Os tigres brancos, espécie raríssima que nasce do cruzamento de tigres que têm a forma recessiva de um determinado gene, são ameaçados nos Estados Unidos devido à prática de cruzamento consanguíneo em cativeiro. Atualmente, a população desses animais é maior dentro dos cativeiros do que fora. Eles são tão raros na natureza que só foram vistos algumas vezes e o último tigre branco selvagem conhecido foi morto em 1958.
De acordo com um artigo da Scientific American, exploradores mantêm a população de tigres brancos para gerar lucro com visitações. Como a espécie é rara, essas pessoas fazem o seu cruzamento consanguíneo, ou seja, de animais da mesma família. Acredita-se que todos os tigres brancos em cativeiro nos EUA sejam descendentes de um único tigre-de-bengala macho chamado Mohan.
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Capturado por caçadores em 1951, Mohan foi cruzado com um tigre laranja e depois com sua filha daquele acasalamento. Essa endogamia, ou seja, o cruzamento de indivíduos geneticamente semelhantes, resultou no nascimento de uma tigresa chamada Mohini, um dos dois tigres brancos da ninhada de quatro gerados por Mohan e sua filha. E assim continuou a consanguinidade desses animais nos Estados Unidos.
A prática não científica de endogamia sucessiva continua até hoje no país, principalmente por empresas comerciais não regulamentadas que usam tigres brancos como uma forma de atrair visitantes para gerar lucro. Segundo o artigo da revista científica, mais de 60 anos desde Mohan e 11 gerações dos felinos depois, tigres brancos estão sofrendo as consequências dos cruzamentos consanguíneos sucessivos, que produziu resultados trágicos.
Devido à redução do valor adaptativo resultante desse cruzamento, conhecida como “depressão endogâmica”, os filhotes de tigre branco apresentam uma alta taxa de mortalidade neonatal. Para animais consanguíneos intensivos, mais de 80% dos filhotes morrem logo após o nascimento. Os tigres brancos também apresentam redução no tamanho da ninhada e menor expectativa de vida, são propensos a problemas de visão, problemas cardíacos, graves deformidades espinhais e faciais e sistemas imunológicos comprometidos.
Em 2011, a Associação de Zoológicos e Aquários (AZA) dos EUA acabou com a prática de cruzamento de tigres brancos em cativeiro, citando as “condições e características externas e internas anormais, debilitantes e por vezes letais” resultantes da criação de animais selvagens para aumentar a frequência de alelos raros.
Ainda assim, ‘falsos santuários’ continuam com a prática de cruzamentos consanguíneos entre os tigres brancos, tornando-os ameaçados. Esse locais alegam que a prática é feita para buscar a preservação dos animais.