegou às quartas de final, conseguindo o melhor resultado do Brasil na esgrima em uma Olimpíada. Apesar de seu esporte ser quase 100% cabeça, um estudo realizado em 2013 por pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, mostrou ainda que praticantes dessa meditação – cuja promessa é limpar a mente usando nada além da respiração – conseguem administrar muito melhor as dores.

Transcendental

Existem pesquisas indicando que atos de genialidade nos esportes são executados em um nível de consciência semelhante ao alcançado através da meditação. A transcendental, criada pelo guru indiano Maharishi Mahesh Yogi, pode ser um caminho revelador. Sua prática coloca a pessoa em um estado de vigilância tranquila através da entoação de mantras. O som e vibração dos mantras têm propriedades psicoativas, segundo muitos seguidores dessa linha. O judoca brasileiro Flávio Canto, praticante da meditação transcendental, soltou golpes de gênio para ganhar medalhas nas décadas de 1990 e 2000, incluindo um bronze olímpico em Atenas em 2004.

Vipassana

Similar ao mindfulness em vários aspectos, a vipassana é uma meditação tradicional no budismo. A respiração é sentida pela barriga: segundo os adeptos, levar a consciência para essa parte do corpo deixa a mente silenciosa, além de espantar qualquer estado de humor, bom ou ruim. A prática constante tende a melhorar a atenção e, consequentemente, o desempenho em “esportes solitários”, como ciclismo, corrida e natação.

Osho

Em O Livro Orange, o indiano Osho prega o autoconhecimento através da meditação ativa. Para esse guru com fama de superstar, dançar, balançar o corpo, socar o travesseiro, cantar, fazer sexo ou praticar um esporte são momentos dignos e merecedores de total presença, já que se tratam de oportunidades reais para transcendermos nossa mente e nossas limitações. Convicto de que sentar com as pernas cruzadas embaixo de uma árvore não é o único jeito de meditar, Osho relacionou muito do comportamento zen à corrida. “Chega uma hora em que o corpo, a mente e a alma do corredor se fundem, e tudo começa a funcionar em conjunto; de repente, um orgasmo interno é liberado”, afirmou.

*Trecho da reportagem “Atento a Tudo!” publicada na edição nº 144 da Go Outside, setembro de 2017.

 







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